QUEM MANDA É UM PEQUENO GRUPO E
O RESTO VAI ATRÁS, PARA FAZER NÚMERO
Os caminhos da política são nebulosos. Não que, individualmente, não haja personalidades interessantes, homens e mulheres dedicados, alguns com grande espírito público. O problema, como diz a piada criativa, é quando eles se juntam. No Congresso, principalmente, o baixo clero, onde está a maioria das pessoas de bem, que ainda querem melhorar esse país, não apita nada. É tempo perdido. Só os líderes, todos eles com longas histórias (mais ruins do que boas), é que decidem tudo. O baixo clero serve apenas para fazer número, ter algumas benesses e dar nome de ruas ou homenagear alguma personalidade da sua base eleitoral que se destacou ou que morreu. Alguém lembra aí de algum personagem secundário que teve algum projeto importante aprovado nos últimos 30 anos (poderia ser mais, mas vamos ficar por aí!)? O governo e os donos do Congresso decidem as votações, os temas mais contundentes são discutidos de passagem e a decisão é dos líderes, dos poderosos, dos que se pode chamar de dinossauros da política. Esse é o sistema. Essa é a forma em que se definiu que a democracia deve ser aplicada. Pequenos grupos negociam com o governo, acertam votações e o resto vai atrás.
Todo esse preâmbulo é para deixar claro que, no contexto nacional, com raras exceções, Rondônia não existe. São poucos e em ocasiões muito especiais que algum representante de Rondônia se destaca nacionalmente ou torna-se uma voz importante. A bancada federal rondoniense tem muito pouco a fazer, a não ser apresentar reivindicações, emendas ao orçamento para investimentos em suas respectivas regiões e pouco mais que isso. Se a energia gerada por nós não fosse para abastecer o centro-sul, jamais teríamos as hidrelétricas do Madeira. A transposição não interessa ao governo central e será empurrada com a barriga tanto tempo quanto for possível. A dívida do Beron jamais será renegociada. É importante que a gente saiba disso, para não ficar sonhando alto. Por aqui, temos que sobreviver com nossas forças. Porque, na verdade, não apitamos nada em termos nacionais...
SEM ENROLAÇÃO
Pilhas de documentos já chegaram, do Ministério Público e do Judiciário, para a Comissão Processante da Assembleia Legislativa. O presidente da comissão, deputado José Lebrão e o ouvidor, Ribamar Araújo, já podem começar a trabalhar. O que falta agora é os demais partidos indicarem os outros três membros da Comissão. Coisa, aliás, que já deveriam ter feito. Não dá para ficar enrolando, quando o assunto é a Operação Termópilas.
PROFILAXIA
Com o fim do recesso, o fim do carnaval e o começa real de 2012, os deputados precisam agora correr contra o tempo. A sociedade está exigindo medidas rápidas e profiláticas, para limpar o parlamento rondoniense. Embora se compreenda que há um longo ritual a ser cumprido, a Comissão Processante tem que começar a trabalhar já, para dar uma resposta imediata à população.
DITANDO RUMOS
Esvaziada em função da semana do carnaval, a greve dos professores, engendrada pelo Sintero, com conotação política clara, foi retomada nesta segunda. O Sindicato diz que o governo fechou às portas à negociação, o que é negado com veemência pelo Palácio Presidente Vargas. O problema sério é que a paralisação interessa muito mais ao sindicato e seus candidatos em outubro do que aos professores e à comunidade. É a República Sindicalista ditando os rumos do poder.
CRIANÇAS COMO ALVO
A polícia prendeu, esta semana, um tarado que atacava sobrinhas e outras crianças e ainda as filmava. Uma das meninas tinha 10 anos de idade. Não é possível que o Brasil não tenha uma legislação duríssima contra esse tipo de crime. Só discurso fajuto e protestos das famílias vitimadas não adianta. Tem que pegar pesado com esses doentes e fazê-los apodrecer na cadeia. Violência contra criança e ainda dentro de casa, tem que ter punição exemplar.
E AS ONGS?
Depois do discurso histórico do senador Pedro Simon, do RS, pedindo à presidente Dilma Rousseff que implante a Lei Ficha Limpa em todos os cargos do governo, surge mais uma grande ideia, individual, mas importante, no Congresso. O deputado catarinense Espiridião Amin quer Ficha Limpa também para dirigentes de ONGs. Se isso for feito, das quase 100 mil que existem na Amazônia, vai sobrar uma meia centena...
PARADOS NO TEMPO
Três obras importantes para Rondônia continuam muito atrasadas, em relação ao projeto original. Nenhum viaduto sobre a BR 364, na Capital, está sequer perto de ser entregue. As obras do Teatro Estadual estão em ritmo de cágado de novo e já não se sabe quando terminarão. E o Centro Político e Administrativo, que agora se chamará Palácio Rio Madeira, não termina nunca. A previsão era de inaugurá-lo em 2010, mas agora, parece que ficou para junho. E ainda assim parcialmente. O tempo passa e as coisas não andam, quando se fala em obras públicas.
CADÊ A GRANA?
Mais de 100 bilhões de reais já foram arrecadados pelos governos municipais, estaduais e federal apenas nos primeiros 55 dias de 2012. Um novo recorde. Em 2011, as arrecadações chegaram a 1,5 trilhão de reais. Ora, com tanto dinheiro, porque bilhões para setores vitais como saúde, segurança pública e educação foram cortados? Será que é só o temor da crise internacional ou tem muito mais coisa por trás, sobre as quais a população não é informada?
PERGUNTINHA
Agora que começou o ano de fato, não seria o caso de começarmos a discutir problemas sérios para o país, como o fim dos feriadões e os 15 salários anuais pagos a congressistas?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)