NA ÚLTIMA HORA, NA TERRA DO
JEITINHO, TUDO VAI DAR CERTO!
A quantas andamos em relação à Copa do Mundo de 2014, exatamente daqui a dois anos? Como nós, brasileiros, deixamos tudo para a última hora e fazer as coisas nas coxas é nossa especialidade, pode ser até que tudo funcione. Quem sabe? Até porque esse país é habituado a conseguir resultados surpreendentes, mesmo quando tudo aponta que teríamos um grande fracasso. Com relação à Copa, andamos em passos de cágado. As obras dos estádios vão lentamente, em slow motion, como aqueles gols repetidos várias vezes em transmissões do futebol. Algumas andam menos, outras menos ainda, outras estão paradas. Mas, para esse quesito, não há dúvida que daremos um jeito. Lugar pra festa, mesmo que superfaturado e sem utilidade para o futuro, é conosco mesmo. Os problemas maiores – e esses sim, podem nos envergonhar perante o mundo – são nossos aeroportos horríveis, alguns com novos puxadinhos; o sistema de transporte terrível das nossas cidades; a falta de infraestrutura; a falta de leitos em hotéis, todos caríssimos e com serviço ruim, enfim, é aí que corremos algum risco. Sem contar, é claro, com o principal de tudo: não temos ainda sequer um vislumbre de time para tentar ganhar a Copa na nossa casa.
Mas, vamos que vamos, Brasiliiillll! Se os africanos conseguiram terminar seus estádios quase na enésima hora, nós, muito mais desenvolvidos que eles, podemos deixar tudo para a hora final. Se nos criticarem, não terá problema. O pessoal da Globo, que adora ser ufanista, vai apregoar que demos um show na Copa, não importa o que aconteça. Se cairmos na primeira fase, arranjaremos alguma desculpa muito boa, podemos ter certeza. Se algum turista reclamar dos serviços e dos hotéis, dos aeroportos ou estradas, poderemos dizer que eles devem dar graças a Deus por não terem sido assaltados e mortos. Enfim, desculpas teremos. Na última hora, nessa terra do jeitinho, tudo vai dar certo!
DOBRADINHA?
Importantes assessores do presidente da Assembleia, Hermínio Coelho, trabalham duro para que ele entre de cabeça na campanha pela Prefeitura. E que tenha a seu lado, como vice, a jovem vereadora e médica Mariana Carvalho. A informação sobre a dupla – que, se formada, seria daquelas difíceis de ser batidas – circula com força nos meios políticos. Resta saber se Mariana toparia. Ela tem dito que prefere concorrer à reeleição à Câmara do que ser vice. Mas, em política, nada é definitivo. Até ontem, Mariana reafirmava que é pré-candidata à Prefeitura.
NAS PESQUISAS
Miguel de Souza, Lindomar Garçon e Mauro Nazif, não necessariamente nessa ordem, continuam formando o trio com maior força nas pesquisas. Hermínio Coelho só entrou agora, portanto só se saberá como ele anda junto ao eleitorado da Capital na próxima pesquisa. Mário Sérgio, que ainda sonha em reunir os partidos nanicos em torno do seu nome, ainda não decolou.
DEFINIÇÃO
Entre outros nomes, Dalton di Franco, do PDT, entrou há pouco e não se sabe qual sua performance, até agora. Mariana Carvalho aparece bem em todas as pesquisas, inclusive com a mais baixa rejeição. Fátima Cleide também está bem colocada, mas tem rejeição maior. Portanto, não dá para fazer qualquer previsão, em relação a quem será o futuro prefeito de Porto Velho. A definição mesmo, para o eleitorado, começa a partir de meados de agosto.
NÃO TEM FIM
Pela imprensa, o deputado federal Moreira Mendes e o procurador do Ministério Público Federal, Reginaldo Trindade, travam um debate sobre a produção rural e as áreas indígenas. Moreira quer um debate político sobre o tema. Reginaldo defende que a decisão é apenas técnica, porque está na Constituição, claramente, a forma como se definir áreas indígenas. Moreira defende uma ampla discussão sobre o tema. Reginaldo quer que a Constituição seja cumprida como está. É assunto que vai render grandes polêmicas, ainda. É como a batalha dos ambientalistas com os produtores. Não tem fim.
RARIDADE
O Judiciário e o Ministério Público, em grande parte de seus membros, defendem que as áreas devem ser entregues aos índios. Decisões nesse sentido – lembremo-nos do caso Raposa Serra do Sol, em Roraima – abundam em todas as instâncias brasileiras. Por aqui, houve uma exceção. Indígenas queriam que grande parte do município de Candeias do Jamary fosse transformada numa aldeia. Uma liminar impediu o absurdo e agora, em instância superior, a Justiça Federal confirmou que Candeias tem direito de continuar existindo. Ufa!
ESTÁ PIORANDO
Depois da decisão do governo federal em acabar com a ponte sobre o rio Madeira em Abunã, foram os moradores do bairro da Balsa, em Porto Velho, que decidiram parar com as obras da outra ponte, a que liga os dois lados do Madeira perto do porto da Capital. Sem receber as indenizações prometidas pelo Dnit (sempre ele!), mais de 170 famílias decidiram interromper os trabalhos, no início da semana, da única obra que vem sendo realizada dentro do cronograma, nessa terra de Rondon. Assim, a coisa fica preta mesmo!
PERGUNTINHA
Se católicos e evangélicos têm feriado no meio da semana, porque não fazer o mesmo para espíritas, budistas, judeus, muçulmanos e tantas outros religiões?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)