ESTAMOS TROCANDO AGRICULTORES
POBRES POR PLANTADORES DE COCA
Vai começar a volta para casa. Na marra. Pelo menos 150 famílias de agricultores ameaçados de expulsão de terras na fronteira entre Bolívia e Brasil terão de reconstruir, mesmo contra suas vontades, as suas vidas do lado brasileiro, em região já pertencente ao Acre. Eles fazem parte de um grupo de mais de 550 famílias, a grande maioria de gente muito pobre, que está sendo mandada embora de suas terras pelo governo de Evo Morales, que quer as áreas ora ocupadas pelos brasileiros – alguns já vivem ali há mais de duas décadas – para doá-las a produtores de coca, a essência da cocaína, na área fronteiriça com o Brasil. Todos os brasileiros que viviam em paz na fronteira com a Bolívia já foram comunicados que serão expulsos por determinação da nova legislação boliviana, que determina que estrangeiros não podem viver em regiões de fronteira, mesmo os que já estavam no local há muitos anos. Nada de direitos adquiridos. E muito menos de direitos humanos, coisa que nem os bolivianos e nem o governo brasileiro estão ligando, porque simplesmente nosso governo aceitou a imposição dos vizinhos sem sequer tentar algum tipo de negociação.
As famílias que estão sendo corridas da Bolívia poderão receber lotes entre 50 e 80 hectares e mais 32 mil reais em linhas de crédito para recomeçar suas vidas. Por enquanto tudo é apenas projeto anunciado. Não se sabe quando isso ocorrerá. E se ocorrerá. A única certeza é que a expulsão está consumada. Vamos trocar nossos vizinhos brasileiros que plantam praticamente para a sobrevivência pelos bolivianos, que irão produzir a folha da coca. E todos nós sabemos o que isso significa.
PROPORÇÃO
O lucro dos bancos brasileiros foi recorde no mundo inteiro. Não há país em que eles ganharam tanto dinheiro como no Brasil. Em contrapartida, os serviços prestados à população piora cada vez mais. É caso único em que o desprezo por quem torna estas empresas bilionárias é diretamente proporcional aos seus ganhos.
PUXÃO DE ORELHAS
Quase 190 mil eleitores compareceram às urnas no plebiscito do último domingo. Foi uma surpresa geral e um puxão de orelhas – inclusive nessa coluna – nos que não acreditavam que a população levasse o plebiscito a sério. Foi um show de cidadania, que precisa ser registrado.
CORPO E ALMA
A pouco mais de 30 dias de deixar o governo, Ivo Cassol se movimenta. Anda por todo o interior, conversa com aliados, prepara sua caminhada rumo ao Senado. E, mais que tudo, dedica-se de corpo e alma para tentar levar o nome do seu candidato à própria sucessão, João Cahulla, a todos os cantos de Rondônia. Cassol, mesmo prestes a deixar o poder, não se afaste dos seus planos.
CADA MINUTO
Março começou com correria intensificada de todos os pré-candidatos ao Governo. Até Acir Gurgacz, do PDT, que não estava se mexendo, tratou de começar a agir. Cahulla, Confúcio e Valverde, os nomes principais, querem estar no segundo turno. Por isso, aproveitam cada minuto e andam estado afora todos os finais de semana.
ESCASSEZ
O deputado petista Professor Dantas fala com conhecimento de causa. Ele está impressionado com os números que apontam que cada vez menos estudantes querem ingressar na carreira do magistério. O parlamentar sabe também que a péssima qualidade do ensino brasileiro passa por essa escassez de novos mestres.
UNANIMIDADE
Com os mais de 90% dos votos pelo sim no caso da emancipação da Ponta do Abunã, todos os políticos saíram ganhando. Não houve uma só voz, no meio deles, defendendo o não. Na campanha, a unanimidade dos candidatos vai usar o seu aval à emancipação para pedir votos na região que vai se transformar em município.
MELHOROU
O grande incêndio ocorrido no centro da Capital, sábado, foi complicado para os bombeiros. Mas mesmo com todas as dificuldades, eles conseguiram se sair bem. Usaram mais de 80 mil litros de água e os equipamentos – embora ainda não ideais para um sinistro de grande porte – deram conta do recado. Foi um avanço.
PERIGO NAS ALTURAS
Quando ocorre um incêndio desses, vem à cabeça das pessoas o tamanho do risco que correm moradores dos grandes prédios que estão construídos ou em construção na cidade. Num caso desses, sem dúvida a estrutura dos bombeiros não tem como dar conta. É importante a cidade se preparar para os graves problemas que podem vir junto com o crescimento vertical surpreendente que Porto Velho está vivendo.
BRUTALIDADE
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)