O PAÍS CHORA A PERDA DE MILHARES
DE JOVENS NO TRÂNSITO SANGUINÁRIO
Não há como traduzir, em palavras, a dor da família do jovem Emerson Teotônio, de 23 anos, morto em acidente de trânsito no centro de Porto Velho, no último final de semana. Não há como medir a dor de inúmeras famílias, Brasil, afora, que perdem todos os dias seus filhos, irmãos, netos, sobrinhos, amigos. Emerson foi apenas mais um, nesta estatística horripilante, que tira a vida dos nossos jovens tanto quanto se estivéssemos numa guerra fraticida. É sempre bom lembrar que as vítimas fatais no trânsito neste país, a cada ano, chegam perto dos 50 mil americanos mortos durante 10 anos da guerra do Vietnam. Em Rondônia, apenas no primeiro trimestre do ano, foram registradas 1.300 vítimas do trânsito. Mais de 433 ao mês, 14,5 por dia; dois feridos a cada hora. E não somos diferentes do restante do Brasil, onde as rodovias federais e estaduais, além das avenidas e até ruas secundárias, tornaram-se máquinas mortíferas, tirando vidas como se todos tivessem sido encostados num paredão e fuzilados sumariamente. Pais, mães, irmãos, avós, todos choram perdas de adolescentes e dos que recém estão começando sua vida. Não há lágrimas suficientes para todos.
O resumo da trágica ópera é comum aqui e em todas as demais regiões do país. E os números assustadores também. Em Porto Velho, mais de 90 acidentados que dão entrada por semana no Pronto Socorro João Paulo II, em 80% dos casos, são vitimados nos finais de semana. Causas? Excessos de bebidas alcoólica, imprudência e alta velocidade. Dos que sobrevivem, muitos ficam com sequelas, porque sofrem fraturas expostas e muitas vezes traumatismo craneano, com danos por vezes irreversíveis. Nove em cada dez acidentados estava numa moto. Já sabemos porque tudo isso acontece. Não temos, contudo, competência para ao menos amenizar esse drama nacional. Quantos milhares de jovens ainda terão que morrer até que consigamos achar o caminho para salvar suas vidas?
ESTOPIM QUEIMANDO
Gravações telefônicos, despesas não comprovadas, superfaturamento, indícios de desvios de recursos públicos: tudo isso está na mira da nova operação que está sendo preparada pelo Ministério Público e Polícia Federal em Rondônia. Não se sabe ainda porque ela não foi desencadeada, já que está sendo preparada há meses. Há indícios de que será muito mais abrangente e pesada do que a Operação Termópilas. Não se sabe até onde os tentáculos da operação chegariam. Mas o pavio da bomba está queimando...
DECISÃO LÁ EM CIMA?
Como previsto, Fátima Cleide, está usando suas ótimas relações políticas em Brasília para tentar conseguir, de cima para baixo, um acordo com o PMDB. Com um peemedebista como seu vice. O tema já está na pauta do presidente do PT nacional, Rui Falcão, que vai conversar com o presidente do PMDB, o rondoniense Valdir Raupp. Tudo o que está sendo preparado por aqui pode não se concretizar, apesar do diretório municipal do PMDB reafirmar que não abre mão da indicação do médico José Augusto a Prefeito. Nos próximos dias se saberá mais detalhes do assunto.
PRIORIDADE REAL
Com seu mandato dedicado às minorias – principalmente os índios – o deputado federal Padre Tom, do PT, não tinha ainda feito algo que merecesse destaque em sua atuação parlamentar. Agora sim. Saiu em defesa de 10% do PIB para investimentos na educação. Padre Tom soma-se a vozes respeitadas neste país que consideram que a educação tem que ser prioridade na prática e não só no discurso. E tratada como coisa séria. Quem sabe com mais dinheiro, a educação não seja mesmo a redenção do Brasil?
NÃO AGUENTA
Tem coisas que nem os aliados de primeira hora aguentam mais. O presidente nacional do PMDB e senador de Rondônia, Valdir Raupp, criticou duramente o governo federal pela demora na execução de projetos como os das pontes do rio Abunão, ligando Rondônia ao Acre e a binacional Brasil-Bolívia. Em entrevista à TV, Raupp bateu duro na ineficiência da União em dar andamento a projetos anunciados há mais de uma década.
DÍVIDA COBRADA
Raupp não economizou nas críticas e exigiu que pelo menos as duas obras, de vital importância para a região, sejam finalmente começadas. Sua paulada vão ter repercussão em Brasília. Afinal, ele comanda o maior partido do país, aliado ao governo. Pode-se ainda somar às críticas do senador, obras nunca realizadas como a duplicação da BR 364 e várias outras, há tanto tempoprometidas, mas jamais realizadas. Rondônia tem mesmo que começar a cobrar a dívida que a União tem para com o Estado.
TENDÊNCIA NA ALE
Bem informado, o site rondoniagora prevê que pelo menos quatro parlamentares vão votar pela absolvição de Valter Araújo, quando chegar a hora da decisão da Comissão Processante. Três outros estariam em dúvida. E que a maioria vai votar mesmo pela perda de mandato. O que o poderoso site não tem ainda informação – até porque ninguém sabe – é como ficarão os casos dos demais denunciados na Termópilas. A tendência é que só Valter seja exemplarmente punido. É apenas um estudo de futurologia? É também, mas a tendência dentro da ALE parece ser essa mesma.
PERGUNTINHA
Quando começarão a rolar cabeças, além da de Demóstenes Torres, dos políticos de todos os escalões, enrolados até o pescoço nas falcatruas de Carlinhos Cachoeira?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)