EM APENAS SETE ANOS, A ARRECADAÇÃO
DE IMPOSTOS QUASE TRIPLICOU NO BRASIL
A indústria brasileira vive seu inferno astral, com quedas na produção e no número de empregos todos os meses. O comércio está crescendo menos do esperado. O setor de serviços ainda vai bem, mas lá na frente, também pode sofrer os reflexos da crise que já nos atinge. Só dois setores no país vão muito bem: os bancos e o governo, maior arrecadador de impostos do mundo. Mesmo com todos complexos problemas que a economia mundial enfrenta e começam a deixar setores nacionais preocupados, a arrecadação de impostos no país bate recordes todos os meses. Só neste ano, segundo o Impostômetro, criado em 2005 pela Associação Comercial de São Paulo, já entraram para os cofres públicos nada menos que 800 bilhões de reais. Para se ter ideia, em 2005, ano de lançamento do Impostômetro, a arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais chegava a apenas 380 bilhões de reais. Sete anos depois, prevê que 2012 fechará com novo recorde: mais de 1 trilhão e 600 milhões de reais. Só a diferença a mais sobre 2011, representa pouco menos que toda a arrecadação do primeiro semestre de 2005.
Em sete anos, portanto, a arrecadação de impostos no Brasil quase triplicou. Parte disso deve-se, por questão de justiça, ao sistema de arrecadação e fiscalização, que foi muito aprimorado. Mas o exagero fica por conta da mais alta carga tributária do mundo, sem que o brasileiro veja sequer parte disso revertido em seu benefício. Prova disso é a situação da saúde pública, da educação, das rodovias, da falta de segurança, do caos que atinge vários municípios. O governo brasileiro, nos últimos anos, especializou-se em arrecadar. A continuar assim, pode até matar a galinha dos ovos de ouro, para sustentar sua obesidade mórbida. Mas, lá em cima, entre os poderosos, quem está preocupado com isso?
OLHO NA CONTA
Briga de foice no escuro: já começou, também na área do Judiciário, a briga pela decisão sobre a agência de publicidade que cuidará da conta da Assembleia Legislativa. A batalha envolve pelo menos oito empresas do setor e a batalha ferve nos bastidores. Todos de olho numa verba anual de mais de 9 milhões de reais. Hoje, a agência PNA responde pela conta do legislativo estadual. A disputa é acirrada, os interesses envolvidos são muitos e a verba é atrativa. Tem todos os ingredientes para haver muita discussão e já estão havendo recursos judiciais. Nos próximos dias, se saberá quando será anunciado quem venceu o certame.
ESPINHO NA GARGANTA
O secretário de segurança, Marcelo Bessa, não é moleza. Ele e sua equipe estão dando duro na criminalidade. Mas há um espinho daqueles bem grandes, atravessado na garganta do comandante da Sesdec.São as quadrilhas, superorganizadas, bem informadas e fortemente armadas que estão espalhando o terror em pequenas comunidades do Estado. Realizando assaltos cinematográficos, levando pânico às populações ordeiras. Está na hora da Sesdec pegar essa gente. Eles não vão parar...
PRIVILEGIADOS
O serviço de inteligência da PM e Civil têm que agir unidos. Porque há um aspecto óbvio nesses crimes violentos. Os bandidos têm informações privilegiadas. Sabem quais cidades serão abastecidas, quando, conhecem os horários dos carros fortes que vão levar dinheiro à essas agências-alvo, enfim, sabem tudo. Inclusive que não há policiamento para enfrentar um grupo com armamento pesado. A polícia tem que colocar as mãos nos informantes dos bandidos. O resto não será tão difícil de resolver.
CÂMERA LENTA
A campanha em Porto Velho não tem jeito de deslanchar. Quase duas semanas depois do lançamento das candidaturas, parece que não haverá sucessão municipal em outubro. São nove os postulantes, que ainda estão cumprindo trâmites junto à Justiça Eleitoral. Se a eleição fosse hoje, pelo menos meia dúzia teria chance real de chegar ao segundo turno. O eleitorado ainda não se envolveu na disputa. Não há qualquer sintoma de favoritismo para esse ou aquele nome. Tudo está acontecendo, ainda, em slow motion...
TIRO NO PÉ
A greve dos ônibus, mais uma vez em ano eleitoral e sempre contra os interesses da população, pode ser um tiro no pé para o setor organizado do transporte coletivo. Há movimentos claros para a criação de um sistema paralelo para o setor, através de vans e lotações, serviços alternativos. Foi assim como os mototaxistas. Quando os ônibus não funcionam, abrem espaço para outros meios de transporte. É o que já se desenha em Porto Velho. Motoristas e cobradores, em breve, terão que se preocupar não só com seus salários. Mas, principalmente, com seus empregos.
CARA DE PAU
Aconteceu em Pimenta Bueno: um servidor da Prefeitura colocava no bolso todo o dinheiro do Bolsa Família destinado a uma senhora muito carente. Descoberto, o homem teve a cara de pau de ir na casa da sua vítima para pedir desculpas. Não deu certo. Na Delegacia, depois de descoberto o golpe, o funcionário público prometeu devolver o dinheiro, que desviou durante um ano. Espera-se que o malandro seja punido exemplarmente e que seja defenestrado do serviço público. Imagine-se, Brasil afora, quantos casos parecidos com esses não poderiam estar acontecendo...
PERGUNTINHA
Quem entre todos nós, devolveria 20 mil reais achados na rua, como o fez um casal de moradores de rua em São Paulo?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)