Opinião de Primeira - 22/05/14

Há muitos anos, famílias têm construído casebres e até alguma casas pequenas, mas melhores, em áreas de risco, na Capital. Quando é tempo de cheia do rio Madeira - e neste ano ela foi histórica - essa gente, castigada pela pobreza, quando não pela miséria, tem que sair do que é seu, para não perder também suas vidas. Em muitas ocasiões, os moradores das favelas (sim, Porto Velho tem favelas, embora muitas autoridades façam de conta que elas não existam), são deslocados para bairros distantes, ficando, na grande maioria das vezes, atirados à própria sorte em áreas desoladas e sem estrutura. O que fazem, então? Ora, o óbvio: logo que as águas baixam, voltam para suas origens. Reconstroem o pouco que podem e voltam exatamente ao lugar perigoso de onde foram retirados. Neste ano, viu-se todas as mesmas cenas de novo, com algumas novidades. A principal delas é que decisão que veio de acordos com os próprios moradores, como ocorreu em área de risco no bairro Mocambo, os casebres foram destruídos por máquinas da Prefeitura. A conversa é a mesma de sempre: as famílias serão retiradas, receberão apoio para poderem morar em outros locais e, em alguns meses, um ano no máximo, receberão novas casas em área segura.

Sem querer ser pessimista ao extremo, mas seguindo o tom da realidade, vale o aviso: muitas famílias voltarão para o mesmo lugar ou proximidades. Quando receberem algo para morar, ficarão tão fora do seu habitat  que acabarão sempre retornando às suas origens. E, é claro, todas as promessas que estão sendo feitas não serão cumpridas. É a repetição de um filme que todo o mundo já conhece. Se tiver um final diferente, será quase um milagre. Que, obviamente, a coluna fará questão de registrar e comemorar. Mas enquanto o milagre não acontece, vale o escrito da história...
 

JAQUELINE VAI...

Embora parte dos aliados do PP esteja ouvindo que o partido e seus parceiros   estejam pensando no nome de Maurão de Carvalho para a disputa ao Governo, é praticamente certo que Jaqueline Cassol será a ungida. Entre as estrelas do partido (Ivo Cassol e seus mais próximos), a decisão já estaria encaminhada neste rumo. Maurão, nome considerado importante na futura coligação, poderá escolher o caminho que quiser, com o aval de todos. Mas para a disputa ao Governo, anotem aí, Jaqueline só não sai se não quiser.

PAPO COM NEODI

Outra questão: Ivo Cassol nega qualquer contato de sua turma com a de Expedito Júnior e o PSDB, para fins de acordos políticos. O senador e ex governador explicou que conversou longamente sim, mas com Neodi Oliveira, seu amigo pessoal e seu líder na Assembleia, quando no governo. Cassol contou que ele e Neodi tiveram um longo papo, onde a política foi tratada apenas de passagem. Mas ficaram de conversar sobre o assunto mais à frente. Nada mais que isso. Neodi é o parceiro de chapa de Expedito Júnior. Daí, provavelmente, a confusão...

LULA E PADRE TON

Lula ouviu atentamente, disse que as alianças entre PT e PMDB nos Estados são fundamentais para a reeleição da presidente Dilma, mas...em nenhum momento prometeu que o partido, em Rondônia, vai passar por cima da pré candidatura do Padre Ton. No encontro com o senador Valdir Raupp, na segunda, o máximo que o ex presidente concedeu foi de que até a convenção, haverá muitas conversas com os petistas rondonienses. A verdade é que Padre Ton, mesmo com todo o apoio do PT local, pode começar a perder a chance de disputar o Governo. A ordem pode vir lá de cima!

FORÇA DO PT

Pesquisas que andam circulando pelo Estado colocam o Padre Ton entre os três primeiros nomes, entre os já postados, para a disputa ao Governo. A ordem, por uma dessas pesquisas, é Expedito, Confúcio e ele. Claro que é muito cedo para avaliar. Mas que o PT ainda tem uma fatia importante do eleitorado, tem sim, tanto em Rondônia como em todo o país. Senão, como explicar os altos índices, ainda registrados, de apoio à reeleição da Presidente Dilma? Se ela não fosse do PT, já estaria na rabeira...

POBRES DOS IDOSOS!

Antigo funcionário da saúde municipal registrou à coluna: é lamentável a forma como idosos são tratados em alguns postos de saúde da Capital. Ele mesmo, correndo o risco de ser punido, já reclamou várias vezes aos seus superiores, mas sem qualquer resultado prático. Dia desses, um idoso que precisa trocar uma sonda ficou horas sem atendimento, porque ninguém autorizava o atendimento. O funcionário teve que recorrer aos seus chefes, protestando com veemência, para que o doente fosse atendido. Uma vergonha!

VITÓRIA FÁCIL

Moleza mesmo foi para o atual presidente, Reniery Coelho, ganhar de novo a eleição para o comando da Fecomércio. Liderando uma chapa única, ele foi eleito para mais quatro anos à frente da entidade do comércio. Raniery conseguiu manter unida a categoria, que foi comandada durante longos anos por Francisco Linhares, que foi um dos dirigentes inesquecíveis da instituição. Raniery está seguindo o caminho do seu antecessor, no sentido de liderar longo período. Tomara que tenha o sucesso que Linhares teve!

PERGUNTINHA

Até quando teremos que suportar meia dúzia de vagabundos, viciados e vândalos cometendo crimes nas ruas, em nome de protestos democráticos?