Quarta-feira, 2 de dezembro de 2009 - 05h17
BOLÍVIA AUMENTA PRODUÇÃO DA FOLHA
DE COCA E TRAZ INSEGURANÇA À FRONTEIRA
Tem gente que faz de conta que não enxerga. É o caso da total omissão do governo brasileiro em relação ao que já começa a acontecer na fronteira com a Bolívia. O plantio indiscriminado da folha de coca, que apenas no governo Evo Morales cresceu 41% (segundo informações divulgadas nesta semana pela revista Veja), é um grande risco para nós, que vivemos perto da área fronteiriça. Embora os bolivianos aleguem que plantam a folha para mascar, a verdade é que ela atravessa para nosso lado aos borbotões, transformando-se em cocaína. Os mais de 10 mil brasileiros que estão sendo desalojados de suas terras, onde vivem e trabalham há anos, para dar lugar a plantadores da folha de coca – e não poro uma questão histórica, de tradição quase espiritual dos bolivianos - perdem tudo para a essência da droga. É sim a raiz do aumento considerável do tráfico na região. A própria Bolívia (ainda segundo a Veja), que era apenas produtora da folha da coca, já se tornou uma grande produtora de uma das drogas mais pesadas, aquela que abastece o crime organizado, que cria quadrilhas de traficantes internacionais, que rende milhões de milhões de dólares para alguns e traz a desgraça para tantos.
Está chegando a hora do governo do Brasil se posicionar. E com dureza, contra a enorme e crescente produção da coca no nosso vizinho mais próximo. A situação, que já se complicou muito, pode se tornar incontrolável em breve. E não terá sido por falta de aviso.
MAIS DISTANTES
Eduardo Valverde teve o aval de Brasília na sua batalha para ser indicado o nome do PT para a disputa do governo do Estado. O comando nacional petista – leia-se, também, o Palácio do Planalto – não aceitou que a grana toda do PAC que vem para Porto Velho ficasse nas mãos do PMDB. Ou seja, os dois antigos aliados agora estão bem mais distantes.
MEIA DÚZIA
Com a entrada de Valverde no cenário, já existem seis pré-candidatos confirmados à sucessão de Ivo Cassol: o próprio petista; João Cahulla, o candidato preferido de Cassol; Expedito Júnior, que está bem em todas as pesquisas; Confúcio Moura, que vem com a força do PMDB; Acir Gurgacz, do PDT e ainda Rosângela Cipriano, de Vilhena, que já foi indicada pelo PSOL.
QUADRO NEBULOSO
Pode haver depuração mas podem surgir outros nomes. E tudo ainda depende muito da decisão do TSE sobre o mandato do governador Cassol. Se ele for absolvido – que é o que parece ser a tendência entre os ministros – nada muda. Se for o contrário, a coisa toda pode virar de cabeça para baixo.
MISSÕES
Valverde tem uma missão daquelas duríssimas, embora venha com o apoio, a grana e o aval do governo e do presidente Lula, para a disputa regional. Roberto Sobrinho fica na Prefeitura até o final do segundo mandato e pode sair consagrado com todos os investimentos que estão sendo feitos pelo governo petista na sua cidade.
SEGUNDO VOTO
Dos três antes pré-candidatos do PT ao governo, sem dúvida a situação mais complicada é a da senadora Fátima Cleide. Ele concorre ao Senado, acreditando em pesquisas feitas na Capital e imaginando que pode ser a dona do segundo voto do eleitor rondoniense, como ocorreu na sua primeira eleição.
PROBLEMÕES
Mas Fátima tem dois problemões pela frente. E eles têm nome. Chamam-se Ivo Cassol e Valdir Raupp. Os dois – um governador, outro ex-governador – são lideranças políticas consolidadas e todas as pesquisas os apontam como eleitos, caso o pleito fosse hoje. Fátima terá que derrubar um deles. Como conseguirá é o que se questiona...
SONHO SOLITÁRIO
Acir Gurgacz tem o sonho de se tornar membro importante do grupo de opositores a Cassol com chances reais de eleição. Por enquanto, é sonho solitário. Ele terá que manobrar muito – e bem – para convencer aliados que seu projeto não é apenas pessoal. Acir, por exemplo, não aceitaria ser vice numa composição oposicionista. Portanto, a margem de negociação dele e seu partido, o PDT, é muito pequena.
NOIVA DA HORA
O jovem David Chiquilito, do PC do B, é a noiva da hora. Tanto o PT quanto o PMDB gostaria de tê-lo como candidato a vice. O problema não é só convencer o filho de Chiquilito Erse. Seu partido não quer nem ouvir falar na possibilidade. David vai mesmo disputar cadeira à Assembléia e tentar “arrastar pelo menos mais um comunista consigo.
E O ADILSON?
Rosangela Cipriano é praticamente desconhecida fora do seu domicílio eleitoral, Vilhena. Mesmo assim o PSOL acha que conseguirá o voto ideológico e que a propaganda eleitoral poderá dar alguma chance à sua candidata. Será muito difícil. Se é apenas para participar, o partido poderia ir de novo de Adilson Siqueira. Pelo menos já tem nome no Estado, por ter participado de várias disputas.
Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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