Sábado, 31 de dezembro de 2016 - 20h18
FUMAÇA TUCANA SAINDO DA CHAMINÉ:
HABEMUS PREFEITO!
Não foi fácil a administração de Mauro Nazif. Mesmo bem intencionada, mesmo cheia de planos, os quatro anos da sua administração foram muito mais voltados para dentro da Prefeitura do que para fora. Tudo o que se esperava dele, pela batalha que Nazif chegar à Prefeitura e com uma rica história de vida pública, acabou não se confirmando. Tudo foi feito com lentidão, em slow motion, quase parando, quando a cidade exigia rapidez de um carro de Fórmula 1. Tudo foi feito sem grande divulgação, sem contato com o povo e os resultados foram pífios. A esperança ficou pelo caminho. E agora? Nesse domingo, teremos novo Prefeito. Não será a fumaça branca do Vaticano, mas a fumaça azul e amarela dos tucanos, que assumem o comando da Capital com o até há seis meses atrás desconhecido Hildon Chaves. Com uma campanha séria e competente; apresentando-se como o novo, como um empresário de grande sucesso e preparado para cuidar de Porto Velho, ele se elegeu com uma votação recorde.
Fazer campanha é difícil, custa caro, mas vencê-la é apenas uma parte alegre e festiva, que caracteriza as vitórias. Agora é que vai começar o Baile dos Horrores, na verdade. Hildon Chaves terá pouco tempo para mostrar a que veio, antes que a insatisfação latente do porto velhense comece a se manifestar. Terá que agir não só como empresário, mas também como político e homem público.
Terá que conviver com um funcionalismo tratado pelos últimos dois prefeitos, como se estivéssemos num país rico. Terá que engolir sindicatos e lideranças como as da vereadora Elis Regina, eleita, reeleita e reeleita não para defender sua cidade, mas apenas seus companheiros de sindicato e funcionalismo. Ela é só um exemplo dos que estão na vida pública apenas para si e os seus. Com raríssimas exceções, todos são iguais. Acabou a festa para Hildon Chaves. A partir de agora, ele terá que mostrar a que veio. Tomara que faça tudo o que prometeu, cuide mesmo de Porto Velho como prometeu e recoloque no caminho do desenvolvimento. É essa a torcida. De todos nós...
VAMPIROS À SOLTA
O que ficou de bom de 2016? A não ser em determinados setores, em determinadas empresas, em determinadas vidas, no geral pouco há o que se comemorar desse ano que parecia que nunca iria terminar. Claro que é apenas uma mudança no calendário, algo mais emocional e psicológico do que real. Mas mesmo assim, é uma mudança. Ela traz em seu bojo alguma coisa boa, alguma esperança, alguns sonhos que ainda podem ser realizados. O Brasil teve um ano terrível. Derrubamos um governo legitimamente eleito, esperando por uma transformação ao menos moral e o que se vê é o mesmo do mesmo: Temer, Renan e toda a troupe que há décadas vampirizam nosso país. O pior é que as opções fora deles são Lula e Marina Silva. Eta paizinho azarado esse nosso!
COMO OS ITALIANOS?
O jovem juiz Sérgio Moro é, sem dúvida alguma, o personagem do ano. Talvez da década. Graças a ele, o tapete putrefato não foi só foi levantado, mas os ratos que nele se abrigavam começaram a ser dedetizados. Mas, infelizmente, foi apenas o começo. Provavelmente vamos repetir a Itália. Quando a Operação Mãos Limpas italiana começou a devastar o mundo do poder no país, incluindo o Judiciário, houve um consenso de que ela deveria parar. Os italianos até hoje se arrependem, porque a corrupção se institucionalizou e o país só anda para trás, tal qual caranguejo. É um risco que corremos, porque se a Operação Lava Jato chegar ao sistema bancário e invadir a área do Judiciário, corremos o risco do país implodir. Não haverá cadeia suficiente para todos. Não sobrará pedra sobre pedra. E agora, Moro? Vamos ser iguais à Itália ou acharemos uma solução à brasileira?
ANDANDO PARA TRÁS
Uma enorme regressão legal foi mantida, ampliando a insegurança e dando aos bandidos carta branca para tomar conta do Brasil, através de um crime organizado bem estruturado e sem ser confrontado. Em todas as áreas do poder, da Presidência da República, passando pelo Congresso, pelo Ministério Público, por todo o Judiciário, pelo sistema policial (que aliás, em muitas regiões também está apodrecendo, por causa da corrupção), a guerra civil imposta pelo crime, parece que está ocorrendo na Transilvânia e não na nossa casa. A lei de proteção ao crime é mantida e ampliada; os benefícios aos bandidos surpreendem e apavoram as pessoas de bem, enquanto defensores dos direitos humanos defendem quem trucida e mata e juízes soltam, horas depois, criminosos que cometeram os mais terríveis delitos. São todos responsáveis pelo que está ocorrendo nas ruas ensanguentadas de Rondônia e de cada cidade desse país.
UM ANO AZUL
Rondônia fecha o ano de 2016 no azul. Ou no verde. É uma espécie de ilha, embora também pobre e necessitada, como as demais unidades da Federação. A diferença foi a mão forte do Governo, que não abriu as pernas para a pressão dos servidores públicos e suas reivindicações, muitas delas justas mas que, se atendidas, quebrariam nossos cofres como estão quebrados os da maioria dos Estados. Os poderosos Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul vivem crises históricas, pela sucessão de desmanados, de irresponsabilidades, de conivência com o erro e com a burrice, praticada por governantes que só pensaram no voto e nunca no povo. Confúcio Moura termina o ano por cima. Claro que não é unanimidade, muito longe disso. Mas provou que é possível sim gerir um Estado sem ceder aos encantos da popularidade conquistada apenas à custa de demagogia e irresponsabilidade. Merece, pois, aplausos, nesse quesito.
THOMÉ NA EQUIPE
O site Rondoniagora, que tem tido informações privilegiadas sobre a nova administração municipal, anunciou nesse sábado que o empresário Marcel Thomé, presidente da Federação das Indústrias, a Fiero, será o secretário especial de Desenvolvimento de Porto Velho. A secretaria vai reunir várias outras numa só, será enxuta e vai criar toda a estrutura de planejar a cidade para o futuro. Caso se confirme a informação, Hildon Chaves ganha um parceiro de qualidade acima da média. Thomé é jovem, com uma cabeça voltada ao desenvolvimento e uma liderança emergente no Estado. O que agora vai se analisar é quem substituirá Thomé no comando da entidade, se ele vai se licenciar ou se tentará jogar nos dois times, o que seria muito complicado e até uma temeridade. Mas que o nome dele é dos que merecem todas as apostas de que terá sucesso, nisso não há dúvida!
PERGUNTINHA
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