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Sergio Pires

Opinião de Primeira - 05/09/13


TEM SIM COISAS BOAS, NO EMARANHADO
DE MÁS NOTÍCIAS QUE NOS CERCA

 

A crítica à classe política é dura e, na grande maioria dos casos, justa. Os políticos brasileiros, no geral, têm feito ouvidos moucos para o povão. Daria para escrever não um só livro, mas uma enorme e triste enciclopédia, se formos contar algumas das piores histórias da recente trajetória da vida pública neste país e em cada recanto dele. Criticar, cobrar, bater duro e exigir dos políticos retidão, resultados, seriedade, verdade é mais que justo, de parte dos cidadãos e das cidadãs brasileiras. Mas seria o cúmulo de injustiça, o absurdo da burrice, o virar as costas para os bons exemplos, quando não se elogia as coisas boas. Em Rondônia, onde boa parte da classe política está sob o tiroteio da opinião pública, não seria correto ignorar que algumas medidas práticas e justas, dignas de elogio, estão em andamento. Destaque-se duas delas, vindas, uma do Executivo, outra do Legislativo. O anúncio do governador Confúcio Moura em reduzir secretarias, cortar mais de 1.840 CDS e diminuir salários, inclusive o seu, é um tema que merece o respeito da sociedade. A economia de 50 milhões de reais anuais que o Governo pretende atingir é boa notícia, no emaranhado de coisas ruins que nos tem cercado, aqui e em outras regiões do país.

 

Do mesmo tamanho, se tem que valorizar e destacar a compra de 30 ambulâncias, com dinheiro economizado pela Assembleia Legislativa. O presidente Hermínio Coelho não só anunciou que comprará outras 22 ambulâncias para entregar a Prefeituras que não as receberam nesta fase, como ainda avisou que pretende chegar a uma economia entre 40 milhões e 45 milhões de reais por ano. Não se pode negar que as duas ações são altamente positivas e que, sem dúvida, reaproximam a classe política da coletividade. Tomara que tenhamos muito mais boas novas, daqui para a frente!

 

 

 

 

MEDIDA DESMESURADA?

 

Parte de um texto, assinado pelo médico Hiran Gallo, representante rondoniense no Conselho Federal de Medicina, sobre a chegada dos médicos estrangeiros e, principalmente, dos cubanos: "e se esses “estrangeiros” não tiverem a competência anunciada? E se eles não estiverem preparados para agir em situações de urgência ou emergência? E se não entenderem a fala dos seus pacientes e, por isso, errarem em seus diagnósticos e prescrições? E se, numa conjunção infeliz e indesejável, alguém perder a vida ou ficar sequelado? São tantas possibilidades reais que nos fazem questionar se a medida não foi desmesurada".

 

PROFUNDA REFLEXÃO

 

Hiran Gallo continua, falando sobre o regime análogo ao de escravidão  a que os cubanos serão submetidos: "por outro lado, não menos grave, é a decisão unilateral de rasgar compromissos internacionais e aceitar que práticas coercitivas e limitadoras dos regimes ditatoriais aconteçam em território nacional, sob o nariz da Justiça. O caso dos “médicos importados de Cuba” nos faz avançar perigosamente no território do vale tudo. É assim que resolveremos nossos problemas, dando abrigo às agressões aos direitos individuais e humanos?". São perguntas que merecem, ao menos, profunda reflexão.

DOIS MESES

Ontem completaram-se 60 dias que três vereadores de Porto Velho estão atrás das grades.  Marcelo Reis, Eduardo Rodrigues e Jair Montes foram pegos no primeiro dia da Operação Apocalipse, em 4 de agosto e até agora, apesar das inúmeras tentativas de seus advogados de soltá-los, foram mantidos na cadeia pela Justiça. Não fosse uma manobra corporativista na Câmara, eles já poderiam perder o mandato, por falta às sessões. Mas, por enquanto, continuam com seus cargos.

RACHÃO

Afinal de contas, como ficará o PT de Rondônia, a partir de agora? Tem lideranças, tem nomes conhecidos, mas terá votos? Roberto Sobrinho, Fátima, Padre Ton, Epifânia Barbosa, Anselmo de Jesus, a prefeita Sonia Cordeiro, de Jaru, o prefeito Padre Franco, de Cacoal, são referências do partido. Mas estão rachados, um grupo querendo destruir o outro. O PT sempre foi muito unido e isso é que o fortaleceu. Mas e agora, com essa racha todo? Quem se salvará?

ENTROU NUMA FRIA

O Supremo entrou numa fria. Lavou as mãos e disse que quem deveria decidir pela cassação de deputados condenados - a começar por Donadon - era o plenário. Depois da lambança, e em decisão monocrática, o ministro Luis Roberto Barroso mudou tudo. Determinou a nulidade da sessão que manteve o mandato de Donadon e disse agora que o que vale é a decisão da Mesa Diretora e não do plenário. Zona total. Quem vai entender quando o Supremo toma uma decisão e poucas dias depois muda tudo?

PORTAS FECHADAS?

O pessoal da cultura e do esporte está chiando. Se com a Secel como secretaria as coisas já eram complicadas, imagina-se agora, com a extinção dela. Líderes dos movimentos culturais e aqueles que tinham grandes esperanças de que o esporte seriam mais incentivado, estão preocupados e assustados. As portas se fecharão? O governo garante, contudo, que em termos de iniciativas nessas duas áreas, nada vai mudar. Na verdade, se não piorar, já está bom. Porque, até agora, muito pouco se pode comemorar nessas duas áreas.

PERGUNTINHA

Até quando o Brasil vai conviver com a ridícula situação em que um dos seus parlamentares é presidiário e não se sabe quem decide sobre a cassação ou não dele?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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