Opinião de Primeira - 10/11/15

ENTRE A TEORIA
BEM INTENCIONADA E A REALIDADE CRUEL

O assassinato do médico Alexandre Muller (foto), por seu próprio filho, ainda é tema de debates acirrados, opiniões controvertidas e apaixonadas. A maioria das discussões tem se concentrado na família, em sua desestruturação, na necessidade de se ter mais atenção aos filhos e aprender a educá-los corretamente. Não estão enganados os que pensam assim. Estão certíssimos, porque na célula familiar é que se podem encontrar respostas e soluções para muito do que está acontecendo no país. Aliás, essa teoria é defendida com unhas e dentes, há décadas, por pessoas de bom senso, que querem ver a violência toda que nos assola – e muitas vezes começa dentro de casa – senão acabada, ao menos diminuída. É mais ou menos o que se ouve em relação à educação. Os discursos, sempre corretos e eivados de argumentos incontestáveis, apontam que ela é a única saída para quase tudo, num país amalgamado e complexo como o nosso. Nada a contestar, porque as teorias geralmente são puras, bem intencionadas e de bom senso. O problema delas é que são isso: teorias. No geral, não se transformam em prática. Como o Brasil é o país onde se acha que tudo se resolve com jeitinho, poucos são os que defendem rupturas bruscas, medidas drásticas, tomada de posição com aparência de falta de sentimento e desumanidade.

Proteção a assassinos cruéis, direitos humanos só de bandidos, impunidade doentia aos “dimenor” que transformaram o país num centro de sucessivas tragédias; facilidades a criminosos para que deixem as cadeias em pouco tempo, geralmente muito piores do que entraram, tudo isso contesta os discursos bem intencionados e mostra a triste realidade. Estamos nas mãos do crime. E contra isso ou agimos com dureza ou nos entreguemos aos bandidos, porque eles não discursam e nem defende teorias. Eles matam! 

NÃO TEMOS TEMPO!

 A verdade é que não se combate violência apenas com palavras. As teorias podem sim mudar o mundo (já o mudaram muitas vezes), mas há casos em que elas demoram décadas a fazer efeito. No Brasil, não temos mais tempo. Ou ataquemos o problema agora ou vivemos mais duas gerações sob o tacão do medo. Cadeia, penas duríssimas, prisão perpétua para assassinos (como Suzane Von Richthofen e o filho que matou o Dr. Alexandre), sem direito a benefícios, são as únicas saídas. Podemos falar bonito, mas a vida real tem mostrado que precisamos agir com dureza. Com a impunidade campeando, só com conversa, não vamos  lugar nenhum no combate à brutalidade...

PORTUGUÊS INDECISO?

O empresário Mário Português repetiu muitas vezes que está fora da política, que não quer mais saber dela, que vai se dedicar apenas às suas empresas. Mas, desde que concorreu à Prefeitura, há três anos, Português nunca foi tão assediado. Por onde anda, tem sido pressionado a voltar a concorrer no ano que vem. A situação chegou a tal ponto que o coração do poderoso empresário anda balançando. Quem não quer nem ouvir falar no assunto são pessoas da sua família. Até quando Mário Português vai se manter fora da corrida pela Prefeitura da Capital é o que não se sabe...

APROVAÇÃO RECORDE

O prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires, vive situação semelhante. Se depender da sua família, ele não concorre em 2016. Ele tem dito a alguns amigos mais próximos que pode mesmo não ir à reeleição, mesmo com uma aprovação recorde para um Prefeito rondoniense. Fala-se também que ele teria feito um acordo político e que apoiaria eventualmente  a candidatura do deputado federal Marcos Rogério, no ano que vem. Jesualdo seria o candidato do grupo político ao Senado, em 2018. O futuro dirá se tudo isso é real ou só conversa de políticos...

FALTA COMBINAR..

O grupo ji-paranaense, com muitos aliados, vai mesmo jogar todas as cartas no nome de Acir Gurgcaz para o Governo, em 2018. Tudo já estaria combinado. Acir iria para o Governo. Jesualdo para o Sendo. Airton Gurgacz seria o nome o grupo para a reeleição na Assembleia, de olho na Presidência da Casa. O sonho ideal o grupo teria Acir no Governo e seu tio comandando o parlamento. Claro que por enquanto  é tudo apenas exercício de futurologia, mas sem dúvida baseado e possibilidades reais. Agora, só falta combinar com o eleitor. O resto está tudo arrumado!

VIDAS PERDIDAS

Qual o elo trágico entre a jovem estudante de agronomia Glaucia Pinheiro, de 24 anos e o juiz federal Herculano Nacif,52 anos? Eles são apenas mais duas vítimas fatais do trânsito louco em Rondônia. Glaucia morreu quando a camioneta em que estava bateu de frente num outro carro, no centro de Vilhena. Nacif morreu na temida BR 364, perto de Mutum Paraná. Além deles, várias outras vidas perdidas e dezenas de feridos ocorreram apenas neste final de semana, aliás, como em todos os outros. Vários bêbados também foram presos. Vidas jovens, gente madura, crianças, idosos: o trânsito está acabando com milhares e milhares de pessoas em todo o país. Lamentável!

 PERGUNTINHA

 Com a inflação disparando neste final de ano, com o desemprego crescente e a crise econômica perto do descontrole, por que só a situação da Presidente Dilma e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, são as pautas principais no país?