Sexta-feira, 20 de setembro de 2013 - 08h41
Quem é mais antigo lembra da Velhinha de Taubaté, personagem criada pelo humorista Luiz Fernando Veríssimo, que acreditava em tudo. Só ela poderia crer que o ministro Celso de Mello votaria por colocar os mensaleiros na cadeia. A Velhinha se deu mal. Mas não foi só ela. Todo o Judiciário perdeu. Todo o brasileiro decente perdeu. Mas os que têm culpa no cartório, que burlaram a lei, que tiraram vantagem de alguma forma, foram os vencedores. Porque ficou claro que nossas leis apenas valorizam a impunidade. Ficou transparente que quanto mais poderoso, menos chance desse alguém ir para a prisão. Quem tem poder, grana, grandes advogados, bons relacionamentos e amizades, mesmo que cometa erros, não receberá a punição que merece. Tem culpa o ministro Celso de Mello (foto)? Claro que tem. Como as têm os outros cinco ministros, que votaram por um novo julgamento do Mensalão. Quando todos os três novos ministros, que não participam das discussões que culminaram com a condenação dos enrolados nas falcatruas e sacanagens do Mensalão votaram, unânimes, por novo julgamento, quem acompanhou tudo ficou com a pulga atrás da orelha. Os três, recém nomeados pelo governo, ficaram ao lado dos amigos... do governo. Pode não querer dizer nada, mas que ficou uma coisa estranha, ficou...
Estamos mesmo perdendo as referências do que é certo e do que é errado. Não temos leis que separam as pessoas de bem das que cometem algum delito. Não fazemos apodrecer na cadeia assassinos e todos os que cometem crimes torpes e cruéis. Defendemos que menores de idade podem matar, roubar, estuprar e destruir, sem qualquer punição. Tínhamos ainda alguma esperança no Supremo, que poderia nos acenar com novos rumos para a Justiça brasileira. Deu no que deu. Vamos esperar o que de quem, a partir de agora?
O ÓBVIO ULULANTE
Se a pista lateral da BR 364 tiver apenas 20 metros e não 30 metros de largura, não haverá necessidade de se fazer desapropriações milionárias de imóveis e as obras podem ocorrer rapidamente. Não dá vontade de arrancar os cabelos? Será que nenhum gênio tinha pensado nisso antes? A sugestão simplória foi levada pelo prefeito Mauro Nazif ao superintendente do órgão no Estado, Antônio Gurgel do Amaral, que achou a ideia muito boa. Não é impressionante? Será que nenhum ser pensante do Dnit viu o óbvio ululante em desde que começaram os projetos e até agora, quase uma década depois?
PAPO FURADO
Por falar em rodovia, veja-se só o caso da BR 429: pelos discursos dos políticos, ela já deveria estar pronta há uns dez anos e asfaltada pelo menos cinco vezes. A realidade que se vê é uma estrada horrorosa, que isola comunidades, há anos no rol de promessas jamais cumpridas. Nessa semana, moradores da região do Vale do Guaporé fecharam a estrada em pelo menos três pontos. Cometeram uma ilegalidade, porque tiram o direito de ir e vir de todos, mas, ao mesmo tempo, deixaram claro que não aceitam mais papo furado. Querem é solução!
INACREDITÁVEL!
Parece mentira, mas não é. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou outro processo disciplinar, também por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Natan Donadon, para tentar cassá-lo. Se aprovado em todas as etapas de tramitação e chegar ao plenário, o processo poderá (ATENÇÃO: PODERÁ!) resultar na cassação do deputado-presidiário. Tudo isso poderá levar até 90 dias. Donadon está na Papuda, em Brasília, começando a cumprir sua condenação a 13 anos de prisão. Mas ainda é deputado!
SAÚDE TRIPLICA
De 2007 para cá, o número de internações no sistema público de saúde em Rondônia deu um salto. Crescerá mais de 300% no ano, segundo o secretário Williames Pimentel, da Sesau. Foram internados 24.563 pacientes em 2007 e, seis anos depois, este número saltou para quase 95 mil internações, só no primeiro semestre. O número de leitos aumentou de 773 para 1,217 no período. No geral, a saúde pública está melhorando, à base de pesados investimentos tanto da União quanto do governo rondoniense.
CASSOL NA LUTA
Mesmo com todas as dificuldades que tem enfrentado, o senador Ivo Cassol não diminuiu seu ritmo de trabalho, quando se trata de defender os interesses do Estado em Brasília,. Nesta semana, ele confirmou a construção de mais de 650 casas para Cacoal e, também, foi pressionar o Dnit para dar continuidade às obras das rodovias federais. Cassol, ao lado do deputado Nilton Capixaba, foi exigir que o coronel Fraxe, que comanda o órgão, cumpra com os compromissos com o Estado. Mais uma vez, o Dnit prometeu que vai resolver o assunto.
SÓ UMA
A Comissão Processante da Assembleia tem agora nova conotação. Ao invés de analisar a situação de cinco deputados, que foram inicialmente incluídos nas investigações na Operação Apocalipse, ela se concentrará apenas no caso da deputada Ana da Oito, já que os outros quatro sequer foram denunciados pelo Ministério Público. E logicamente, estão fora de qualquer processo e, portanto, fora de qualquer julgamento da Comissão. O mandato de Ana da Oito está por um fio, porque o parlamento está louco para dar uma resposta à sociedade.
PERGUNTINHA
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