Sábado, 23 de dezembro de 2017 - 19h39
TESTONI VAI ÀS LÁGRIMAS
E PROTESTA CONTRA AÇÕES POLICIAIS
QUE O DENUNCIARAM
Emocionado, encerrando o vídeo com muitas lágrimas; denunciando que está sendo perseguido e que há um conluio para tirá-lo de Ouro Preto, cidade em que vive desde os oito anos e onde foi prefeito por dois mandatos, o empresário Alex Testoni fez um duro protesto em relação a operações policiais contra ele, que, diz, foram feitas baseadas apenas em injustiças. Num longo depoimento de 10 minutos, Testoni, que também foi o deputado estadual eleito com a maior votação no Estado, na época, fez um relato da sua vida pública, enumerando conquistas, avanços e sua preocupação com os recursos públicos. Lembrou que todas as suas contas de oito anos como Prefeito foram aprovadas pelo Tribunal de Contas. Citou seu trabalho social e o de sua família, incluindo apoio durante anos a mais de 400 crianças necessitadas. Ele citou três processos em que foi denunciado, colocando-o, pela polícia, como chefe de uma quadrilha especializada em desviar dinheiro público da Prefeitura. O primeiro caso envolve um show de final de ano, de um artista a quem a Prefeitura pagou 65 mil reais (foi o cantor Gabriel Gava) o que, segundo a denúncia, teria causado em prejuízo de 6.500 reais aos cofres públicos. Testoni refuta a alegação, mostrando um documento da Prefeitura de Goiânia, que contratou o mesmo cantor e o mesmo show, por 125 mil reais, ou seja, o dobro do que pagou Ouro Preto, no Reveillon de 2013. “Onde está o prejuízo?”, questiona. Diz também que a denúncia tem conotação política, porque a acusação é de que ele estaria fazendo campanha política, por ser candidato ao Governo. O ex prefeito lembrou, contestando, que fez a mesma festa durante os oito anos em que foi Prefeito da cidade. Não havia eleição, todos os anos...
A segunda denúncia envolve uma obra de calçadas, com dinheiro, federal, que não teria sido feita. Outra vez, Alex Testoni protesta e mostra documentos. Diz que a obra foi feita sim, mas que a Prefeitura refutou, por sua má qualidade. E que devolveu aos cofres da União um total de 509 mil reais, apresentando certidão da devolução do valor. Sobre a terceira denúncia, que também irritou profundamente o ex Prefeito, ele afirmou que os próprios delegados reconheceram que os fatos ocorreram depois do final do mandato dele e que, portanto, nada tinha sob sua responsabilidade. As três acusações, incluindo o pedido de prisão contra ele (que a Justiça não topou), foi o que deixaram o ex Prefeito e ex Deputado revoltados. Terá ele razão ou não?
CONDENAÇÃO ANTECIPADA
Alex Testoni é um empresário de sucesso e considerado um Prefeito que fez história em Ouro Preto. Rico, doou parte dos seus bens, como vários terrenos, para construção de casas populares. Teria, assim, espírito para “roubar” a Prefeitura, num desvio de 6.500 reais, como afirma uma das denúncias? Claro que tudo deve ser apurado em toda a sua profundidade. Cada denúncia deve ser esclarecida. Tudo tem que ser feito às claras. Mas é igualmente necessário que se dê a Testoni o amplo direito de defesa e o total direito da dúvida. Não é correto se incinerar uma carreira política e uma vida toda, com acusações que, lá na frente, possam não se confirmar. Todos queremos Justiça, mas em sua plenitude. Queremos é aquela Justiça que puna os culpados e libere os inocentes. E que não condene ninguém antes que todos os fatos sejam esclarecidos. As lágrimas de Testoni ou mostram sua inocência ou dão a ele o título de um grande ator. O futuro e os esclarecimentos vão dizer, realmente, quem ele é, embora, mesmo inocente no futuro, as operações policiais já o tenham condenado, perante a opinião pública. Lamentável!
PESQUISAS DÃO CASSOL
As pesquisas continuam pululando em todas as regiões do Estado. Algumas delas merecem mesmo crédito, mas outras tantas são aquelas que não têm qualquer credibilidade, vendendo esperanças e geralmente dando espaço maior e números positivos para quem as contrata. Essa é a historia que não muda, há longos anos, em todo o país. Profissionais do setor convivem com oportunistas e vendedores de ilusões. Na Rondônia não é diferente. Por aqui, contudo, as que apontam os principais nomes na disputa pelo governo, sejam as que podem ser levadas a sério ou as que não o devem, tem um único dado em comum. Em quase todas elas, até agora, o senador e ex governador Ivo Cassol é o líder nas intenções de voto, ao menos neste momento. Mesmo sem ter certeza ainda se poderá disputar o pleito (haverá, certamente, um grande embate jurídico em torno do assunto), Cassol lidera nove em dez pesquisas, algumas por margem maior; em outras com percentual menor, mas em praticamente todas as regiões do Estado. Maurão de Carvalho e Acir Gurgacz se revezam na segunda posição. Quando entra o nome de Expedito Júnior, é ele que aparece como vice. Mesmo assim, é sempre bom lembrar não só do risco de pesquisas e, mais que tudo, num momento em que o quadro para 2018 ainda está mais que nebuloso.
TRÂNSITO: NÚMEROS QUE ASSUSTAM
Neste feriadão que começa e que prossegue até a noite da próxima segunda e no outro, maior ainda, de Ano Novo, em Rondônia, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar estão de olho nos grandes perigosos do trânsito em todo o Estado. Motivos não faltam. Um dos piores é o crescente número de bêbados ao volante. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, basta se analisar um número. Em apenas três meses e só em oito cidades rondonienses (Porto Velho, Guajará-Mirim, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena), foram presos nada menos do que 1.830 motoristas, alcoolizados quando dirigiam. Num universo de 8.300 motoristas parados em blitz da Lei Seca, realizadas ao longo de setembro, outubro e novembro (os dados de dezembro ainda não estão concluídos), 23 por cento deles tinham ingerido álcool, segundo os testes do bafômetro e provas testemunhais. Ao menos a metade destes detidos, ou seja, algo em torno de 920 motoristas, tinham no sangue um volume de álcool muito acima do imaginado. Esses perderam a habilitação por um ano e ainda tiveram que pagar uma multa de 2.934,70 reais. Todo o final de semana, só em Porto Velho, a média de bêbados flagrados ao volante passa de uma dúzia.
MÉDICO ESCRITOR
Uma vida dedicada à Rondônia; à Medicina, às artes e à literatura: esse pode ser o resumo de um dos personagens mais respeitados da recente história do Estado. Médico e empresário do setor de saúde (é o proprietário do conhecido Hospital Central, um dos melhores da região norte), Viriato Moura tem muito a contar, desde o começo de sua carreira, há mais de quatro décadas. Ele contou muito disso em seus quadros e tem ainda cinco livros publicados, um melhor que o outro, em entrevista a Sérgio Pires, no programa Direto ao Ponto deste sábado.
A atração, que foi ao ar nas emissoras da SICTV, a partir deste domingo pode ser acompanhada, na íntegra, no site Gente de Opinião, parceiro da SICTV/Rondônia. Vale a pena assistir ou rever, para quem já viu, um resumo da história deste rondoniense que não só é destaque na área da saúde, como tem uma presença constante e relevante no mundo das artes e da literatura.
DESTRUINDO ARMAS
A destruição de armas apreendidas, encenada em várias regiões do país, ocorreu também em Porto Velho. Na Capital, representantes da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, destruiu em torno de 4.400 armas de vários tipos, tamanhos e calibres. O armamento ilegal, a maioria pega nas mãos de bandidos, representou parte do total apreendido no Amazonas, em Rondônia e no Acre. A grande maioria delas, aliás, foi apreendida pelas autoridades policiais em Rondônia, onde nossa fronteira aberta e livre de mais de 1.300 quilômetros, possibilita que o tráfego de armas cresça cada vez mais. Outro detalhe preocupante. Neste último ano, a média de armamento ilegal apreendido cresceu em mais de 50 por cento, em relação à media anual do último quinquênio, ou seja, entre 2011 e 2016. Depois de serem destruídas, as armas foram levadas para um forno e derretidas. Não há muitos detalhes sobre as apreensões, mas a questão das armas continua no centro das discussões, em todo o país. A política de desarmamento deve continuar ou elas devem ser liberadas, conforme decidiu a maioria do povo brasileiro em plebiscito, há alguns anos atrás?
VOLTANDO À ESCURIDÃO
Na Estrada dos Japoneses, ladrões se esbaldam, roubando fios e lâmpadas, ali colocadas recentemente, num esforço das equipes da Emdur. A área, próxima à Faculdade Fimca, vivia na escuridão durante longos anos. Depois que a Emdur passou por lá, iluminando tudo, os moradores tiveram pouco tempo para comemorar. Semanas depois, a bandidagem fez uma limpa, deixando nos postes somente pedaços da fiação e nenhuma luminária. Quem reside na área denuncia que quem pratica os roubos é gente da própria região, conhecida opor todos. O problema é que ninguém quer se arriscar a denunciar publicamente os bandidos, com medo de represálias. Além disso, os poucos que têm coragem de denunciar, o fazem sem qualquer resultado prático. A polícia nunca aparece para pegar os criminosos, segundo depoimentos de vários moradores. Outra coisa estranha nesses casos de roubo de fiação é que ainda não foram presos os receptadores. Será que são tantos em Porto Velho, que a polícia não consegue chegar a eles?
ESTÁ TUDO CORRETO?
Assuntos nacionais que tomaram parte da mídia, neste período pré natalino e que, sem dúvida, merecem reflexão. De um lado, Paulo Maluf, um octogenário, condenado a sete anos de prisão por desvio de dinheiro público, sendo levado, apoiado numa bengala, para uma cela de um presídio em Brasília. De outro, duas frias assassinas, saindo pela porta da frente da cadeia onde cumprem pena, beneficiadas por saídas temporárias de Natal e Ano Novo. Suzana Von Richthofen engendrou a morte dos pais e ajudou a assassiná-los, num dos crimes mais brutais da recente história de violência no país. Ana Carolina Jatobá está presa por ter participado do assassinato cruel de sua enteada, a menina Isabella Nardoni. Certamente num país onde a vida das vítimas tem mais valor que os direitos humanos dos criminosos, ambas apodreceriam na cadeia ou sofreriam pena de morte, onde ela ainda existe. Já Maluf, perto da morte, é tratado como facínora, por ter roubado. Está tudo certo ou há algo errado aí? A pergunta é para que se faça apenas uma reflexão, nesses períodos de festas e comemorações...
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