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Sergio Pires

OPINIÃO DE PRIMEIRA - 25/03/12


OPINIÃO DE PRIMEIRA - 25/03/12  - Gente de Opinião

A ESQUERDA QUER VINGANÇA E A DIREITA
NÃO QUER ACEITAR A EXUMAÇÃO HISTÓRICA
 
Depois de mais de três décadas, ressurgem na América Latina conflitos ideológicos que pareciam estar sepultados nos cemitérios da História. Ressuscitam. Na Venezuela, Equador, Bolívia e Peru, reaparecem as lutas de classes, colocando frente a frente esquerda e direita. Na Argentina, Cristina Kirschner tira do armário a luta pelas Malvinas, dos tempos da ditadura militar. E no Brasil? Durante os dois mandatos de Lula, os radicais de ambos os lados foram contidos. Mas os ranços do passado não sumiram. Mesmo com a Lei da Anistia, que possibilitou a abertura e a reconciliação nacional, a esquerda mais dura retoma o discurso e exige vingança. Os radicais do PT e outros partidos assemelhados não deixam de ter razão, porque não aceitam que oGente de Opiniãos torturadores desapareçam e esse crime hediondo fique no esquecimento. Mas perdem o rumo quando atacam, direta ou indiretamente, muitos membros das Forças Armadas. A tal ponto que um manifesto contra a Comissão da Verdade, criada por Dilma Rousseff, já tem a repulsa de nada menos que algo em torno de 1.400 oficiais das Forças Armadas. Entre eles, 14 generais. Perigo!
 
Vivemos tempos de risco. O país, comandado por representantes da esquerda há quase uma década, viveu tempos de paz,, prosperidade e avançou muito nas questões da justiça social. Mas é a ideologia, a paixão política, o amor à causas que nem todos os brasileiros entendem, que podem nos levar, de novo, a uma situação de enfrentamento . A esquerda quer ressuscitar a ditadura, para puni-la, tantos anos depois. A direita não aceita essa exumação histórica. Precisamos mesmo, nesse momento, da volta de um conflito ideológico? A resposta todos sabem, mas os que remexem nas feridas não estão muito preocupados com o país, mas sim com suas causas. Dos dois lados. Então, só nos resta esperar para ver onde tudo isso vai acabar.
 
 
 
 
CLIMA TENSO
 
Na Assembleia, há um esforço dos deputados em tocar o trabalho adiante, apresentar propostas, discutir e votar projetos importantes, prestar contas às suas bases. Mas, mesmo com toda a tentativa de tocar a vida em frente, há um clima de tensão, por trás de tudo. Enquanto a questão da Operação Termópilas não for resolvida e enquanto a Comissão Processante não tomar suas decisões, não será diferente. O episódio ainda causa frisson e preocupação no parlamento como um todo. E assim será, ainda por alguns meses.
 
 
 
ONDE ESTARÁ?
 
Já se completaram três meses que o deputado Valter Araújo, desapareceu sem deixar pistas. Não há, pelo menos até agora, qualquer indício de que ele se apresentará tão cedo ou que evitará a perda do mandato por falta de decoro e por não comparecer durante meses para cumprir seu mandato. Enquanto Valter não for localizado, sua ausência se manterá como uma sombra no parlamento rondoniense. Quando cassado – e poucos duvidam que isso vá acontecer – começará a se resolver a situação tensa. Até lá...
 
 
 
O FUNIL ESTREITA
 
O fim de semana foi e é de grandes mobilizações políticas. PMDB, PT, PDT, PR e vários partidos começam a definir nomes para a disputa da Prefeitura da Capital. No interior não é diferente. Agora o funil começa a estreitar, para a definição de quem vai mesmo para a disputa e quem só está fazendo jogo de cena. A corrida pelas Prefeituras é a antessala da disputa estadual de 2014. Quem sair fortalecido agora, prepara o terreno para chegar ao poder no Estado. Por isso, as principais lideranças vão se envolver até o pescoço nas eleições municipais.
 
 
 
PERDA DE TEMPO
 
Por determinação judicial e com um grande aparato, a polícia perdeu tempo com a apreensão de quase três dezenas de menores que a lei chama de infratores, mas que a vida real, na maioria dos casos, poderia se chamar de criminosos. Logo, todos eles estarão nas ruas de novo, liberados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, para praticar outros atos de vandalismo, assaltos, homicídios, roubos violentos. Nesse país de leis de arremedo, a sociedade, refém da violência, está começando a não aguentar mais ser apenas vítima. Daqui a pouco...
 
 
 
NÃO TEM FIM
 
Em Porto Velho, seis homens encapuzados invadiram uma residência e levaram terror a uma família, inclusive ameaçando de morte uma mulher grávida. Em Ji-Paraná, bandidos entraram numa casa e estupraram uma anciã de 70 anos. Eles estão cada vez mais violentos, mais certos da impunidade. Tratam suas vítimas como se fossem animais. Quando presos – e de vez em quando o são – a primeira coisa que aparece é o pessoal dos direitos humanos dos bandidos, exigindo tratamento vip para essa corja. Não é só em Rondônia. É no Brasil inteiro.
 
 
 
OUTROS BURACOS
 
Paralelamente à solução definitiva para o problema da cratera que se abriu na BR 364, isolando Porto Velho do resto do Estado – por enquanto a ligação é feita por uma ponte provisória – deveria haver uma investigação profunda sobre a péssima qualidade da obra, inaugurada há menos de dois anos. Por enquanto o foco é resolver o grave problema. Mas e quando começarem a romper outras barreiras? Aliás, vale repetir a pergunta feita pelo deputado Jesualdo Pires: onde foram parar os 92 milhões que o Dnit disponibilizou para a 364?
 
 
 
PERGUNTINHA
 
Porque é proibido beber em estádios se, em todos os outros lugares e festas o álcool está totalmente liberado?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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