TRÊS CANETAS, UMA EQUIPE E UM
VENTILADOR: ASSIM O PALÁCIO SAI
Lúcio Mosquini (foto) não aceita usar a expressão Torre de Babel, mas, para que se entenda o que está acontecendo nas obras do Centro Político e Administrativo, agora chamado de Palácio Rio Madeira, talvez seja essa a melhor expressão para sintetizar a questão. A obra está pulverizada entre cerca de 30 empresas, cada uma com um contrato em separado, muitas querendo realinhar os valores. É uma sucessão de dificuldades para que a gigantesca obra, superatrasada, finalmente entre nos trilhos e possa ser entregue. Foi para resolver esse embroglio, certamente, que o governador Confúcio Moura chamou seu mais atuante secretário. Mosquini, empresário experiente, engenheiro, chegou e tomou algumas decisões importantes. Instalou um gabinete provisório na obra. Colocou uma mesa, uma cadeira, um ventilador e improvisou uma sala de reuniões. Levou sua equipe top de assessores, com 12 pessoas, dividindo as missões. Diariamente, às 7h da manhã, ele comanda uma reunião. Nas mãos, três canetas: uma verde, uma amarela, uma vermelha. Cobra de cada um o cumprimento da missão dada no dia anterior. Quem for marcado com a caneta vermelha, não resolveu o problema. Todos então se concentram no que ficou pendente.
Lúcio Mosquini não quer estipular um prazo para a entrega de toda a obra. Mas vai concluí-la por partes. O primeiro prédio é onde todos os esforços estão sendo concentrados. As cobranças são diárias e sob o comando do experiente e competente Mosquini. Não há mais tempo para perder tempo, diz ele. Mosquini não quer comentar sobre o que aconteceu com a maior obra pública do Estado. Diz que o importante agora é pensar daqui para a frente. E é o que ele e sua equipe estão fazendo. Traduzindo: agora, sem dúvida, o Palácio Rio Madeira vai mesmo se tornar uma realidade.
PULVERIZADOS
As campanhas à Prefeitura da Capital começam a aparecer, ainda que modestamente, principalmente em alguns bairros mais populosos. Nada que tenha mexido, até aqui, com o eleitorado. Nenhum fato de relevância foi registrado e a população parece não estar nem aí para o fato de que escolherá seu novo prefeito dentro de apenas três meses. Divididos em nove candidaturas, os políticos não conseguiram amarrar alianças fortes. O sistema cada um por si pulverizou a disputa. Ninguém pode prever qualquer resultado, ao menos no primeiro turno.
ASSUMIU
O ex-prefeito e ex-deputado Tomás Correia esperou uma década para assumir uma cadeira no Senado. O fez essa semana, quando o titular da vaga, o senador Valdir Raupp, licenciou-se por quatro meses. Raupp já havia anunciado que iria sair Brasil afora, em campanha pelos candidatos do PMDB, partido que ele comanda em nível nacional. Tomás assume pela primeira vez e certamente dará importante contribuição ao Congresso. É um político decente, com um discurso de qualidade.
GENTE DA MÍDIA
Os candidatos à Prefeitura já estão mobilizados, montando suas estruturas de propaganda e marketing. Mariana Carvalho receberá apoio do PSDB nacional, que enviará uma equipe especializada. Mário Português terá, aqui, o apoio do publicitário Jari Luiz e da empresa Alvorada, que fez a primeira campanha de Ivo Cassol ao governo, há uma década atrás. Mário Sérgio vai com a Agência Norte, do publicitário Antonio Augusto, que fez as duas campanhas vitoriosas de Roberto Sobrinho. Fátima Cleide terá ao seu lado a agência Eficaz, que vem de fora. Os demais concorrentes também estão em fase final de negociação com publicitários.
OUTRO DEMÓSTENES
Fica a cada dia mais difícil o governador de Goiás, Marconi Perillo explicar suas relações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O Globo, dessa semana, denunciou que há gravações da PF provando que Cachoeira pagava as contas até de secretários do governador. A CPI do Congresso vai convocar Perillo novamente e já se sabe que ele está em mãos lençóis. Perillo segue o caminho de Demóstenes Torres?
DIREITO ADQUIRIDO
Antecipado aqui: servidores que teriam direito a transposição – os contratados até 1987 – não estão gostando nada do esquema empurrar-com-a-barrriga de sindicalistas e políticos, que ainda querem incluir o pessoal até 1991, apesar da posição claramente contrária do governo federal. Os que realmente estão dentro do que a Advocacia Geral da União considera legal, querem ser transpostos de imediato. Depois, que os políticos e lideranças de sindicatos começam nova lute para transpor os demais. Pelo menos seis mil servidores do Estado já podem ir para a folha de pagamento da União. Agora.
ORQUESTRADO?
Perto de 25 categorias de trabalhadores federais estão paralisados, alguns totalmente, outros em menor número. Tem tudo para parecer um grande movimento nacional orquestrado. A “cumpanheirada” se voltou contra o governo da presidente Dilma Rousseff, todos de uma só vez. E, é claro, em ano eleitoral. Dilma tem respondido com dureza. Não permite aumentos maiores, não autoriza negociações que possam prejudicar os cofres da União e ainda está cortando o ponto dos grevistas. É guerra interpartidária?
PERGUNTINHA
Quantos dos 38 denunciados no esquema do Mensalão vão conseguir sair ilesos do julgamento no Supremo, que começa dia 1º de agosto?