Domingo, 17 de julho de 2011 - 05h36
O governador Confúcio Moura trabalha duro, anda pelo Estado, anuncia obras e projetos, batalha e, nesses primeiros seis meses de governo, já apresentou muitos resultados positivos. Da porta para fora, seu governo anda e avança. Mas Confúcio está com problemas dentro de casa. A equipe que escolheu para abrir a administração vem sendo constantemente mudada, inclusive em setores vitais como a saúde e a educação. Seu partido, o PMDB, apesar de ter participação no poder com muitos nomes, não está ocupando alguns postos vitais, de maior visibilidade. Peemedebistas de alta esfera garantem à coluna que o clima entre o partido e o governador que ele elegeu é dos melhores. E que, em pouco tempo, se verá “a cara do PMDB” como mote da administração Confúcio Moura. Até pode ser. Mas que não é o que parece, não é.
Confúcio gosta de conversar, de dialogar, de ouvir. Alguns membros do seu governo, que não o conhecem tão bem, imaginam que isso possa ser sinal de fraqueza. Nos últimos dias, acontecimentos totalmente inesperados, incluindo uma tentativa de um servidor em ser atendido pelo chefe na marra, demonstram que, nas entranhas, está mais que na hora do governador dar uma porrada na mesa e deixar bem claro quem manda e quem deve obedecer. No próprio Palácio Presidente Vargas, há uma bomba relógio fazendo tic tac há horas, prestes a explodir. Em casos assim, até pelo seu temperamento, o governador vai empurrando o problema com a barriga. Quem conhece os meandros do poder, avisa: ou ele toma as rédeas da estrutura palaciana agora ou não conseguirá mais. Depois da explosão, fica difícil juntar os pedaços. Quem avisa...
EXPEDITO ESPERA
A decisão final do ex-senador e presidente regional do PSDB, Expedito Júnior, em se candidatar à Prefeitura de Porto Velho em 2012, depende apenas da Justiça. Se ele for liberado e tiver mantido seus direitos políticos, como seus advogados e parceiros acreditam que acontecerá, Expedito confirmará sua candidatura. Antes disso, não decide nada em relação ao assunto.
INJUSTIÇADO
Expedito teve grande prejuízo na disputa pelo governo do Estado. Estava liderando, até com alguma facilidade, em todas as pesquisas de opinião, quando a Justiça Eleitoral anunciou que ele não poderia disputar a eleição. Quando houve decisão em contrário, liberando o nome do ex-senador, já era tarde. Muitos dos seus eleitores imaginavam que ele não concorreria e mudaram o voto.
ALÍVIO GERAL
Mais uma boa nova no caso da PEC da Transposição. Em reunião liderada pelo senador Valdir Raupp, foi informado aos rondonienses que ela atingirá os servidores até 1991. Temia-se, inicialmente, que a vantagem seria apenas para os que estavam no quadro federal quando Rondônia foi transformado em Estado, em 1982. Alívio geral, já que a Transposição atingirá muito mais gente.
INATIVOS
Uma questão pendente é relacionada com os aposentados e pensionistas. No texto final da PEC, eles ficaram de fora. Mas há gente do meio jurídico e no sindicalismo local que acredita que há direito adquirido e que, quando a Transposição deveria valer, os que hoje estão fora da ativa teriam que ser beneficiados. E tem atéhoje. É causa que vai acabar nos tribunais, sem dúvida alguma.
RAPIDEZ PARA ELES
Perto de 600 presidiários – a grande maioria homens e menos de uma centena de mulheres – terão direito a deixar a cadeia, graças à lei que alterou o Código Penal, é claro para apenas beneficiar quem praticou crime. No meio de tanta gente, há, certamente, casos de presos que já deveriam ter sido soltos e que são injustiçados. Mas na grande maioria, a tendência é que saiam às ruas como grande risco à sociedade. Aqui e em todo o Brasil.
SERIA PEDIR DEMAIS
As autoridades competentes estão correndo para soltar o máximo de presos possível, para aliviar a pressão das superlotadas cadeias. Não se fala em construir mais presídios para manter os bandidos por lá, mas em soltá-los. Pena que não haja rapidez alguma para proteger as vítimas e para ajudar as famílias que ficaram órfãs. Mas, pedir isso, no Brasil, seria pedir demais.
CASCA GROSSA
Gays, lésbicas e simpatizantes estão inconformados. O deputado Jair Bolsonaro, arquiinimigo dessa turma toda, nem sequer responderá por falta de decoro parlamentar, na Câmara Federal. O PSOL tentou, mas a decisão é que Bolsonaro tem direito a opinar sobre o que quiser, como parlamentar. Ou seja, a briga entre o deputado casca grossa e os homossexuais ainda vai longe.
LINGUAGEM DE CAMPANHA
Por falar nisso, a questão dos gays e lésbicas será usada, com força, contra a ex-senadora Fátima Cleide, quando ela se lançar candidata do PT à Prefeitura. Os adversários vão bater pesado, dizendo que foi a única coisa que Fátima fez no Senado. Injustiça, é claro. Ela foi, por exemplo, autora do projeto da PEC da Transposição. Mas isso os adversários não vão dizer, é claro.
PERGUNTINHA
Será que a Seleção de Mano Menezes vai longe?