Quarta-feira, 1 de junho de 2011 - 06h29
CORRUPTO RECEBEU EM DIA POR 22
ANOS, SEM PRECISAR TRABALHAR
Quando se diz que parte das instituições e dos poderosos brasileiros vivem no país das maravilhas, enquanto a massa pena para sobreviver, parece haver exagero. Mas o que acontece nos meios do Judiciário, por exemplo, é a clara demonstração que eles têm o mundo deles. E nós o nosso. Nos enoja assistir a casos como o do jornalista assassino de mulher, Pimenta Neves, que ficou onze anos percorrendo corredores legais, até que na última instância ele tenha sido mandado para a cadeia. Só cumprirá dois anos de uma pena de 15. Ninguém se ruborizou, ninguém protestou, nem no Ministério Público e nem no Judiciário, nem no Congresso. O que se ouve é que a progressão de pena, inclusive para criminosos confessos e os que praticam crimes hediondos, é positiva. Para quem?, precisamos perguntar, na nossa ignorância. Agora, outro caso terrível surgiu em São Paulo. Um promotor público, afastado do cargo por corrupção e roubalheira, ficou 22 anos recorrendo em todas as instâncias e recebendo sem trabalhar, religiosamente, o seu salário, que hoje é de mais de 18 mil reais por mês. Nunca foi punido. Mesmo agora, que uma decisão monocrática no Supremo tenha mandado que ele seja expulso do MP, o malandro ainda avisou que há recursos e que irá se utilizar deles.
Quando um brasileiro comum, com inteligência mediana, com um pouco de informação, fica sabendo dessas, nada lhe resta além da raiva contida e da náusea que sente. Saber que seu país está sendo conduzido por esse tipo de leis e por esse tipo de gente, em praticamente todos os níveis, vai marcando e deixando um gosto da pequena dose de veneno que recebe, cada vez que toma conhecimento dessas vergonheiras. Até que um dia, quem sabe, haverá a explosão. E aqueles que hoje riem da nossa cara, fazendo o que fazem conosco, terão que prestar contas. Pode ser apenas um sonho, mas quem sabe, não é?
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Estava agendada para ontem, terça-feira, a abertura dos envelopes na concorrência para a agência que assumirá a gorda verba publicitária do governo do Estado. Sem não houver recursos – o que é muito improvável – estará resolvida uma das maiores dores de cabeça do início do governo Confúcio Moura. Se der algum xabú, o problema ainda vai se arrastar por algum tempo.
NINGUÉM AGUENTA
Nem o senador rondoniense Valdir Raupp, presidente do PMDB nacional e aliado do governo, aguenta mais a inércia em relação a melhorias nos aeroportos brasileiros. Semana passada ele fez discurso no Senado pedindo providências e avisando: a continuar no mesmo ritmo, vamos fazer fiasco tanto na Copa de 2014 como nas Olimpíadas de 2016. Disse tudo.
SEM AÇÃO
Em três dos cinco dias úteis da semana passada, Rondônia ficou isolada do mundo durante várias horas por causa de problemas com a operadora OI, responsável pelos serviços. O problema já mereceria intervenção dura do governo, prefeituras, ministério público e Judiciário. Até agora, contudo, ninguém fez nada. Parece que não é com eles.
PARADA NACIONAL
Um desses movimentos que aparecem do nada, geralmente na net, pretende parar o Brasil durante algum tempo, nesta quarta-feira, para exigir diminuição no preço dos combustíveis. A convocação vem por email de Brasília, sem anúncio de quem é o responsável pela idéia.
ACHAQUE OFICIAL
Como o brasileiro não tem o hábito de protestar – nem contra o abusivo preço dos combustíveis, com quase a metade do seu custo significando impostos – a tendência é que esse movimento não se torne grande coisa. É uma pena. Se todos os brasileiros achacados pelo governo e pelas distribuidoras protestassem juntos, quem sabe alguém os ouviria?
CDS A MENOS
Em seu blog, o governador Confúcio Moura nega com veemência que está aumentando o número de cargos comissionados. Escreveu: “parte da imprensa, sei lá, para manchetear ou confundir o povo, disse que aumentei 4 mil cargos novos. Pelo contrário, enxuguei. E vou enxugar ainda mais. O pessoal deve se acomodar. De agora em diante, por Deus, a porta de entrada do serviço público será por concurso” .
É DEMOCRACIA?
Democracia é boa quando atende aos interesses de quem está no poder. Quando é derrotado, embora isso ocorra em raríssimas ocasiões, o governo pressiona e tenta intimidar o Congresso. Foi o que fez o Executivo no caso do Código Florestal, quando perdeu na Câmara Federal. Ameaças de retaliação, inclusive contra aliados, foram a tônica vinda do Palácio do Palácio. Que democracia é essa?
2012 E 2014
Na política, pouca movimentação da porta para fora e muita à portas fechadas. Lideranças dos partidos continuam conversando, tentando achar nomes em comum e acertos que possam aproximá-los do gosto do eleitor em 2012. A eleição será municipal, mas muitos líderes querem fazer o teste das urnas já pensando em 2014. Principalmente na corrida em Porto Velho.
PERGUNTINHA
Até quando o Brasil vai assistir de braços cruzados o aumento desenfreado da corrupção e começar a punir corruptos e corruptores?