INVERSÃO: PRESO CUSTA O DOBRO DE ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO
A impressionante inversão de valores no Brasil não causa indignação nem nas autoridades e nem na população, embora ocorram absurdos tão complexos que, fosse noutro país de um povo mais consciente, certamente poderiam causar terremotos em termos de protestos da sociedade. Um caso bem típico dentro deste contexto é quanto custa um preso e quanto custa um estudante. Segundo o site R7, ligado à Rede Record de Televisão, um presidiário numa penitenciária federal, dessas de segurança máxima, custa ao contribuinte nada menos do que 3.312 reais mensais. E um estudante universitário, que faz parte do grupo de brasileiros que podem ajudar a transformar o seu país, custa menos da metade: 1.498 reais. Para o professor da USP, José Marcelino de Rezende Pinto, o investimento é feito da maneira errada. Ele diz que há uma total inversão de prioridades. “Uma educação de baixa qualidade obviamente deixa o jovem sem horizonte, despreparado. O jovem não vê alternativa. Aí, de outro lado, você tem um apelo muito forte com a questão das drogas”, lembra ele.
O que os especialistas debatem, na essência, é que o brasileiro é pouco competitivo e tem menos chances, exatamente por falta de educação. Quanto mais escolas, mais crianças e jovens estudando, menos presídios se precisaria construir. Não é o que acontece. Com uma educação ruim, sem acesso a todos, com os traficantes e o crime organizado adotando e dando oportunidade a crianças e adolescentes, não há como não superlotar as cadeias, enquanto as escolas continuam perdendo espaço. Para se ter idéia do que tudo isso representa, no final do ano passado o Brasil tinha mais de meio milhão de presos. Quase 270pessoas na cadeia para cada 100 mil habitantes, uma média muito acima dos países que seguem a lógica de investir muito mais na educação do que em presídios.
OLHA ELA AÍ!
Há risco de volta da inflação? É sempre bom a gente se precaver. Primeiro, porque ela já chegou aos 5,3%, bem acima das previsões otimistas do início do ano. O crescimento do país, que chegou a ser anunciado com até 4%, já está caindo na real e hoje não passa do 1,5%. A crise econômica internacional chegou sim, embora o governo brasileiro tenha agido bem e protegido a economia nacional. Mas a situação ainda é complicada. Portanto, caldo de galinha e controle de gastos não fazem mal a ninguém...
LÍDER CONSOLIDADA
Mariana Carvalho reassumiu sua cadeira na Câmara de Vereadores, onde fica até 31 de dezembro e era só sorrisos. Foi, segundo a unanimidade no meio político, a grande vencedora do pleito de 7 de outubro, logicamente depois dos finalistas Mauro Nazif e Lindomar Garçon. Do alto dos seus 41.672 votos, Mariana começará 2013 como uma nova liderança consolidada na Capital e está com seus caminhos abertos tanto para buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa como na Câmara Federal. Começou desacreditada e deu um show nas urnas.
APOIO QUENTE
Mariana, é claro, teve grandes méritos pessoais. Fez uma campanha limpa, em todos os sentidos e bateu na tecla do novo. Teve, contudo, apoios importantes. Um deles, o do deputado Hermínio Coelho, presidente da Assembleia e que, com o seu novo partido, o PSD, foi aliado de Mariana. Hermínio acompanhou a jovem candidata em muitas reuniões, pediu votos para ela e a apoiou dentro do possível. Como tem um eleitorado cativo na Capital, certamente ajudou de alguma forma na expressiva votação da sua aliada.
OBVIEDADE
O candidato Lindomar Garçon, do PV, disse que não pretende pedir o apoio do PT para o segundo turno em Porto Velho. Foi sábio, porque mesmo que pedisse, não levaria. Os petistas querem apoiar Mauro Nazif por vários motivos, mas um deles, especialmente, bem prático. Caso ele for o eleito na Capital, assume seu suplente, o petista Anselmo de Jesus, que é de Ji-Paraná e não foi reeleito no ano retrasado. Portanto, não importa o que diga o comando do PT, a decisão já foi tomada desde que se anunciaram os nomes para o segundo turno.
AÇÃO E REAÇÃO
Depois de 81 policiais assassinados covardemente em São Paulo, a mando, segundo as denúncias, de criminosos que dão as ordens de dentro dos presídios, começou a reação. Dezenas de bandidos de quadrilhas, menores assassinos e suspeitos de envolvimento nas mortes dos PMs e civis estão sendo caçados e mortos. É a guerra civil, que começou no Rio de Janeiro há quase duas décadas e que se espalha pelo país inteiro. Chegou com tudo à maior cidade do país. Só o governo e o Congresso fazem questão de não ver que há uma guerra sanguinária nas ruas.
NENHUM DOS DOIS
O empresário Mário Português, que ficou em quarto lugar na disputa em Porto Velho e chegou a mais de 37 mil votos, também fez boa estréia na política. Quer mais, daqui para a frente. E, ao falar com a imprensa, não mudou seu estilo. Bateu forte nos adversários e avisou que não apóia nem Nazif e nem Garçon no segundo turno. Vai fazer carreira solo daqui em diante e pode disputar de novo em 2014. Esperemos para ver quais os futuros passos do agora novo líder político do PPS.
NOVOS PLANOS
Fátima Cleide e o PT têm futuro em Porto Velho? Neste momento, parece que não. Mas o partido é muito forte, tem o comando do país, tem a maior liderança política da história recente (Lula), um programa ideológico popular e seus programas sociais beneficiaram milhões de brasileiros e milhares de rondonienses. Fátima pensa no futuro, assim como o atual prefeito Roberto Sobrinho, outra grande liderança do partido na Capital. Os dois certamente vão estar concorrendo em 2014. A que, ainda não se sabe.
PERGUNTINHA
O que vão dizer ao eleitorado os candidatos Garçon e Nazif para convencê-los a votar num ou noutro, durante o horário eleitoral gratuito que recomeça hoje à noite?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)