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Sergio Pires

KAKÁ NO PÁREO


KAKÁ NO PÁREO - Gente de Opinião

DOENTES NO CHÃO: A MATEMÁTICA

TAMBÉM EXPLICA SITUAÇÃO DA SAÚDE

Tem que se fazer as contas, ir pela matemática simples. Por aí dá para começar a entender as causas da superlotação no Hospital João Paulo II, em Porto Velho, um drama que se mantém há anos e que continuará a existir por tantos outros. O JP tem apenas 147 leitos, sendo dez deles de UTI. Todos os dias, chegam pelo menos uma centena e meia de pacientes vindos do interior. E eles não são a maioria. É da Capital mesmo o maior contingente de doentes. Deu para começar a entender? Vamos fazer outro raciocínio. Nos cinco dias do último carnaval, foram atendidos nada menos do que 984 pessoas, uma média diária de quase 197 internados. Vamos lembrar: só há 147 leitos. Só no período carnavalesco, portanto, já ficaram sem ter onde deitar 50 pessoas por dia. No último final de semana, foram 415 rondonienses atendidos no mesmo hospital. Em apenas três dias, de sexta a domingo. Média: 138 pacientes por dia. Se cada doente ficasse apenas um dia, ainda faltariam, no mínimo, mais três leitos. Mas é claro que num pronto-socorro, onde atende-se casos mais graves, são raros os pacientes que ficam menos de 72 horas internados, alguns semanas, alguns meses.

A matemática explica. O João Paulo atende, por vezes, o quádruplo de doentes que tem capacidade. Na média, mais que dois doentes para cada leito. Mesmo que duplicasse seu tamanho, ou até triplicasse, o único pronto-socorro da cidade não atenderia todo o seu público, hoje. Não há milagre que resolva. Há soluções, algumas paliativas e outras com chances de resolver a questão de vez. Mas, nesse segundo caso, só quando as Prefeituras do interior assumirem seu papel e tratarem seus doentes nas suas cidades. Não dá mais para receber o dinheiro da saúde apenas para comprar ambulâncias e mandar o problema para a Capital. Afora isso, continuaremos apenas fazendo contas e mantendo os muitos doentes no chão. É só fazer as contas.

 

CURSINHO

O comando do consórcio de Jirau precisa, urgentemente, fazer um curso de relações públicas. Ô gente complicada! Nesta semana, durante visita de comissão de senadores, mais um rolo. Até o presidente da Assembleia, deputado Valter Araújo, se irritou com a forma como o grupo e a imprensa foram recebidos em Jirau. Bem ao contrário da turma de Santo Antonio, que recebeu bem a todos.

FAZ JUS AO NOME

Ainda sobre saúde. O barco Hospital Floriano Riva, da Prefeitura, com uma equipe de mais de 40 profissionais voltou ao rio Madeira, para atender a população ribeirinha. É um avanço importante, dando às comunidades mais distantes um tratamento especial na porta de casa. Além disso, o barco faz jus ao nome. Floriano Riva foi um dos grandes médicos que essa terra já teve. Deixou-nos muito cedo.

AQUI É FESTA!

Foi preso grupo de representantes de Prefeituras e mulheres de prefeitos que desviavam dinheiro da merenda escolar para compras pessoais, inclusive perfumes e uísques. Não é crime hediondo? Se fosse nos Estados Unidos, apodreceriam na cadeia. Se fosse na China, iam para o paredão. Mas é no Brasil e todos já estão soltos. Êita nóis!

KAKÁ NO PÁREO

Atualmente secretário geral da Assembleia Legislativa, o ex-deputado Kaká Mendonça pode estar voltando a ocupar sua cadeira em breve. Uma negociação política envolvendo o deputado Lebrão, que poderia assumir uma secretaria no governo Confúcio, abriria a vaga para Kaká. O assunto está andando nos bastidores, mas pode se tornar concreto em breve.

PREJUDICADO

Kaká só ficou fora da ALE por causa do sistema de eleição, que coloca em cargos eletivos políticos que por vezes têm pouca votação. Kaká, representante da região de Pimenta Bueno, teve mais de 13 mil votos. E não levou, enquanto parlamentares com muito menos chegaram lá. A legislação eleitoral ignora quem é bom de voto.

LINHA DE INVESTIGAÇÃO

O grupo de senadores que esteve visitando as obras de Jirau e Santo Antonio, voltou a Brasília com uma certeza: tem muita coisa ainda não explicada na baderna que destruiu o canteiro de Jirau e parou Santo Antonio por vários dias. Não está tão difícil de entender o que houve. Basta uma investigação séria. Ocorreu de tudo, menos revolta da maioria dos trabalhadores. A partir desse raciocínio, deve começar a linha de investigação.

HOMOFOBIA

Jair Bolsonaro, é considerado inimigo número 1 dos gays. Ele é mesmo uma triste figura, um retrógrado, quase um primata, num mundo onde a diversidade e a opção pessoais devem ser respeitadas. Mas, até agora, só fere com suas palavras. O problema é que tem milhões de brasileiros que pensam como ele. Não só pensam, mas também agem. Só no ano passado, 260 gays foram assassinados no Brasil.

IGUAL PARA TODOS

É importante que não se denuncie apenas os crimes contra os gays. A lei tem que valer para todos os cidadãos. O que a sociedade tem que combater e esbravejar é contra o fato de tantos assassinos continuem soltos nas ruas, mesmo depois de condenados. Os assassinos de gays não devem ser considerados mais criminosos do que os que matam centenas e centenas de pobres coitados de todas as idades, sexo, religião e cor no Brasil. Matador tem que apodrecer na cadeia, não importa quem sejam suas vítimas.
 

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Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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