FECHAR UMA RODOVIA FEDERAL É CRIME,
SEJAM QUAIS FOREM AS MOTIVAÇÕES
Há que se discutir a questão do fechamento da BR 364 por movimentos reivindicatórios, alguns dos mais justos, outros apenas politiqueiros e oportunistas. Muitos pensam que a única forma de ver seus pleitos atendidos, sejam comunidades inteiras, como nessa semana ocorreu em Vista Alegre do Abunã ou mobilizações políticos-ideológicos, como os chamados movimentos sociais, é exatamente tomar medidas drásticas. Os malandros, sempre querendo usar a população como massa de manobra, de olho nas próximas eleições, defendem com unhas e dentes essa ilegalidade. Para eles, não importa o que represente de prejuízo à imensa maioria que nada tem a ver com o assunto pleiteado, porque o interesse é exclusivo e pessoal. Mas as pessoas de bom senso, as que acham que as leis devem valer para todos, as que ainda acreditam que vivemos num país democrático, onde todos são iguais perante a Lei, essas não admitem que se cometa um crime em defesa de interesses, sejam quais forem, para defender suas causas. Fechar uma rodovia federal é crime. Fechar uma via como a BR 364 é ainda pior, porque não há alternativa nem desvios. Nas poucas foras em que a BR ficou fechada, na última quinta-feira, viu-se a enorme fila de caminhões e carros, principalmente os que se dirigiam ao Acre, assolado nesse momento por uma cheia que já desabrigou mais de 70 mil pessoas e que correram o risco de ficar sem abastecimento.
Compreende-se, claro, as importantes reivindicações da comunidade de Vista Alegre e de toda a Ponta do Abunã, que, aliás, vem sendo enganada por discursos falsos há anos, em relação à sua emancipação. Abandonado à própria sorte, principalmente na grave questão da segurança pública, o povo daquela região está cheio de razão em exigir que as autoridades resolvam seus problemas. Mas não há argumento que autorize isolar Rondônia e o Acre. Não é cometendo crimes que as comunidades conseguirão resolver seus grandes dramas. A lei existe e é para todos, em todas as situações.
ANESTESISTAS
Depois de mais de três meses de problemas, o Estado conseguiu resolver a questão da falta de anestesistas. Só no Hospital de Base, calcula-se que mais de 1.200 cirurgias deixaram de ser realizadas nesse período. Uma empresa da Bahia que ganhou a concorrência para os serviços de anestesia, não conseguiu contratar um sóç profissional em Rondônia, porque oferecia salários baixos. Agora o Estado fez um contrato emergencial com grupo de Porto Velho e a situação está resolvida. Pelo menos para os próximos seis meses.
SÓ ESTATÍSTICAS
Os números são menores, mas ainda assustam muito. Houve uma queda nos acidentes de trânsito, em feridos e mortos, durante o carnaval. Mesmo assim, em país inteiro, mais de 160 pessoa perderam a vida. Para as famílias que ficaram sem seus pais, mães, filhos, as estatísticas não importam em nada. As ruas, estradas estaduais e rodovias federais continuam sendo um caminho para a tragédia, nesse país onde a impunidade geral incentiva também a irresponsabilidade e o morticídio.
COMPROU A BRIGA
Raramente aparecendo na mídia, o deputado federal Carlos Magno comprou uma briga da sua base eleitoral, Ouro Preto, com a Eletrobras Rondônia. Fez pesado pronunciamento, denunciando os péssimos serviços da estatal para a região. E disse que vai exigir a formação de uma comissão especial para tratar do assunto. O parlamentar poderia aproveitar o gancho e falar sobre o péssimo atendimento do 0800, feito a 3.500 quilômetros de distância, por atendentes que não sabem onde fica Rondônia.
OUTROS PLANOS
O vereador e atual secretário da Semtran, Claudio Carvalho, anuncia em sites que continua sendo pré-candidato à Prefeitura da Capital. Na reta final, não o será mais. Importante membro do grupo político do prefeito Roberto Sobrinho, Carvalho vai seguir a orientação dos seus companheiros e apoiar Miriam Saldaña. No final do ano, caso Jesualdo Pires se eleja prefeito de Ji-Paraná, Cláudio Carvalho assumirão então uma cadeira na Assembleia Legislativa.
FRENÉTICOS
Há uma frenética corrida pelas 21 vagas da Câmara Municipal de Porto Velho. Atualmente são 16 vereadores, mas já na próxima legislatura haverá cinco a mais. Num cálculo muito por cima, calcula-se em mais de 500 o número de candidatos na eleição municipal de outubro. Quase 24 por vaga. Enquanto isso, a comunidade continua tentando entender porque aumentar a composição da Câmara, que, nos últimos anos, muito pouco serviço tem mostrado, sempre ressalvadas as exceções.
SÓ DIREITOS...
A República Sindicalista, também conhecida como país onde todo mundo fala em direitos, mas poucos cumprem seus deveres, continua comandando as coisas. Greves de servidores públicos, inclusive os considerados essenciais, são feitas à revelia da Constituição e fica por isso mesmo. Agora, são os professores em Rondônia, que exigem aumento salarial fora da realidade e que prejudicam a vida de milhares de estudantes. Eles têm todos os direitos, a sociedade nenhum...
SEGUNDAS INTENÇÕES
Que os professores ganham salários ridículos, em todo o Brasil, não se contesta. Que a profissão, prioritária para qualquer país sério, está em decadência, em função da desvalorização e do desrespeito, também. O que não se entende é a forma como as coisas são conduzidas. Com pedido absurdo de reajuste, querendo recuperar perdas de anos numa só negociação, o sindicato da categoria deixa claro que a intenção maior é política, não salarial.
PERGUNTINHA
Quando teremos um país justo e onde as mesmas leis valerão para todas as pessoas, não importa quem elas sejam?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)