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Sergio Pires

Primeira Mão - 03/08/10


Primeira Mão - 03/08/10  - Gente de Opinião

O IMPORTANTE É CHEGAR AO PODER E NÃO FICAR

DISCUTINDO OS ASSUNTOS QUE SÃO POLÊMICOS

Não é só a questão do Código Penal e das leis que só servem para beneficiar bandidos que os candidatos à Presidência fazem questão de “esquecer” em suas campanhas. Há outros temas polêmicos que, pelo menos os três primeiros nas pesquisas – José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva, não necessariamente nessa ordem – fazem questão de não abrir a boca. O caso da ONGs é sintomático. Centenas de milhares delas abundam país afora, recebendo gordas quantias dos cofres públicos brasileiros e, na grande maioria dos casos, defendendo interesses internacionais. Os dois primeiros – Serra e Dilma ou Dilma e Serra, como quiserem – fazem de conta que o problema não existe, agendam e depois escapam de reuniões para tratar do assunto e se fazem de morto para ganhar sapato novo. Temem, é claro, que as poderosas e milionárias ONGs – algumas bilionárias – usem a dinheirama que têm que prejudicá-los na campanha. Fecham os olhos, então. O mesmo procedimento os presidenciáveis tomam em relação às “nações indígenas”. Esse assunto também tem ligações com as ONGs. O caso de Roraima, onde há um plano – segundo o próprio Serviço Nacional de Informações, SNI – para transformar a Reserva Raposa Serra do Sol - na foto acima, pequeno grupo de índios representando os poucos donos da gigantesca área - num território independente do Brasil, sequer é abordado, nem de passagem, pelos candidatos ao Planalto.

Dilma e Marina ainda se compreende, porque suas ideologias estão ligadas a ONGs e essas besteiras de “nações indígenas independentes” e “povos da floresta”. Mas a omissão de José Serra torna-se motivo de grande preocupação. O negócio é tentar fazer uma campanha feijão-com-arroz, o menos polêmica possível, porque antes de tudo, não importa a conteúdo e a forma, o importante mesmo é chegar ao poder. Triste e trágico.

POUCOS

Era de se prever os comentários contra os números do Ibope. O instituto ouviu muito pouca gente no Estado. Em 23 cidades, só 14 eleitores foram ouvidos. Mesmo assim, é importante que as coligações tomem o resultado como um norte. E sem esquecer que a pesquisa deu um retrato daquele momento. A partir de agora, com as campanhas na rua com força total, tudo pode mudar.

ENGESSAMENTO

Há ainda dois meses de campanha. Em julho ela praticamente não existiu, não só porque os candidatos têm menos dinheiro que em anos anteriores – e não queriam gastar em vão - como também pelo engessamento que a legislação eleitoral causou nas disputas políticas. E há ainda questões como a Lei Ficha Limpa e outras, que poderiam tirar do páreo muitos candidatos. Nesta semana tudo se define e aí sim, o barco anda.

SURPRESA

Uma nova pesquisa de um instituto local, confirma a vitória de Dilma Rousseff, com facilidade, sobre José Serra em Porto Velho. E a vitória de Serra, por pouco e dentro da margem de erro, sobre a petista, no interior. Surpresa mesmo foi Marina Silva chegar a 13% na Capital e 11% no interior. Imaginava-se que ela, que nunca foi parceira de Rondônia, tivesse muito menos apoio popular no Estado. Mas Marina vai bem também por aqui.

ABUNDÂNCIA

A Folha de domingo traz reportagem confirmando o que já era visível: o tráfico de drogas vindas da a Bolívia está trazendo para Rondônia os grandes chefões do crime organizado. Eles vêm acompanhados da sua turma para levar a cocaína para várias regiões do país. Porque nunca se produziu tanta droga no nosso vizinho. No governo Evo Morales, a produção de coca cresceu 40%.

NA FRONTEIRA

E isso que não começaram a ser colhidas, ainda, as produções da área de fronteira, onde haviam brasileiros produzindo alimentos e de onde eles foram expulsos pelo governo Morales para que cocaleiros se instalassem. A produção da folha de coca, em grande escala, bem à margem da nossa fronteira vai piorar ainda mais as coisas.

TIROS NA RUA

Já não bastava a violência do trânsito da Capital, que todos os dias registra em torno de 15 acidentes, alguns deles muito graves, com feridos e mortos. Agora, os motoristas de carros que se chocam estão partindo para a agressão. Na semana passada, um motorista enfurecido, que fugiu do local da colisão, deu um tiro na perna do outro, que foi batido e não tinha culpa alguma. A coisa está ficando pior do que já é.

SEM CIMENTO

O caso da falta de cimento no Estado e dos preços considerados muito altos, cobrados pela Votorantin, vai continuar dando pano prá manga durante muito tempo. Nos próximos dias, a Assembléia Legislativa deve convocar diretores da empresa para explicar a suspeita de cartelização do setor. O deputado Jesualdo Pires está de olho no assunto.

E A RODOVIÁRIA?

A Capital cresce, a população só aumenta e a infraestrutura ainda está muito distante de ser uma Brastemp. Veja-se por exemplo o caso da rodoviária. Localizada em área nobre, fica espremida numa região quase central e está praticamente igual há 20 anos. A Prefeitura já tentou fazer parcerias com empresas mas nenhuma aceitou. A rodoviária continua representando uma situação inversamente proporcional às necessidades da população.

Fonte: Sergio Pires  - ibanezpvh@yahoo.com.br
 
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