ABASTECEMOS O PAÍS, MAS PAGAMOS UM
PREÇO ABSURDO PELA ENERGIA ELÉTRICA
Muitos rondonienses levaram um susto ao receber sua conta de energia elétrica, referente ao mês de abril. Valores duplicaram. Outros chegaram a 20%, 30%, 40%. O achaque é explicado pela Eletrobras Rondônia, como apenas um repasse determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel e por cerca de 50% de impostos, que o consumidor paga sobre a energia que consome. No encontro nacional de prefeitos em Brasília, essa semana, a presidente Dilma Rousseff, que chegou a ser vaiada por causa dos royalties do petróleo, disse que não entende como se cobra imposto sobre insumos, como a energia elétrica. É a própria Presidente da República que questionou o absurdo, mas é o governo dela que continua cobrando taxas abusivas sobre um produto essencial para a população. Contas que estavam beirando os 300 reais, chegaram esse mês com mais de 610 reais. Outras, que eram na média de 400/420, chegaram com quase 100 reais a mais. Outra explicação é que, como não foi feita a leitura dos relógios, se cobraria sobre a média de consumo dos últimos três meses. Absurdo, afronta ao bolso da população, uma vergonha que os órgãos de defesa do consumidor e o Ministério Público deveriam investigar com prioridade.
Não dá mais para suportar a ineficiência da ex-Ceron, seu deboche contra os consumidores, as cobranças inexplicáveis, o 0800 que atende a 3.500 quilômetros de distância; a necessidade do cliente ter que ir buscar sua conta, porque ela não estava mais chegando à sua casa. Desleixo, desrespeito, uma sucessão de atos de inoperância, exatamente pela impunidade. Estamos gerando energia para vários estados brasileiros. E, por causa da ex-Ceron, somos punidos com uma das taxas de energia mais caras do país. Até quando essa vergonha será esfregada na nossa cara?
BONDADES ELEITORAIS
Combater a miséria é elogiável, mas o pacote de bondades que a presidente Dilma lançou essa semana, tem cara e corpo de programas eleitoreiros. Aumento do Bolsa Família, cheque-voto (embora dentro da lei); construção de seis mil creches e aumento para 1 milhão de servidores federais, tudo numa vez. Coincidência? Claro que não. Em ano eleitoral vale tudo e quem está no poder faz o que bem entende. Então, os governistas e seus aliados saem com grande vantagem sobre os adversários, na disputa pelas Prefeituras. Não há como negar.
QUENTE E MORNO
No PDT, Celso Gomes, que saiu na frente para concorrer a Prefeito na Capital, abriu mão de compromissos e viagens para se lançar na pré-campanha. A decisão final acontecerá oficialmente na convenção do partido, em julho. O outro nome do partido, que ninguém imaginava que poderia perder a disputa interna, Dalton di Franco, continua pré-candidato. Tem sim o aval do presidente regional, o senador Acir Gurgaz. Mas Celso tem o apoio dos convencionais. Pelo menos alguma coisa quente está acontecendo no morno PDT rondoniense.
APOIO À CIÊNCIA
Merece registro a decisão do governador Confúcio Moura em oficializar a criação da Fundação Rondônia, voltada para a Ciência e a Tecnologia. Os trabalhos iniciam ainda este mês e Confúcio definiu com Mangabeira Unger, seu conselheiro especial, que comandará a Fundação, os seus rumos. Meio por cento da receita do Estado será destinada à nova instituição e uma equipe de onze pessoas começa a trabalhar já. É uma vitória de Rondônia, que era o único Estado a não ter sua fundação de Ciência e Tecnologia. E o cumprimento de uma promessa de campanha de Confúcio.
CONVITE AO CRIME
A falta de segurança (também nas pequenas cidades) e a impunidade, estão, parece, convidando quadrilhas fortemente armadas a atacar bancos e levar muito dinheiro. O desespero dessas comunidades é impressionante. Nessa semana, em Rondônia, mais um episódio lamentável desses. Uma quadrilha atacou em Machadinho do Oeste, aterrorizou a cidade, trocou tiros quando os poucos policiais apareceram e fugiu com quase 600 mil reais. Coisas assim se repetem no Brasil inteiro. E o STF se preocupa mais em soltar traficantes. Nossos ministros parecem que vivem em outro planeta.
DÉCADA E MEIA
Dezesseis anos depois, o governo do Estado ganhou uma ação de reintegração da área onde funciona a casa de shows Kabana´s, uma das mais conhecidas da cidade e que pertencia à Associação dos Servidores do Incra. Ali, a intenção é construir uma escola para crianças especiais. À decisão ainda cabe recurso, mas a tendência é que o Kabana´s deixe mesmo de existir. A área onde ele foi construído foi ocupado na marra. Só se lamenta que um caso desses, nem tão complicado, tenha levado mais de uma década e meia para ser julgado. Mas, é o Brasil...
O QUE VAI DAR?
Cachoeira não foi à CPI. Irá, algum dia? Tomara que sim. Enquanto isso, a Comissão Processante da Assembleia rondoniense anuncia o relatório final apenas para a semana que vem. Os denunciados ganham mais alguns dias. Mas, ouve-se nos corredores, que o relatório será duro, sugerindo várias punições. Pode ser só boataria, muito comum nos corredores do parlamento, mas sempre se diz que onde há fumaça, há fogo. Em pouco dias se saberá se o caso Termópilas na ALE terá mesmo punições duras ou se vai vigorar o corporativismo.
PERGUNTINHA
Quantos escândalos os políticos brasileiros ainda vão produzir até que algum deles acabe sendo punido exemplarmente?
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)