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Sergio Pires

Opinião de Primeira - Por Sérgio Pires


EM UMA DÉCADA,
MAIS DE 1 MILHÃO E 500 MIL
DIVÓRCIOS REGISTRADOS

Na noite de 26 de dezembro de 1977, um dia depois do Natal e num Brasil que há 39 anos atrás tinha menos de 114 milhões de habitantes, bem menos que os  208 milhões de hoje, ouvidos e olhos estavam atentos aos rádios e grudados nas TV. Naquele dia, depois de décadas de discussão, em que os reacionários sempre venciam,  o Congresso aprovou, enfim, a Lei do Divórcio. Hoje isso parece um absurdo, mas naqueles tempos, ainda em plena Ditadura Militar, que ainda nem fechara sua primeira década e meia, era quase um milagre se conseguir essa grande vitória. O poderio da Igreja Católica era imenso, várias vezes maior do que é hoje e, como a maioria dos padres estava ao lado dos militares e do poder, a Igreja pressionava para que o Divórcio jamais fosse aprovado. Foi uma grande surpresa, na época, quando ele se tornou lei. Mais surpreendente ainda foi a sanção, pelo então Presidente Ernesto Geisel. Sete anos depois (1984), haviam sido oficializados perto de 35 mil divórcios. E as mudanças na sociedade foram tão rápidas; os valores familiares tão reestruturados; os casamentos foram durando cada vez menos que, só no ano passado, quando a Lei do Divórcio completa 39 anos e entra na sua quarta década, ocorreram nada menos do que 350 mil separações oficias. São 29.166 casos por mês ou 972 todos os dias. Só na última década, entre 2004 e 2015, 1 milhão e meio de casais se divorciaram.

Toda essa transformação da sociedade, que começou com a Lei do Divórcio e chegou até à guarda compartilhada dos filhos, demonstrou um avanço claro na legislação. Mas pouco mais que isso. Os machistas continuam machistas. Não aceitam separações, consideram as mulheres como propriedades suas e as agridem, violentam e matam às dezenas, todos os dias, país afora. O divórcio deveria civilizar a sociedade, mas o machismo está ainda tão arraigado na nossa sociedade, que não se sabe se daqui a mais 40 anos, esta fúria masculina e esse derramamento de sangue contra as mulheres terão acabado. Mesmo assim, avançamos como país e como povo. Mas ainda temos um longo caminho pela frente, para nos considerarmos verdadeiramente com uma cultura nacional que nos permita acabar com tanta violência contra elas...

OLHO NO JESUALDO!

Fiquem de olho nele! Começou modestamente, foi crescendo, destacou-se como um deputado atuante na Assembleia Legislativa; aglutinou apoios de vários partidos e grupos políticos e elegeu-se prefeito de Ji-Paraná. Fez uma administração tão boa, tão cheia de resultados; tão acima da média, que se releu com facilidade. Deu pra entender? Jesualdo Pires, que recém tomou posse para seu segundo mandato na sua cidade, é daqueles nomes que podem vir a ser muito importantes na história do Estado. Há quem diga que ele tem ouvido com insistência que teria grande chance, caso disputasse o Governo. Não será fácil, até porque o candidato natural de Ji-Paraná é o senador Acir Gurgacz. Mas, em política nada é definitivo. Portanto, olho em Jesualdo!

O ELEITOR É QUEM PERDE

A legislação eleitoral vigente é a grande culpada pela bagunça que está acontecendo em quase duas dezenas de municípios brasileiros, cujos prefeitos eleitos não puderam assumir e em alguns onde terá que haver nova eleição. Guajará Mirim é um exemplo disso. A lei eleitoral permite que o sujeito, enrolado em questões legais, dispute o pleito, contra qualquer bom senso. Ele ganha a eleição, mas pouco depois é considerado inelegível. Ora, não deveria ter esse veredito antes da eleição. Para que fazer a população de idiota, fazê-la ir às urnas, escolher seu Prefeito e, depois de todo o processo, deixar a cidade acéfala? E para que nova eleição, se há um segundo, um terceiro, um quarto entre os votados? Tudo assim, para complicar mesmo, para serem gastos mais alguns milhões de reais, para que as comunidades, ao invés de irem trabalhar, fiquem mais semanas e até meses vivendo novamente o processo político. Lamentável!

MAIS AÇÃO, MENOS REUNIÕES...

Nada contra a forma de trabalhar do novo prefeito Hildon Chaves. Todo o crédito a ele, que chega com toda a vontade de acertar e realizar. Mas que está havendo reunião de mais e ação de menos, ao menos nesse início, está sim. Hildon teve, desde a eleição, todo o tempo do mundo para reunir-se, planejar, discutir, preparar. Teria que ter começado no primeiro dia útil da administração já com algum trabalho concreto. Preferiu fazer reunião com os novos vereadores, mesmo no feriado, mas é mais reunião sobre reunião. O Prefeito precisa correr atrás do prejuízo e começar a agir imediatamente, para recuperar o tempo perdido. Moradores de vários bairros estão angustiados, dirigindo a ele todas as suas orações, para que comece logo a recuperação das ruas da cidade, principalmente nos bairros onde as alagações tomam conta. A hora agora tem que ser da ação. Quem marcava reunião para agendar reunião para ter um debate sobre futura reunião era o PT. Mas, espera-se, esse tempo já passou...

INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS

Já sobre suas relações com a imprensa, ficou clara a preferência de Hildon Chaves. Na internet, optou por prestigiar o poderoso e competente site rondoniagora, com informações privilegiadas. Foi de lá, aliás, que ele foi buscar sua secretária de esportes, Ivonete Gomes. Em relação às TVs, preferência para o SBT, emissora que elegeu a vereadora Cristiane Lopes e para quem Hildon deu sua primeira entrevista depois de eleito. E deixou na mão algumas outras emissoras, com quem tinha compromisso firmado de entrevistas e depois cancelou. Alguns jornalistas e veículos de comunicação, a quem Hildon procurava com insistência durante a campanha, foram deixados de lado. Espera-se que o competente e muito bem relacionado Valbran Júnior, que cuidará da comunicação do novo Prefeito, consiga modificar esse quadro. Político que dá informações privilegiadas e atenção a poucos, quando precisar, pode não ter ninguém para escutá-lo.

MORTE SUBITA

A pequena comunidade de São Felipe começa o ano com tremendo azar. Recém elegeu o prefeito Eleomar Teixeira, ainda jovem, com apenas 38 anos e o perdeu, dois dias depois da posse, para um ataque cardíaco fulminante. Foi uma fatalidade, que interrompe na cidade o sonho de uma administração muito positiva. A responsabilidade agora passou ao vice prefeito eleito e empossado, Marcicrênio Ferreira, que terá que cumprir o mandato. Ferreira não esperava ter que mudar todos os seus planos do dia para a noite, já que precisará deixar todos os seus compromissos e projetos pessoais e profissionais para comandar a cidade, coisa que o faria apenas eventualmente, na ausência do titular. O Governo de Rondônia e a Assembleia Legislativa emitiram nota de pesar, ao mesmo tempo em que se solidarizaram com a comunidade de São Felipe. O prefeito morto foi sepultado nesta terça, num clima de comoção na cidade.

PERGUNTINHA

Quando acontecerá a primeira grande operação do ano da Polícia Federal, à caça de corruptos e vagabundos que nada temem e continuam  vampirizando os cofres públicos?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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