Sexta-feira, 24 de novembro de 2017 - 07h13
Até que ponto a população tem parcela de culpa no que está acontecendo não só no Rio de Janeiro, mas também em várias regiões do país, onde os escolhidos pelo voto formaram quadrilhas para assacar os cofres públicos? Vejamos o exemplo do Rio: dominado pelo crime organizado, desde o formado por seus governantes e representantes no Parlamento e órgãos de fiscalização até a violência do tráfico, que assola não só as favelas, como toda a cidade, o Rio de Janeiro vive provavelmente o pior momento da sua história. Todos seus governadores desde 1998 estão presos. Todos os últimos presidentes da Assembleia Legislativa, desde 1995, estão presos. Cinco dos seis conselheiros do Tribunal de Contas (aliás, esses tribunais precisam ser melhor avaliados em todo o país!), estão presos. Na cadeia ou cumprindo condenação também estão deputados, vereadores, secretários, empresários, líderes de grandes conglomerados, figuras públicas até há pouco famosas. Os chefes do tráfico devem estar morrendo de inveja, porque perderam espaço na mídia para esses quadrilheiros de terno e gravata, que se especializaram em roubar o povo e tornar uma das cidades mais belas do mundo, o centro da corrupção, tão pior quanto Brasília. Os levantamentos apontam desvios de bilhões de reais, que, se estivessem atendendo os interesses do povo, colocariam o Rio como melhor estado do país em qualidade de vida da população. Pior de tudo é que não há luz no fim do túnel para tanta roubalheira. Enquanto as operações continuam prendendo bandidos, outros grupos continuam roubando como se nada estivesse acontecendo.
Os líderes das facções criminosas da política estão todos no mesmo Presídio. De lá, certamente como o fazem os grandes criminosos cumprindo pena em cadeias federais ou não, vão continuar comandando suas quadrilhas, enquanto ameaçam uns aos outros, não pelo interesse público, claro, mas apenas por poder e dinheiro. O deputado Jorge Picciani, ex presidente da Assembleia, de sua cela já ameaçou matar o ex governador Antony Garotinho, que está algumas celas depois. Sérgio Cabral, ex governador, continua recebendo informações privilegiadas, ao ponto de ameaçar um magistrado, falando sobre as atividades da família do juiz que o julgava. Rosinha Garotinha defende o marido, mas não explica como a quadrilha ameaçava quem não lhes dava dinheiro sujo para campanhas políticas mais sujas ainda. Todos dizem que o povo não tem culpa. Tem sim. Escolher esse tipo de bandido para governar um Estado belo e rico, é uma culpa que não se pode tirar do eleitor. Pronto. Falei!
CONFÚCIO E OS NÚMEROS DE TEMER
Michel Temer e Confúcio Moura trocaram muitos elogios ontem, na inauguração do Hospital do Câncer. No privado e no público. Os dois, que foram companheiros na Câmara Federal durante 12 anos, quando Temer presidiu a Casa durante longo tempo e Confúcio cumpriu seus mandatos, se cumprimentaram e não pouparam gentilezas mútuas. Em seu discurso, inclusive, o governador de Rondônia (a quem Temer disse que tem estatura para disputar a Presidência da República, depois que o deputado federal Lúcio Mosquini afirmou que Confúcio poderia sim entrar na disputa presidencial), apresentou números do crescimento do país, desde que Temer assumiu. Os dados são desta semana. A inflação que era de 9,28 em 2916, hoje caiu para 2,54; a taxa de juros, de 14,25 caiu para pouco mais da metade; a produção industrial, que era de 9,8 pontos negativos, hoje é 1,6 positivos, ou seja, cresceu quase 11 por cento; a produção de veículos, que tinha caído no ano passado em 24 por cento, deu um salto de recuperação e hoje chegou aos 28,5 pontos positivos: as exportações saltaram de 73 bilhões para 183 bilhões; as importações subiram de 53 bilhões para 125 bilhões, com a balança comercial positiva de 72 bilhões. O número final, apresentado por Confúcio: o crescimento do país no ano passado foi negativo, de 5,4 por cento e cresceu para 0,3 por cento, ou seja, saiu do vermelho e cresceu mais de 5,7 por cento.
ALTO ASTRAL E DISCURSOS
A bancada federal de Rondônia se esbaldou, durante a visita de um sorridente Temer, certamente aliviado por sair um pouco da pressão de Brasília e vir ao norte, onde foi recebido muito melhor do que em muitas outras regiões do país. Todos os deputados federais discursaram, saudando a obra (senadores abriram mão dos discursos), agradecendo ao governo e especialmente a Temer. Foram pronunciamentos curtos, mas em série, cada um dando seu recado. Foi um evento importante para todos, inclusive para a deputada Marinha Raupp, exatamente no dia do seu aniversário. Assim como outros membros da bancada, ela fez muitos agradecimentos, destacando, mais que tudo, a união das lideranças políticas do Estado em torno da causa do Hospital do Câncer. Fez também elogios rasgados a Temer, com um palavreado como poucos políticos têm se referido ao Chefe da Nação. Mariana Carvalho , oposição a Michel, já tinha dito, pouco antes, que em missões como essas, desaparecem as divergências político partidárias e todos se unem para um objetivo maior. Já Confúcio Moura abriu seu discurso homenageando Henrique Prata, o comandante geral do HC da Amazônia. O governador comparou a velocidade com que trabalha Henrique Prata a um carro de Fórmula 1, enquanto a estrutura estatal é sempre lenta e anda como um Fusca. Elogios, gentilezas, alto astral. Um hospital da grandeza que Rondônia ganhou de presente, mereceu tudo isso. E merece muito mais!
BONECOS DE VENTRÍLOQUO
Nem meia dúzia de gatos pingados protestaram contra a presença do presidente Michel Temer em Porto Velho. Ele veio basicamente trazer três benefícios importantes. O maior deles: inaugurou oficialmente o Hospital do Câncer da Amazônia, uma das mais importantes obras do setor de saúde do Estado. Depois, entregou equipamentos novos ao Hospital Infantil Cosme e Damião. Por fim, assinou Ordem de Serviço para instalação dos “finger”, sistema que liga o terminal às aeronaves e, certamente, dão mais segurança e conforto aos passageiros do aeroporto internacional Jorge Teixeira. Sem qualquer repercussão, alguns poucos tentaram queimar pneus na B 364,perto da Unir, mas ninguém deu bola, apenas no local houve uma irritação generalizada dos motoristas. Tudo bem longe da comitiva presidencial, um ou outro repetia aquelas palavras de ordem que todos já conhecem e que não fazem mais qualquer efeito. Embora com a popularidade cada vez mais baixa, primeiro por sua incompetência mesmo, mas muito por causa da campanha nunca vista contra um Presidente, feita pela mídia nacional, Temer está melhorando o país, ao menos na economia. Quem perdeu espaço, como sindicalistas ineptos, esses sim, são os que mais estão chiando com as reformas. E, é claro, alguns esquerdopatas irracionais. Bonecos de ventríloquo de sempre, que só servem para repetir as desgastadas e desacreditadas palavras de ordem. E são cada vez menos....
A REPERCUSSÃO NACIONAL
Como não houve manifestações dignas de registro contra Temer, parte da mídia nacional acabou destacando a inauguração do Hospital do Câncer, mas dando ênfase ao aspecto político do evento. O UOL (Folha de SP), mancheteou: “Em RO, Temer dá palanque a aliados que exaltam aplicação de emendas liberadas”, fazendo uma ilação de que o dinheiro que Temer liberou à Rondônia, via emendas parlamentares, fez parte do pacote que o livrou de dois processos, ambos não autorizados pelo Congresso. O Estadão deu como título “Devemos Pregar o Amor, diz Temer em Rondônia”, com uma pitada de ironia, mas retratando positivamente o evento. No G1, da Globo, em seu noticiário nacional, ao menos até o final da tarde desta quinta, nem uma linha sobre o evento. Já o G1 regional deu sim boa cobertura, inclusive divulgando transmissão por vídeo, ao vivo, da solenidade no Hospital do Câncer. No site da Band, a inauguração de um hospital que vai atender 1.500 doentes por dia é simplesmente ignorado. Nem uma linha. No Estado de Minas, principal jornal daquele Estado, William Bonner e seus trigêmeos são destaque. Mas nem uma linha sobre Temer em Rondônia. Houve aqui a ali alguma cobertura, mas muito aquém da importância do evento.
UMA PEÇA TEATRAL DE ONZE ANOS
É a mesma peça e o mesmo entendo há mais de uma década! Onze anos depois e 2 milhões de reais já gastos, o esqueleto do Teatro de Ariquemes continua envergonhando a comunidade e provando ser, como tantas obras paralisadas no Estado e Brasil afora, mais um monumento ao desperdício e à ineficiência. O projeto começou a sair do papel em 2006, portanto há onze anos. Andou um pouco e parou. Recomeçou anos depois. Parou de novo. Em 2012, em seu primeiro mandato, Confúcio Moura, que era o Prefeito da cidade quando a construção do Teatro começou e agora comandava o Estado, liberou recursos para que a construção fosse concluída. Não deu. Daquela vez, foi o Tribunal de Contas (olhe ele aí, gente!) quem impediu o andamento da obra, considerando que o edital estava cheio de erros. Mais cinco anos se passaram e nada. Lá está aquele esqueleto, tomado pelo mato e sujeira, com 2 milhões de reais já enterrados. Pela enésima vez, agora se anuncia que o Teatro de Ariquemes, agora, vai ser concluído. Tem dinheiro, foi feita nova concorrência, com a participação de dez empresas, das quais apenas cinco foram consideradas habilitadas e tudo aponta para que a novela, enfim, tenha um final feliz. Mas, é claro, todos que conhecem a história do prédio só acreditarão vendo....
PERGUNTINHA
O nome do governador Confúcio Moura foi citado pelo deputado Lúcio Mosquini, com apoio do Presidente Temer, como possível candidato à Presidência da República. Você votaria no atual governador de Rondônia para comandar o Brasil?
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