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Sergio Pires

LÚCIA TEREZA, UM FURACÃO QUE FOI EMBORA CEDO DEMAIS


LÚCIA TEREZA, UM FURACÃO QUE FOI EMBORA CEDO DEMAIS - Gente de Opinião

LÚCIA TEREZA,
UM FURACÃO QUE FOI EMBORA CEDO DEMAIS

Já não bastava a sequência de péssimas notícias deste ano que já vai tarde e, antes de ele acabar, lá veio outra, que entristeceu e enlutou o Estado. A morte da deputada Lúcia Tereza, uma das figuras mais queridas da política rondoniense, respeitada, atuante e bem humorada, pegou de surpresa a todos. Embora fumante inveterada, ela parecia estar bem. Além do seu trabalho incansável, da sua atuação de décadas na vida pública, nos últimos anos ela ainda enfrentava, dentro de casa, um drama muito duro: cuidava, com todo o carinho, do marido, afetado pelo Mal de Parkinson. Lúcia Tereza entra para a História da Amazônia: foi a primeira mulher, em toda a região, a ser eleita para comandar uma Prefeitura. Foi no início da década de 80, na pequena Espigão do Oeste, que ela ajudou a transformar numa comunidade progressista e importante no contexto de Rondônia. Duas vezes Prefeita, quatro vezes deputada estadual, Lúcia era um furacão. Não no sentido destrutivo, mas no que faz com que sua passagem seja sempre lembrada. Sempre falando alto, dizendo palavrões (não os poupava), rindo e falando tudo o que pensava, a deputada falecida certamente deixa por aqui uma pequena legião de amigos, fãs e admiradores.

Na última eleição municipal em Espigão, ela cansou de dizer não para os insistentes convites para tentar um novo mandato. Falava que não tinha mais idade para gerir uma Prefeitura e que poderia ajudar muito sua cidade, com uma atuação destacada na Assembleia. Nas comissões e nas sessões da Assembleia, suas palavras eram sempre positivas, de crença nessa terra, de união em torno dos maiores objetivos de Rondônia. É uma pena que Lúcia Tereza tenha morrido tão cedo. Poderia dar ainda muita da sua experiência, do seu bom humor, da sua alegria e dos seus gritos, misturados à fumaça de um cigarro atrás do outro, a todos que a admiravam. Foi cedo demais, essa personagem inesquecível da política do nosso Estado.

LÚCIA E CASSOL

Claro que a morte da parlamentar deixou a todos que a conheciam extremamente tristes. O presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, foi um dos que mais sentiu a perda da colega, porque Lúcia era o ponto de alegria, que conseguia ajudar a contornar crises, com suas piadas e brincadeiras, mesmo em momentos de tensão. Todos os demais parlamentares registram com pesar a morte da deputada. Mas, no mundo político, certamente quem mais sentiu a perda foi o senador e ex governador Ivo Cassol. Eles eram não apenas companheiros de partido, mas também muito amigos. Cassol e Lúcia Tereza eram parceiros políticos, mas mais que tudo, tinham uma convivência alegre e harmoniosa. Quando governador, ouviu-se, nas antessalas, as risadas de Cassol, quando ouvia a histórias, piadas e até palavrões de sua amiga. O senador foi um dos primeiros a registrar com nota oficial a perda de Lúcia Tereza.

ANDERSON E SEU JEITO

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Quem assume a vaga de Lucia Tereza, é o presidente do sindicato dos agentes penitenciários do Estado, Anderson Pereira. O estilo dele é completamente diferente do da deputada a quem vai substituir. Sindicalista, desde que entrou para o comando da entidade, Anderson tem sido uma pedra no sapato do governo, dos deputados, dos poderes. Briga, xinga, exige e protege seus companheiros. Eventualmente exagera e acaba colocando a categoria sob maus olhos, ante a coletividade. Mas não pode se tirar dele o mérito de liderar uma categoria que luta muito por seus direitos, embora devesse também se preocupar bastante com seus deveres. Anderson será, sem dúvida, uma nova voz na Assembleia. Não é do tipo que passará sem deixar seu nome registrado na história do parlamento rondoniense. Anote e cobre depois...

SÓ UMA MULHER

Com a ascensão de Anderson Pereira, a Assembleia abrirá seus dois últimos anos com duas mudanças. Anderson Pereira assume na cadeira da falecida Lúcia Tereza e o empresário Geraldo de Rondônia, de Ariquemes, vai ocupar o posto de Glaucione Rodrigues, a prefeita eleita de Cacoal. Por coincidência, duas mulheres sendo substituídas por dois homens. A representação feminina no parlamento rondoniense, agora, se restringirá à deputada de Vilhena, Rosângela Donadon. Ela se tornará, a única voz feminina numa Assembleia Legislativa com 20 parlamentares homens.  A representação delas já era pequena e agora, então, ficará reduzida a apenas uma deputada. É realmente uma pena.

DANIEL COMANDA

Durante duas semanas, Rondônia tem novo governador. Daniel Pereira está no comando da administração estadual até o início de 2017. Confúcio Moura vai dar um tempo, descansar um pouco e recarregar baterias para voltar à batalha no seu penúltimo ano de Governo. O destino das pequenas férias do Governador titular não foi divulgado. Portanto, não se sabe se ele ficará no Estado ou vai fazer uma curta viagem. Daniel Pereira, que tem se mostrado um vice atuante, assinou seu primeiro decreto, determinando para 2 de janeiro, uma segunda-feira, o feriado de instalação do Estado, do dia 4. A decisão do governo é sempre antecipar para a segunda anterior, qualquer feriado que caia no meio da semana. O 2017 já será cheio de feriadões em meios de semana. Antecipar a data para não interromper o trabalho no meio da semana, portanto, foi uma medida prudente e correta.

SAMU ABANDONADO

Abandono. Faltando pouco mais de uma semana para troca de comando na Prefeitura, a estrutura de atendimento do SAMU na Capital continua ruim. Por um motivo simples. A maioria  das ambulâncias está estragada, sem condições de uso. E parece que nada está acontecendo. Numa cidade com os graves problemas como Porto Velho, onde o trânsito a cada hora manda um para o hospital, como a Prefeitura já não tomou as medidas necessárias para colocar toda a frota andando, para atendimento da população? Os próprios servidores da saúde, que atuam no SAMU, estão protestando contra a situação, embora não publicamente, porque são eles que sofrem os protestos, quando o atendimento demora. É uma vergonha que não se conserte viaturas para atender o público, ainda mais viaturas importantes como o do serviço de atendimento móvel à saúde. E ainda mais nessa época do ano, onde os perigos são ainda maiores...

PERGUNTINHA

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Será que depois desse ano terrível, ao menos o Papai Noel terá pena dos brasileiros e nos trará um Natal um pouco  menos tenso e com algumas notícias boas?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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