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A TRANSPOSIÇÃO É DIREITO NOSSO, MAS
A UNIÃO IGNORA E NÃO PÁRA DE ENROLAR
Fez certo o governador Confúcio Moura em não aceitar passivamente a enrolação vergonhosa imposta a Rondônia pelo Ministério do Planejamento, no caso da transposição dos servidores. O governo começou a executar o plano, com Confúcio assinando as primeiras regras estaduais para oficializar a medida. Não há mais argumento nem como empurrar com a barriga e, mesmo assim, os representantes do governo federal continuam fazendo corpo mole, negando um direito líquido e certo que queremos ver transformado em realidade. E i
mpedindo uma economia anual de quase 700 milhões de reais aos cofres rondonienses. O assunto se arrasta há anos e anos e, enquanto outros estados em situação de igualdade conosco, há muito já receberam os benefícios da transposição, nós aqui continuamos sendo tratados como se não fizéssemos parte do Brasil. E que as leis que serviram para outros estados, para nós não tem valor algum. Nem a palavra empenhada e nem a assinatura da presidente Dilma Rousseff, que oficializou a Transposição no ano passado, serviu para sensibilizar seus subordinados e nada, absolutamente nada, foi feita na prática, até agora. Então, o governo rondoniense começou a mexer no abelheiro.
Na contrapartida dessa situação esdrúxula que o governo central nos impõe, estão questões como a da dívida impagável do Beron, que, na realidade, já foi paga há muito tempo, mas que a União exige mais quase duas décadas de “mensalidades”. Ou da até hoje não explicada “tomada” da antiga Ceron, pela Eletrobras, causando enormes prejuízos ao nosso Estado. Quando a questão o beneficia, o governo brasileiro sabe muito bem como cobrar o que acha que tenha a receber, mesmo que seja injusto e absurdo. Mas, na hora de cumprir suas obrigações, aí sim, coloca o direito líquido e certo que temos, dentro do labirinto da burocracia. Por isso Confúcio agiu. E por isso merece o apoio de todos os rondonienses.
TEM SAÍDA
A burocracia infernal é, também, uma grande inimiga da saúde pública. Tudo nessa área deveria ser visto como urgência e emergência. É claro que dispensa de licitações e outras medidas, favoreceriam os bandidos, e os há em número cada vez maior. Mas não seria uma solução criar uma comissão especial, com representantes do governo, do Ministério Público, da OAB, do Conselho de Medicina e do Tribunal de Contas, para decidir sobre compras imediatas e soluções rapidíssimas quando se tratasse de saúde? Seria. Mas poderia dar muito trabalho. Então, opta-se por deixar como está.
INSUPORTÁVEL
A violência voltou com tudo. Nessa semana, em meio dia, três pessoas foram assassinadas em Porto Velho. Todas jovens, todas por motivos fúteis. A vida humana está perdendo cada vez mais o seu valor, até perante a lei, que está posta para proteger quem mata e não quem é vítima. Desse jeito, vamos acabar, aqui e em todo o País, partindo para a bestialização. Todos vão se armar para se defender, porque já os que não acreditam que a Justiça será feita quando alguma vida é perdida no tiroteio da violência. Não dá mais para suportar!
MAPA DA DESTRUIÇÃO
Ontem, a nova secretária de Obras da Prefeitura de Porto Velho, Miriam Saldaña, reuniu-se com representantes do Dnit. O tema principal da pauta foi a recuperação de pelo menos uma dezena de ruas completamente destruídas na zona leste, com o trânsito de caminhões desviados na BR 364. O Dnit, a princípio, queria recuperar apenas as ruas principais atingidas, mas Miriam levou um mapa mostrando que várias outras, secundárias, também ficaram em estado de penúria. Atitular da Semob avisa: o que o Dnit não fizer, a própria Prefeitura vai resolver. De novo, porque já havia asfaltado praticamente todas as ruas agora destruídas.
O QUE É DESUMANO?
Só pode ser creditado ao exagero na redação, nota da OAB que considera “desumano” o trabalho dos servidores do Judiciário, num horário corrido de sete horas. Com salários bastante razoáveis para a realidade dos pobres brasileiros, trabalhando no ar condicionado e num ambiente da melhor qualidade, os funcionários da Justiça podem ter tudo, menos tratamento desumano. Não é crível que uma entidade séria como a OAB tenha feito tal afirmação.
E ISSO, O QUE É?
Certamente a OAB não sabe como é a vida de um operário brasileiro, cheio de filhos, morando numa favela, pendurando-se em ônibus geralmente superlotados, chegando tarde e madrugando para não perder o serviço e ainda ganhando salário mínimo. Como esse tipo de tratamento deveria então ser chamado? Quem sabe se a OAB tratasse mais da realidade nacional. Saberia definir melhor o que é desumano?
TÁTICA DE GUERRILHA
Os assassinato brutais em Buritis se sucedem. Só nesse mês, foram 22 mortes violentas, seis delas numa chacina terrível. Por trás de tudo, a principal suspeita envolve conflitos agrários e a presença da violenta Liga dos Camponeses Pobres, a famigerada LCP. Nas áreas onde a LCP atua, polícia não entra. Uma das últimas vítimas foi um homem suspeito de ser o responsável pelo treinamento de guerrilha aos membros do grupo, Nonato Gonçalves Pereira, conhecido como Professor. Vêm mais mortes por aí. Buritis é hoje a área mais violenta de Rondônia.
PERGUNTINHA
Será que nesta sexta-feira 13, vamos ter o azar de descobrir mais mutretas, sacanagens e desvio de recursos públicos neste país de tantas crendices e malandragens?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)
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