PARTO NORMAL A QUALQUER CUSTO: GRANDE RISCO PARA AS MAMÃES
A ordem viria de cima: a equipe médica e de enfermagem teriam que esperar até a vigésima quinta hora e fazer o possível e o impossível para que as mamães tenham parto natural. E não só na Maternidade Municipal de Porto Velho. Em todo o país, a determinação é essa. Cesariana, não! Reverteu-se um recente quadro dantesco, quando a grande maioria dos partos eram por cirurgia. Se saiu de um extremo muito ruim para outro, muito perigoso. Há dias, ocorreu o primeiro caso fatal na Maternidade Mãe Esperança. Talita Carvalho de Oliveira (na foto), de 27 anos, suspeita-se - e o Ministério Público está investigando - que morreu por não ter sido atendida corretamente. Outras mães recentes, têm denunciado nas redes sociais que sofreram horrores dentro da Maternidade. O assunto é público, com os denunciantes dando nome e sobrenome. O caso de Symonne Costa, por exemplo, é de assustar. Ela relata: "tive uma gravidez de alto risco e não podia ter parto normal. Me forçaram e tive ruptura uterina. Tive que fazer uma cirurgia às pressas no Hospital de Base e fiquei uma semana na UTI. Eu poderia ter morrido e deixado órfãs meus dois filhos".
Depoimentos como esses estão todos os dias também na imprensa (a TV Candelária/Rede Record está dando ampla cobertura), mas os procedimentos, ao que se sabe, não mudaram. Embora a Maternidade tenha feito mais de 1.350 partos neste ano e apenas um óbito tenha sido registrado, o volume de reclamações é grande. Muitas mães fazem questão de ir à mídia para contar o que passaram. As autoridades da saúde precisam sentar, conversar e mudar o que está errado. Na Maternidade, todas as mamães têm que sair caminhando, bem e felizes, com seus filhos no colo. Lá não é lugar de mãe sofrer e muito menos morrer...
BOMBEIROS A MENOS
Desde a horrível tragédia de Santa Maria, quando mais de 240 jovens morreram no incêndio de uma boate, os bombeiros em todo o país receberam ordens duras para fiscalizar tudo. Incluindo empresas. Só que, é claro, a maioria dos quartéis não estava preparada para isso. Em Porto Velho, por exemplo, existe apenas um engenheiro-bombeiro. E ele que tem que dar a palavra final sobre todos os laudos onde estão havendo as vistorias técnicas. Só para se ter ideia: hoje há pelo menos 400 laudos atrasados.
LISTA DE ESPERA
Como as empresas precisam do alvará dos bombeiros para funcionar e não sofrer multas, elas aguardam ansiosas a liberação dos laudos feitos. A fiscalização vai de projetos de incêndio em áreas acima de 700 metros quadrados à construção de hidrantes, acionamentos de alarme de incêndio e vistoria dos bombeiros nas empresas. Um empresário,no mesmo ramo há 25, protestou. Das centenas de laudos atrasados, o da empresa dele é o de número 202. O engenheiro está perto do número 106, entre mais de 400 processos. Vai levar meses...
DIVERGÊNCIA PÚBLICA
O presidente da Assembleia, deputado Hermínio Coelho, tentou mostrar ao diretor do Dnit, Jorge Fraxe, um documentário que a ALE produziu sobre as péssimas condições das estradas federais em Rondônia. Segundo Hermínio, o casal Valdir e Marinha Raupp não permitiu, boicotando a ação. Hermínio, como lhe é peculiar, protestou com veemência, em matéria jornalística distribuída aos veículos de imprensa do Estado. Nos bastidores, já se sabia que as três lideranças não falavam a mesma linguagem. Agora, a divergência se tornou pública.
EQUIPE DE MULTADORES
Antipática, desnecessária e fora de propósito, a ação da Semtran, que pôs uma equipe de "multadores" para notificar todos os carros estacionados na próximos à Assembleia, dias atrás. Com que intenção? Os multadores "canetearam" inclusive os veículos que estavam parados corretamente, sob a alegação de que o estacionamento oblíquo não era permitido, mesmo que no local haja sinalização indicando o contrário. Bobagem. Se pretendeu atingir algum deputado, a ação se deu mal. Todos têm estacionamento interno na ALE.
LUA DE FEL
Acabou a lua de mel entre a Prefeitura e a Câmara de Porto Velho? Os indícios são claros. Nas últimas sessões, os vereadores, incluindo os que fazem parte da base de apoio ao governo municipal, não têm poupado críticas. Quatro meses e meio depois da posse, os vereadores dizem que não conseguem ver nenhuma realização que seja digna de destaque. Pelo contrário, há até os que acham que algumas coisas pioraram. O prefeito Mauro Nazif, sempre um político hábil e que sabe se relacionar tanto com parceiros como opositores, precisa tomar a rédea deste relacionamento. Os nossos edis estão querendo briga...
UMA DÉCADA
Sem paixão, pode-se considerar que a década de poder do PT trouxe avanços importantes ao país. E, é claro, problemas sérios também. A inserção social, com 40 milhões de brasileiros saindo da pobreza, é certamente a maior conquista que um governo pode comemorar. A economia, que cresceu muito e está estabilizada, é outro quesito digno de elogios. O pior dos índices, sem dúvida, é a questão da violência e da insegurança pública. Não adianta muito comemorar avanços, num país onde há quase 50 mil assassinatos por ano. E outros tantas mortes no trânsito.
PERGUNTINHA
Dona Dilma chega ao Estado em novembro. Será que ela verá pelo menos alguma das grandes obras do seu governo concluídas, até lá?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)