TOLERÂNCIA ZERO PARA OS BÊBADOS: NAS
RUAS, A DEFESA IMPORTANTE DA VIDA
Ainda é pouco, mas já é um pequeno avanço. Comissões do Senado aprovaram mudanças profundas na legislação do trânsito, principalmente aquela que dá abrigo a meliantes, a criminosos, a irresponsáveis, que enchem a cara de cachaça, cerveja, uísque ou seja lá o que o diabo mandar e saem às ruas, com seus carros, para matar ou morrer. A primeira decisão é a chamada tolerância zero, em que não haverá mais a permissão de que o motorista beba só um pouco e depois dirija. A partir disso –e é claro, se a lei passar pelo plenário e for promulgada – acabou o argumento de que “um copinho de cerveja” não faz mal. Faz sim. Mas melhor que tudo, muito melhor, é a nova posição do Congresso em relação à comprovação de que alguém está bêbado apenas pelo uso do bafômetro. O equipamento será dispensado. Caso o suspeito não queira fazer o teste, alegando que a Constituição lhe dá o direito de não produzir provas contra si mesmo, isso já será considerada uma espécie de confissão. Com testemunhas e outros exames, ficará comprovado, legalmente, que o doidão está mesmo com a cara cheia. E ele responderá a isso perante a lei.
Ainda a um longo caminho a percorrer, mas estamos dando o primeiro passo. Faltam penas duríssimas para quem dirigir bêbado e matar no trânsito. Faltam dispositivos que determinem que o motorista bêbado terá que indenizar as famílias de suas vítimas. Falta, é claro, ainda coragem da classe política para defender as vítimas e os mortos e não os que cometem crimes. O que anima um pouco é que as constantes tragédias registradas país afora e os 42 mil mortos só no passado – 610 em Rondônia – mexeram um pouco com o inerte Congresso. A continuar assim, quem sabe um dia não teremos uma legislação que ponha os criminosos longo tempo nas cadeias e que proteja suas vítimas?
IRRESPONSABILIDADE
Reportagem nacional que apontou o Hospital João Paulo II como o pior do Brasil foi de uma irresponsabilidade impressionante. Em qualquer lugar do Brasil, seja nas grandes cidades, seja nas pequenas, a situação de muitos hospitais é muito pior do que a do principal pronto socorro rondoniense. Tem problemas graves? Claro que tem. Mas daí a ser considerado o pior dos piores, vai uma grande distância.
INTERESSES
O que se pode perguntar, a essa alturas do campeonato, que interesses estão por trás de denúncias como essa, de exageros desse nível? Certamente não o são os interesses maiores da população. Ouve-se, em vários setores, protestos e repúdio à inconsequência da avaliação. O João Paulo II tem graves problemas, mas pelo Brasil afora há situações muito piores.
BEM DIFERENTES
São estilos diferentes. Quando governador e atacado, Ivo Cassol corria à imprensa para se defender e contra atacar. Não deixava passar nada. Confúcio Moura é diferente. Tem sofrido duras críticas do seu adversário e nem ele e nem sua tropa de choque entraram em campo para responder. Cassol gosta de uma confusão. Confúcio prefere combater as críticas com o que considera resultados positivos do seu governo.
É BOA A TÁTICA?
Nesta semana, em andanças pela imprensa, antes de voltar aoSenado, Cassol usou câmeras e microfones para atacar duramente seu sucessor. Bateu forte, chamou para a briga, “enticou” como dizem os gaúchos, mas do Palácio Presidente Vargas não veio, pelo menos até ontem, nenhuma resposta. Pode ser que a estratégia seja deixar o ex-governador falando sozinho. Mas, do jeito que Cassol fala, pode não ser uma boa tática.
É SÓ CHARME?
Não há clima para que o Supremo não aprove a Lei Ficha Limpa para 2012, até porque causaria uma comoção nacional. Mas os ministros adoram holofotes e querem fazer charme. O relator já considerou que a Lei é legítima e deve valer a partir desta próxima eleição. Mas um pedido de vistas adiou a decisão final. Mais algumas semanas para que o STF resolva oficialmente um caso que já está resolvido.
NÃO DECOLA
O PDT, ainda sem candidato viável para a Prefeitura de Capital, uniu-se a pequenos partidos para anunciar uma aliança para o ano que vem. O partido não consegue decolar aqui no Estado, embora tenha uma liderança importante como a do senador Acir Gurgacz, que, aliás, vem realizando um trabalho bastante positivo no Congresso. Só que em Rondônia o PDT dele não sai do mesmo lugar. Há muito tempo.
PODRIDÃO
Sem que a banda podre da política seja expulsa, que a estrutura de segurança seja lavada com Omo Total, não dá para se pensar em diminuir a criminalidade no Brasil. Quando policiais aceitam dinheiro de traficantes para protegê-los de outros policiais, é porque a coisa está feia mesmo. Isso aconteceu no Rio de Janeiro, essa semana. Há necessidade de uma depuração generalizada nas polícias. Não seria agora uma boa hora para começar?
PERGUNTINHA
O ex-presidente Lula também vai definir quem será o nome petista para 2012 em Porto Velho?