Terça-feira, 24 de setembro de 2013 - 08h30
Num país maravilha da América do Sul, onde há muito sol e praias lindíssimas, onde a natureza é pródiga, acontecem coisas impressionantes. Contadas em outras terras, onde há pessoas sérias e o ditado de levar vantagem em tudo é proibido, os que ouvem sempre imaginam que são invencionices. Exemplo: a educação. Cantada e decantada na terra das maravilhas, como a maior prioridade, entre todas. Nela, contudo, um professor universitário em início de carreira, ainda sem doutorado, ganha, bruto, na faixa dos 8 mil reais, hoje. E um professor em final de carreira, mais de duas décadas de sala de aula, com todos os títulos, recebe no máximo, depois de toda a vida dedicada a preparar novas gerações, em torno de 13 a 14 mil reais líquidos. Nesta mesma terra, para um cargo de nível médio ou superior, num Tribunal Regional Eleitoral, o salário inicial é de 5.300 a 8.700 reais. Ou seja, quem estudou apenas até o final do segundo grau pode começar na profissão, que só interessa a uma parcela ínfima da população - e principalmente aos políticos, que adoram eleições e seus tribunais suntuosos - ganhando mais que um professor universitário.
E isso que a comparação está sendo feita com quem vai fazer concurso público - as inscrições para o do TRE rondoniense já estão abertas e as provas serão em 17 de novembro - e não com políticos que ocupam cargos e que já entram ganhando 15 mil, 20 mil, 50 mil reais ou muito mais. Portanto, toda a conversa de que a educação é a maior entre todas as prioridades, não passa de balela. Conversa pra boi dormir. Nesta terra em que o papo furado vale muito, professor é tratado como artigo de segunda categoria. O negócio é ter ensino médio e fazer concurso para os TREs da vida. Ou ser político. Aí sim, vale a pena!
NOVO COMANDO
Com mais de 5 milhões e 500 mil reais em caixa, para investimentos, assumiu na semana passada o comando do Porto Graneleiro de Porto Velho o engenheiro agrônomo José Ribamar Oliveira. Ele substituiu Ricardo Sá, que saiu tão silencioso quanto entrou. José Ribamar chega com a missão de modernizar o porto, que recebe todos os dias centenas de caminhões com as mais diversas cargas, que daqui são transportadas por rio até o Amazonas e, de lá, para o mundo.
UMA DÉCADA DE IMPUNIDADE
Anda rápida a Justiça, dependendo de quem ela quer pegar e, anda lerda a Justiça, quando o interesse é não fazer a verdadeira Justiça? Não é bem assim, apenas parece. A questão merece abordagem porque daqui a cerca de seis meses, lamenta-se o décimo aniversário do assassinato brutal, cruel e sem chance de defesa de 27 garimpeiros, chacinados dentro da Reserva Roosevelt, dos índios Cinta Larga, em Espigão do Oeste. Até hoje o Ministério Público Federal sequer apresentou denúncia ao Judiciário. Quem sabe quando chegar no décimo ano?
GUERRA FISCAL
Nove governadores - incluindo Confúcio Moura - exigem do governo federal a não publicação da súmula vinculante, que anula os incentivos fiscais concedidos a empresas que se instalarem nos seus estados. Mas entre os pontos defendidos por Confúcio e seus colegas governadores, está a manutenção da alíquota de 12% do ICMS em transações interestaduais. O assunto é complexo e os Estados mais ricos querem é que a súmula vinculante já valha este ano. A guerra fiscal ainda vai longe...
IVONE NO PÁREO?
Pesquisas, enquetes, consultas: tudo anda sendo feito, para se saber como está hoje a situação dos candidatos a candidato em Rondônia. Confúcio Moura e Expedito Júnior aparecem em todas. O nome do Padre Ton, do PT, aparece aqui e ali. Mas a grande surpresa, nos últimos dias, foi uma enquete que colocou a ex-primeira dama, Ivone Cassol, como preferida do eleitorado. Ivo Cassol continua muito poderoso, portanto. E estaria transferindo muitos desses votos para sua esposa. Dona Ivone, contudo, jamais falou que aceitaria ser candidata. Esperemos, pois...
IMPRESSIONANDO AS ONGS
Na semana passada, o cacique Almir Suruí, que no início deste ano tinha recebido o prêmio internacional de Herói da Floresta, discursou em reunião das Nações Unidas, perante representantes de 193 países. Além de dizer que os índios brasileiros estão em perigo, o que é uma verdade, Almir não se conteve e partiu para o exagero. Disse que nas regiões onde foram construídas as usinas do rio Madeira, havia ainda índios de tribos desconhecidas. Não há qualquer prova disso. Mas é sempre bom impressionar os gringos com informações como essas, sejam verdadeiras ou não. Dá prestígio com as ONGs. Ou seja: dá dinheiro...
UMA QUASE TRAGÉDIA
Foram duas mortes, mas poderia ter sido muito mais. Só a sorte evitou uma tragédia maior em Itapuã do Oeste, na semana passada. Vários operários ficaram feridos, num deslizamento de terras. Onde anda a fiscalização? Como essas empresas podem atuar no Estado, colocando em risco a vida de dezenas de pessoas, sem qualquer controle? No caso de Itapuã, a mineradora responsável já havia sido alertada de que poderia ocorrer um acidente. Ninguém deu atenção. Por pouco, pelo menos uma dezena de trabalhadores não morreu.
PERGUNTINHAS
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