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Sergio Pires

Opinião de Primeira - 17/03/15


O QUE QUEREM, EXATAMENTE, OS BRASILEIROS DAS RUAS?

Três dias se passaram desde o domingo histórico, que mexeu com o Brasil. Menos, ao que parece, com o governo da Presidente Dilma, que continua fazendo tudo igual. Não havia, até ontem, qualquer decisão prática para atender o clamor das Opinião de Primeira - 17/03/15 - Gente de Opiniãoruas. E o que se vê nas redes sociais, por exemplo, é a reação de petistas, indignados com o  movimento, reafirmando que ele foi apenas da classe média e dos ricos; dos brancos e com grana e não do povão. Em parte, têm razão os governistas. Na Bahia, por exemplo, onde a pobreza cresce assustadoramente, apenas 11 mil soteropolitanos (é essa a denominação de quem nasce em Salvador) participaram. E nas fotos, não se via negros no protesto. Mas, em outras cidades, somando tudo, mais de 1 milhão e meio de brasileiros foram às ruas ( 1 milhão e pouco só em São Paulo), exigindo mudanças drásticas. Dona Dilma e seu pessoal fizeram, até agora, ouvidos moucos. Falaram em leis mais pesadas contra a corrupção e numa reforma política drástica (que, obviamente, só interessa a quem está no poder e não à população). A essência foi deixada de lado.

O governo sabe muito bem o que as multidões querem. Menos politicagem. Menos "cumpanheirada". Leis iguais para todos e não só para quem não é da turma. Combate feroz à violência e fim dos benefícios aos bandidos, que vivem sob a  auréola  dos direitos humanos, enquanto as vítimas são esquecidas. Mais justiça, menos impostos, direitos respeitados, menos gordura no governo. Nessas questões, fundamentais, zero de ação do governo. Os petistas continuam preferindo atacar as "zelites brancas". Neste ritmo, daqui a pouco, restará ao lado deles apenas o Exército de Stédile, convocado pelo ex presidente Lula. Sobrarão muitos problemas, por falta de sensibilidade de ouvir o clamor das ruas!

AGORA É NO 12 DE ABRIL

As manifestações não vão parar. Em Porto Velho e várias cidades do interior, já está agendado, como no resto do Brasil, nova ida às ruas, no dia 12 de abril, mais um grande protesto contra o governo. Se não houver nenhuma mexida grande até lá, atendendo o que o povão está pedindo, certamente será mais um domingo para sacudir o Brasil. E não adianta os petistas tentarem dividir o país. Nesta primeira leva, houve mais classe média e ricos que pobres. Se as coisas continuarem ruins, o pessoal da periferia vai berrar também. Dia 12, portanto, nova mobilização nacional.

INUNDAÇÃO

Na semana passada, um temporal inesperado, que durou entre meia hora e 45 minutos, inundou grande parte das principais avenidas da Capital, com exceção daquelas no centro, justamente as mais perto do rio Madeira, que ainda não transbordou. Mas a avenida Rio Madeira se transformou num braço de rio. Só canoa passava. Na Rio de Janeiro, idem. Em vários bairros, moradores passaram o final de semana tentando limpar o barro e a sujeira, levados para dentro de suas casas pela chuvarada. Sem estrutura para que a água escoe, não há solução para esse grave problema em Porto Velho.

DUAS DÉCADAS

Há um esforço, observa-se, da Prefeitura em tentar amenizar essa situação. Nos últimos meses, muitas obras têm sido realizada, em vários bairros da cidade, tentando amenizar o grave problema. Mas Porto Velho é uma cidade problemática há muitos e muitos anos e seus problemas só foram piorando. Seriam necessárias pelo menos duas décadas e vários governos, sendo otimista, caso os serviços de recuperação da cidade começassem no primeiro dia de administração, para resolver o problema das alagações. Paliativos aliviam, mas, é claro, nunca resolvem a essência do drama que vive a população.

TAXISTAS PEDEM SOCORRO

Taxistas também estão protestando por não terem reajuste das tarifas desde 2010, assim como as passagens dos ônibus não são reajustadas na Capital no mesmo período. Um conhecido taxista da cidade criticou o fato da categoria ter dois sindicatos e nenhum deles resolver o problema. O Sintax, um dos que representante os motoristas profissionais, informou que o prefeito Mauro Nazif prometeu reajuste de tarifas nos próximos 45 dias. Há cerca de 750 taxistas registrados em Porto Velho.

AMORIM DE NOVO!

Foram cenas lamentáveis, envolvendo o ex senador e suplente de deputado, o sempre polêmico Ernandes Amorim e policiais militares na passeata de domingo em Ariquemes. Os PMs proibiram Amorim de desfilar com seu cavalo,  porque poderia ser arriscado para o público. Amorim não aceitou. Conversou, pediu, os PMs argumentaram de novo, pedindo a compreensão dele. Em segundos, começou uma confusão. Amorim foi tirado do cavalo à força e preso. Faltou bom senso e ambos os lados. Se todos tivessem tido calma e paciência, tudo poderia ter sido resolvido no diálogo. O que sobrou foi mais um fato negativo para a biografia do polêmico Amorim.

PERGUNTINHA

Quantos milhões de brasileiros terão que ir para as ruas, para que o governo da Presidente Dilma abra seus ouvidos às reivindicações da Nação?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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