Opinião de Primeira - 04/07/14

UM FIO DE ESPERANÇA DE QUE ESTE PAÍS AINDA TEM JEITO

Joaquim Barbosa deixa o STF para entrar para a História. E que História!  Negro e pobre, deu duro a vida toda até chegar onde chegou. Passou por todos os desafios com grande espírito de luta e dedicação. Os rastros que deixou sempre foram de respeito e competência. No STF, mostrou a alguns dos seus colegas, que eventualmente se esquecem do que são e o que representam, para agradar este ou aquele setor da sociedade, como deve agir um magistrado do Judiciário, ainda mais no mais alto cargo que algum homem público dessa área possa sonhar em atingir. No julgamento do Mensalão, antes, durante e depois, enfrentou com coragem as pressões, as ameaças - inclusive físicas - as agressões verbais, a truculência, tanto de gente de fora como de gente de dentro da maior tribunal do país. Aposentou-se com onze anos de antecedência, porque ficou impressionado com a truculência, a parcialidade, a intimidação e as ameaças de todos os lados que recebeu, por ter tido independência e por ter colocado um grupo de ladrões do colarinho branco atrás das grades. Só por isso, há uma multidão que acha que Joaquim Barbosa já mereceria estátuas país afora.

Sabe-se que Barbosa vai fazer uma grande falta no Supremo. Era, de certa forma, um ponto de desequilíbrio, num tribunal onde a maioria dos seus colegas têm alguma ligação com o poder político. Mesmo indicado pelo ex presidente Lula, Joaquinzão nunca se prestou a agradecer a nomeação, mudando suas convicções. Pelo contrário, transformou-se numa dor de cabeça para os governantes de plantão e seus aliados mensaleiros. Muitos brasileiros esperam que Joaquim Barbosa não saia da vida pública. Sua passagem pelo STF deixou um pequeno, mas sólido fio de esperança para milhões de pessoas, de que este país, nas mãos certas, ainda pode ter jeito.

IVONE AO SENADO

A decisão foi oficializada. Ivone Cassol, esposa do senador Ivo Cassol, será mesmo candidata ao Senado pela coligação PP/PR/PROS e aliados. Com isso, a coligação leva para disputa nas urnas duas mulheres, com sobrenome famoso em Rondônia. Jaqueline pilota campanha ao Governo e dona Ivone corre pela única vaga ao Senado. A terceira mulher da família Cassol, Karine, não entra mais na disputa. Ela vai ser uma das coordenadoras da campanha da mãe. Dona Ivone é lançada para ser, certamente, a principal adversária do atual senador Acir Gurgacz, que tenta a reeleição. Será uma disputa complicada!

DIAS DIFÍCEIS

Falando ao jornalista Mário Quevedo, em Vilhena, o governador Confúcio Moura confessou que teve dias muito difíceis, até que se fechassem as alianças partidárias. Fiu muita tensão e conversas políticas muita vezes até duras. Também aproveitou, já que estava no sul do Estado,  para homenagear seu novo vice, Daniel Pereira, que começou sua carreira como sindicalista e político naquela região. Confúcio disse que Daniel é  “um político hábil, produtivo. Oriundo do Cone Sul, será um grande benefício para a região, caso tenhamos sucesso na campanha”, elogiou.

SÓ BOATO

Durante a quinta-feira, uma forte boataria percorreu o Estado e rapidamente se espalhou. Dizia que Confúcio teria trocado Daniel Pereira pelo empresário Mário Português, que seria seu novo parceiro de chapa. Nada se confirmou. Tanto do lado do PMDB e seus aliados quanto de Daniel Pereira e do próprio Português, todos se apressaram a desmentir. Ou seja, foi apenas mais um daqueles boatos surgidos do nada e, assim como começou, desapareceu. A dobradinha Confúcio/Daniel, estava mantida. Pelo menos até a noite desta quinta.

CARNIFICINA NAS RUAS

Foram 64 feridos no trânsito que deram entrada no João Paulo II, no último final de semana. Três mortes, incluindo uma anciã de 82 anos e uma jovem de 19 anos. As bebedeiras correram soltas, com as comemorações da vitória do Brasil contra o Chile. Depois do jogo de hoje, quantas vítimas teremos nas ruas da nossa cidade? E ainda deve-se somar o carnaval fora de época, que começou na sexta e vai até domingo. Nos fins de semana, há uma carnificina no trânsito, tanto na Capital como no interior.

ABERRAÇÃO

Nesta semana, um incidente em Porto Velho, envolvendo a PM e um grupo de jovens acabou com um deles ferido com um tiro de bala de borracha na cabeça. Comoção, protestos e ofensas aos policiais nas redes sociais. No Brasil, parte da mídia está criminalizando a PM e muitos governantes de plantão se unem a essa aberração. Quando se vai saber os detalhes da ocorrência, fica-se de cabelos em pé. Os jovens agrediram uma pessoa covardemente e, quando a polícia chegou, foi atacada.

REAGIR À ALTURA

Por quê acontece isso? Porque quem comete algum delito, seja qual for,  não respeita e sabe que seus direitos são muito maiores do que os direitos de quem deve fazer cumprir a lei. Então, que pelo menos se reponha a verdade. Pode ter havido excessos? Claro que pode. Mas enquanto baderneiros tratarem a PM como se ela não fosse o braço policial da lei, essas cenas de violência vão se repetir. A polícia tem que saber agir. Mas quando atacada e desrespeitada, tem que responder à altura.

PERGUNTINHA

Quantas centenas de atendimentos a cardíacos serão feitos a mais que o normal, durante o jogo desta sexta, entre Brasil e Colômbia, pela Copa do Mundo?