Quinta-feira, 26 de janeiro de 2012 - 19h22
UNS ESTÃO LIBERADOS PARA MATAR; OUTROS
TÊM APENAS O DIREITO DE SEREM MORTOS
Em outubro de 2010, Willam Oliveira Silva, cometeu um crime que chocou Rondônia e o país. Assassinou a tiros um menino, de 14 anos, da tribo Cinta Larga. Um crime bárbaro. Ele e um assecla no crime terrível contra a criança índia, foram presos pouco depois e condenados. William, que já tinha outros crimes a pagar, pegou um total de 51 anos de cadeia. Estava foragido e foi preso nesta semana, no Garimpo Bom Futuro. Vai voltar para a prisão e tomara que apodreça lá. Agiram certo as autoridades de todos os níveis e muito mais o Judiciário, que penalizou duramente o autor de um crime tão hediondo. Agora, vira-se a moeda. Em abril de 2004, 29 seres humanos, pais de família, maridos, filhos, irmãos, foram massacrados brutalmente dentro da Reserva Roosevelt. Não há dúvidas da autoria do massacre brutal. Não foram 29 animais, não foram 29 cabeças de gado. Não foram 29 criaturas de outro planeta. Foram mortas pessoas. Em abril deste ano, se completarão oito anos da chacina.
As perguntas que ficam são óbvias: alguém foi preso? Houve alguma condenação por esse crime que horrorizou todo o mundo, menos os que acham que os índios podem matar, que são impunes? Uma perguntinha mais simples: foi aberto, até hoje, algum processo que possa levar à prisão, julgamento e condenação de algum, um ao menos, dos autores dessa matança, onde seres humanos foram trucidados? Quem conhece o assunto, sabe a resposta. São 29 cadáveres, enterrados em várias partes do Brasil, lembrados apenas por suas famílias. Não há vontade das autoridades para que, pelo menos, os mortos sejam lembrados. O que muita gente faz – e se esforça nisso – é para que o assunto caia no esquecimento, que ninguém mais fale nele, que os trucidados se danem, quem mandou entrarem ilegalmente na terra dos índios? Assim são as coisas nesse Brasil de faz de conta, onde as leis não servem para todos e onde alguns estão autorizados a matar, outros só têm o direito de morrer.
KAKÁ ASSUME
Depende apenas da vontade política do comando da Assembleia, convocar o suplente de deputado Kaká Mendonça para tomar posse na vaga de Valter Araújo, afastado pela Justiça do parlamento e ainda foragido. Não é ainda a cassação de Valter, porque isso ocorrerá em outro momento, mas apenas o preenchimento da vaga aberta com o sumiço do então presidente da Casa. Kaká pode ser convocado já nesta segunda-feira, para começar a trabalhar como novo deputado a partir do início de fevereiro. O TRE já confirmou que a vaga é mesmo dele.
PODER DE DECISÃO
O governador Confúcio Moura está bastante satisfeito com o trabalho, mesmo recém iniciado, do seu novo chefe da Casa Civil, Juscelino Amaral. Tem ouvido elogios em todos os lugares e que foi uma escolha muito positiva para seu governo. Mas Confúcio tem ouvido mais: que se seu novo secretário especial não tiver poder de mando, acabará esvaziado. Por isso, o governador tem tido especial preocupação nesse sentido.
DENTRO DE CASA
Uma das dificuldades que Confúcio tem enfrentado, ainda fortes, mesmo depois de um ano no poder, é que seu estilo educado e calmo, é confundido por alguns assessores como carta branca para cada um deles fazer o que quiser. Viu-se que não é bem assim. Vários secretários e ocupantes de importantes cargos do segundo escalão já caíram do cavalo, por não cantarem no mesmo tom do chefe. E vem mais por aí.
FIM DA BADERNA
A baderna está no fim. A partir de agora, por iniciativa do Ministério da Justiça, a Funai não poderá decidir mais, sozinha, sobre ampliação de áreas indígenas. Todos os envolvidos, prefeituras, assembleias legislativas, governos estaduais têm que participar das conversações desde o primeiro dia. Hoje, a Funai inventa uma nova área, apresenta provas (?) de que ela era dos índios e quem pode ser prejudicado tem 90 apenas dias apenas para sua defesa. O ministro José Eduardo Cardozo quer acabar com a esculhambação.
POUCAS CHANCES
Aqui e ali, lê-se e ouve-se que alguns suplentes estariam esquentando as turbinas para ocupar vagas dos denunciados na Operação Termópilas. Talvez até o façam, mas por algumas sessões. A coluna antevê que o único que terá seu mandato cassado pelos colegas da ALE será Valter Araújo. Os demais vão sofrer sanções como censura pública ou, nos casos mais sérios, de suspensão temporária do mandato. Não mais que isso.
IMPUNIDADE TOTAL
A Controladoria Geral da União detectou suspeita de desvios de mais de 320 milhões de reais em obras contra a seca, no Nordeste. O que merece esse tipo de gente que se apropria do dinheiro público, que poderia salvar milhares de pobres e miseráveis da fome e da desgraça? Fosse em outro país, mais sério, no mínimo esses malandros seriam execrados publicamente. Aqui, nada vai acontecer com eles. Como sempre.
CENTENÁRIO
O centenário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré terá várias comemorações no ano que vem. Até baile popular já está sendo preparado. Uma comissão começa a tratar do assunto. Pelo menos não vamos deixar passar em branco uma das mais importantes datas da história de Rondônia e do Brasil. Precisamos, todos, nos envolver para que as festividades tenham sucesso e sirvam para, elas também, ficarem na história.
PERGUNTINHA
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