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Sergio Pires

O jeitinho e a impunidade formam a raiz do mal


O jeitinho e a impunidade formam a raiz do mal - Gente de Opinião 

 
O JEITINHO E A IMPUNIDADE FORMAM A RAIZ DO MAL
 
Que lições tragédias como as de Santa Maria podem trazer para nosso Brasil? Além da dor, do luto, da surpresa terrível da mão da morte, caindo sobre jovens saudáveis e felizes, ficam muitas perguntas. Fica também a convicção que só mudando as coisas na raiz, na essência, se poderá evitar que tais eventos dantescos se repitam e que muitas outras vidas jovens sejam ceifadas. Qual, então, a raiz que deve ser transformada para impedir que as tragédias se sucedam, seja no trânsito, seja nas ruas, pelos criminosos que matam jovens às dúzias; seja em eventos públicos sem segurança, que roubam a juventude de dezenas de pouco mais de meninos e meninas? O mal começGente de Opiniãoa pela impunidade, pelo desrespeito às leis, pela doentia prática do “jeitinho” brasileiro, pela corrupção, onde se sabe que, mesmo que se faça tudo errado, no final, as coisas podem até dar certo. E é claro que não dá. As quase 240 mortes de Santa Maria são a prova clara disso. O desrespeito à legislação, a falta de alvarás, a falta de saídas de emergência, o desrespeito com a vida alheia, a certeza da impunidade, tudo isso leva a um caos, num país enorme, com uma amálgama de povos e personalidades, onde só o império da lei pode controlar as coisas com justiça.
 
Bandidos matam cruelmente e são tratados como vítimas. As vítimas são tratadas como seres descartáveis. No trânsito, bêbados chacinam famílias inteiras e nada lhes acontece. Nos grandes eventos, ouve-se muitos discursos, sob o estigma de muita irresponsabilidade. Não há como ter um país sério e decente sem que as leis sejam duras e que sejam aplicadas com o mesmo rigor para todos. Enquanto o jeitinho brasileiro nos governar, em todos os níveis de poder e no meio do povo, o drama de Santa Maria ainda vai se repetir muitas vezes.
 
 
 
VOLTANDO...
 
Após pouco mais de dez dias de férias, a coluna volta ao normal a partir desta quarta. Vamos abordar muitos temas da política e da violência, que, aliás, já se mostrou terrível nestes primeiros dias do ano que recém começou. A esperança é de que, tudo de ruim que poderia ter acontecido neste ano, já tenha esgotado suas criações maldosas. Estamos de volta, cheios de esperança de que 2013 melhore daqui para a frente. E que as tragédias parem por aqui.
 
 
RACHÃO?
 
Estava demorando! Durante os últimos oito anos, a bancada federal, pelo menos para o público externo, se esforçava em falar a mesma linguagem. Foi um longo período de paz. Mas, nos últimos dias, começaram a pipocar críticas aqui e ali. O alvo principal, a poderosa deputada Marinha Raupp, a mulher dos 100 mil votos. Espera-se que a crise seja logo superada, porque a bancada federal de Rondônia já é frágil. Dividida, então, não tem chance alguma de conseguir qualquer benefício ao Estado. É bom que todos pensem nessa direção...
 
 
LAVANDO AS MÃOS
 
Rondônia viveu também um fim de semana sangrento, com violência sem fim. Crianças e jovens foram as principais vítimas. Vários assassinatos, alguns com requintes de crueldade e brutalidade absurda. É assim que os assassinos agem. Sabendo que não há lei para puni-los com o rigor que merecem pelos crimes que cometem, deitam e rolam, riem da nossa cara, destroem nossas crianças e jovens, destroem as famílias e as autoridades competentes continuam lavando as mãos.
 
 
NO ABISMO
 
O PT de Rondônia está com sérios problemas e o de Porto Velho, quase à beira do abismo. Rachado, o partido ficou praticamente sem lideranças importantes. O grupo do ex-prefeito Roberto Sobrinho não tem diálogo algum com o de Fátima Cleide e, obviamente, vice e versa. Há ódios contidos, raivas acumuladas, troca de críticas duras e inimizades definitivas. Está na hora do comando nacional do partido entrar na jogada, antes que o PT se esfacele e perca todo o espaço que conquistou em Rondônia.
 
 
ATÉ QUE ENFIM!
 
Couro de qualidade, comparável até ao argentino. Um rebanho de quase 12 milhões de cabeças de gado. Venda de apenas dois milhões de couros e assim mesmo para a China, que é quem beneficia o produto, gera emprego e renda. Nem ICMS Rondônia recebe do couro exportado. Por isso, a mobilização da Assembleia Legislativa, através do deputado Luiz Cláudio, com todo o apoio do presidente Hermínio Coelho, de incentivar a criação de um pólo de aproveitamento do nosso couro, aqui mesmo, é das mais elogiáveis.
 
 
INDUSTRIALIZAÇÃO
 
O presidente do Movimento Pólo Atacadista de Rondônia, Willy Marques dos Santos, esteve com Luiz Cláudio, tratando da criança de um projeto que visa obter auxílio para promover ações e atividades para implantação de uma área específica para a industrialização de calçados, bolsas, vestuário, moveleiro e demais acessórios relacionados ao couro no Estado. Parcerias com o Senai de Franca, em São Paulo e da região do Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, maiores produtores de calçados do país, fazem parte do planejamento. Finalmente, nosso couro de qualidade pode gerar emprego e renda por aqui mesmo...
 
 
PERGUNTINHA
 
Quando acontecerá a próxima tragédia, para deixar perplexos os brasileiros, por incompetência e negligência das autoridades em eventos de grande porte?
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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