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Sergio Pires

NÃO HÁ LEI QUE ACABE COM A COVARDIA CONTRA AS MULHERES


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NÃO HÁ LEI QUE ACABE
COM A COVARDIA CONTRA AS MULHERES

Que país é esse? A pergunta é ampla, as respostas são múltiplas. Somos, entre outras coisas, a terra dos discursos e das muitas  leis que raramente funcionam. Faz-se campanhas, levanta-se teses, busca-se soluções megalomaníacas e...quase nada é praticado, na vida real. Tudo empaca na execução das leis e na impunidade, que campeia nesse país. Por exemplo, a questão dos bandidos que massacram as mulheres. Maridos, namorados, ex, vizinhos, tarados, homens rejeitados, eles agem com violência, domínio, são canalhas, covardes do pior tipo. Quando sentam no banco dos réus, cabeça baixa, com bons advogados, tentam transmitir uma imagem de fragilidade e medo. Falso. É apenas mais um tom da covardia que os domina. Saem geralmente impunes (embora nesse quesito, há que se reconhecer que existem  magistrados que cumprem sua missão de colocar esses anormais atrás das grades) e o exemplo da impunidade incentiva que outros continuam estuprando, ferindo, matando. O procurador Héverton Aguiar comanda uma campanha no Estado de conscientização da violência contra a mulher. Esse é um bom caminho, o da conscientização. Já que as leis são figurativas, pode ser que pelo caminho da educação, as coisas melhorem. Temos que mudar! Em um ano, de março de 2014 a 2015, Héverton lembra: morreram mais mulheres assassinadas no Brasil do que na violenta guerra da Síria.

Os números não mentem. No período de 12 meses, 3.300 mulheres foram brutalmente assassinadas neste Brasil. A grande maioria por seus companheiros ou ex companheiros. Algumas, ficarão numa cadeira de rodas o resto de suas vidas. Como aconteceu com a mulher que deu nome à Lei Maria da Penha ou uma rondoniense, Dayana Carolina, de Rolim de Moura. Esfaqueada uma dezena de vezes por seu ex, ela está paraplégica. O canalha covarde foi preso, mas a tendência é que em breve esteja nas ruas de novo, para tentar matar outra mulher. Tomara que a luta do dr. Héverton dê resultados práticos. Porque, se dependermos das pífias leis brasileiras, que se preocupam sempre com o bandido e não com suas vítimas, estamos ferrados!

UM EX PROMOTOR PROTESTA

Há mais sobre o mesmo tema: Lenio Luiz Streck atuou 28 anos no Ministério Público. Sabe o que está falando e conhece as entranhas da instituição. Suas duríssimas críticas às medidas anticorrupção, propostas pelo MP e com apoio de mais de 2 milhões de brasileiros, estão num espetacular artigo publicado na mídia. Tem que ser lido: http://www.conjur.com.br/2016-mar-03/senso-incomum-pacote-anticorrupcao-mpf-fator-minority-report. É daqueles textos que, quem ignorar, é porque não compreende a democracia e só a aceita quando ela lhe beneficia. Não vamos nos enganar: algumas medidas que o MP quer impor ao país são positivas. Mas outras são absurdas, perto do doentio e, pior, práticas só utilizadas em regimes ditatoriais. Quem não acredita, que veja o vídeo de Mimesse e o texto do Lenio Streck.  Eles estão na mídia e são públicos. Depois, a gente pode conversar de verdade sobre combate à corrupção nesse país, onde a democracia recém está saindo do berço...

IGNORÂNCIA SEM LEITURA

Ferreira Gullar não era de esquerda. O petismo tentou sepultá-lo vivo, como lembrou um cronista, ao falar sobre a morte dele, no domingo, aos 86 anos. Não conseguiu. Ele também não era de direita. Ele era livre de pensamento. Nem um lado, nem o outro. Ferreira Gullar foi um dos maiores poetas brasileiros e um dos mais criativos talentos da nossa cultura. Morreu desconhecido pela juventude, que não sabe mais ler e que adora escrever besteiras na internet, com erros grosseiros de Português. Claro, quem não lê, não sabe escrever. Quando o MEC disse que o importante era se fazer entender, começou a sepultar os poucos Ferreira Gullar que ainda restavam nesse país. Estamos emburrecendo, cada vez mais.

DITADURA DE UMA DEZENA

Por falar em educação, não é possível que não haja autoridade para tomar alguma medida contra a meia dúzia (são seis mesmo, não é retórica) e quatro professores da Unir de Rolim de Moura, que invadiram salas e impedem as aulas normais. Nas assembleias de alunos, apenas os 10 votam pela manutenção das invasões. Outros 400 votam contra, mas o grupelho, em nome da sua ideologia e não importando o prejuízo que está causando aos seus colegas, continua se achando dono da Universidade. São essas ditaduras minoritárias, que consideram que a democracia existe só quando os beneficia, que mandam ainda em vários locais do Brasil. A canalhice chega ao extremo. Onde estão as autoridades, para acabar com essa sem vergonhice?

SÓ ESPECULAÇÕES

Uma semana após o previsto, o prefeito eleito Hildon Chaves ainda não anunciou seu secretariado. Vários nomes já foram escolhidos, mas oficialmente nenhum deles foi anunciado. Faltando três semanas para a posse, Hildon tem se preocupado mais em saber como estão as condições da Prefeitura que ele vai comandar e fazer contatos com a bancada federal e autoridades de Brasília, do que falar na sua equipe. Além disso, não se sabe também quais são os primeiros atos preparados pelo novo Prefeito, tão logo passe o 1º de janeiro. Comenta-se que ele quer abrir sua administração com um mutirão de limpeza da Capital, mas nem o próprio Hildon Chaves confirma. Ele, aliás, que na campanha teve grande espaço na mídia, tem falado muito pouco com a imprensa. Tomara que não seja assim durante seu governo...

CONSELHOS SEM NADA

Certamente um dos problemas que Hildon Chaves terá que resolver tão logo assuma, é a caótica situação dos cinco Conselhos Tutelares da Capital. Todos estão em péssimas condições, em termos de estrutura física e de apoio para deslocamentos. Falta de viaturas, de combustível, banheiros entupidos; falta até  papel higiênico nas sedes dos Conselhos. Uma das duas viaturas – são só duas – chegou a ficar seis meses sem poder ser utilizada, porque quebrou e a burocracia infernal não permitiu que fosse consertado logo. Conselheiros denunciam também que já fizeram inúmeros apelos e encaminharam dezenas de pedidos pedindo solução, mas a Prefeitura, até agora, não os atendeu. Mais uma dor de cabeça para Hildon Chaves...

PERGUNTINHA

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Você apoia o ministro Marco Aurélio, do STF, que determinou o afastamento de Renan Calheiros, como presidente do Senado ou acha que foi uma decisão exagerada?

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