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Sergio Pires

Primeira Mão - 04/07/10


Primeira Mão - 04/07/10 - Gente de Opinião

NESTE PAÍS DO FUTEBOL, MESMO PERDENDO,
AINDA SOMOS OS MELHORES DO MUNDO

Passada a dor, cabeça mais fria, ainda é tempo de se comentar a participação brasileira na Copa do Mundo da África do Sul. Para nosso país, o futebol não é apenas um esporte. Está no mesmo nível dos grandes temas nacionais, tanto para as alegrias quanto para as tragédias. As analogias entre o futebol e a vida brasileira são comuns, diárias, citadas em frases criativas ou até nas mesmices e repetições de frases feitas de comentaristas especializados ou os de botequim. Não há brasileiro que não se abale com a perda da Copa do Mundo. Homens chorosos e até as mulheres em lágrimas, como a da bela foto acima, do site G1, da Globo, que detestam tanto futebol em sua vida normal, acabam se envolvendo apenas nesses momentos mágicos, que unem a Nação. E a unem em torno de um esporte que não nasceu aqui mas sempre teve, em nossa terra, o primor, a qualidade, o toque artístico, o talento incomparável.

Perdemos mais uma Copa do Mundo mas já ganhamos cinco. Perdemos um jogo apenas, lamentamos nossa perda, nos penalizamos com o choro das nossas crianças, escolhemos nossos heróis e nossos vilões dentro do campo de jogo. Mas mesmo com toda a sua importância, o futebol não é tudo. É importante, é motivo de unidade nacional, é um acontecimento fantástico em nível global mas continuamos em frente. Merecíamos ter perdido? Não importa a resposta. Importa que o brasileiro compreenda que seus atletas merecem respeito, trabalharam duro, fizeram o que puderam. Nem sempre se ganha. De vez em quando, leva-se uma boa surra para aprender que na vida é também com derrotas que a gente se prepara para novas vitórias. Afinal, 2014 está logo ali. E até lá, cheios de esperança, vamos continuar sonhando com o futebol e suas conquistas. E nos achando os melhores do mundo!

MAIS TEMPO

Nove dias. Foi o tempo a mais que os candidatos às eleições de outubro ganharam com a eliminação da Seleção Brasileira. Se fosse até a final, o time brasileiro concentraria todas as atenções e eleição só depois do dia 11. Com a derrota, centenas de caçadores de votos já estão nas ruas. Não querem perder um só segundo.

VOTO A VOTO

Montadas as chapas majoritárias, agora é a vez das estratégicas. Marqueteiros passam a ser personagens importantes, conselheiros próximos também, antigos participantes de campanhas duras são chamados por esse ou aquele candidato. Nessas alturas do campeonato e numa eleição que promete ser disputada voto a voto, qualquer ajuda é bem vinda.

CHAPA FORTE

João Cahulla, com Tiziu Jidalias como vice, acabaram formando uma chapa muito forte. Os dois, que têm suas principais bases eleitorais no interior, repetem o que fez Cassol na sua reeleição: buscou um parceiro da sua cidade, Cahulla, para vice. O grupo governista caiu na estrada e está animado com suas chances.

REVIGOROU

Outra candidatura que chegou a correr riscos mas acabou saindo revigorada, foi a do tucano Expedito Júnior. Com Miguel de Souza de vice, ele compõem uma chapa interior-Capital e traz consigo um político que tem muito respeito no meio empresarial. Com Miguel no lugar de Alan Queiroz, Expedito saiu no lucro.

GRUPO FORTE

Confúcio Moura e Airton Gurgacz passaram os últimos dias traçando alternativas de campanha, acompanhados de perto por dois senadores: Valdir Raupp e Acir Gurgacz. A turma PMDB/PDT também comemora a adesão do DEM, da turma de José Bianco. São lideranças importantes que podem ter influência positiva na eleição ao governo.

SAIU NO LUCRO

Também Eduardo Valverde, do PT, saiu no lucro. Ao trazer para o seu lado, na última hora, o PSB de Mauro Nazif e Jesualdo Pires, o petista revigorou sua campanha, porque corria o risco de sair sozinho. O prefeito Roberto Sobrinho, de Porto Velho, coordenador da campanha, já entrou em campo. Quer trazer Lula e Dilma Roussef para alavancar a candidatura do PT.

MUITO POUCO

O que poderá fazer o professor Sussuarana, candidato ao governo pelo PSOL? Com uma militância muito pequena, com um discurso de esquerda que não consegue pegar no eleitorado; sem dinheiro e sem estrutura, a tendência é que ele repita o que fez em disputas anteriores o professor Adilson Siqueira: muito pouco.

PRIMEIRA DERROTA

E a Lei Ficha Limpa já levou sua primeira rasteira. Ao liberar o registro da candidatura do senador Heráclito Fortes, condenado na Justiça por abuso do poder econômico, o ex-presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, deixou bem claro que a nova lei não será levado tão na marra quanto vários setores da sociedade – e inclusive do próprio Judiciário – alardeavam.

É COM O ELEITOR

No final das contas, a Lei Ficha Limpa só vai pegar mesmo se o eleitor decidir que ela deve pegar. Ou seja, que o eleitor pesquise a vida pregressa dos candidatos e não vote em nenhum deles que tenha um rabo enorme de problemas, processos, condenações. Porque, se depender do Supremo, os casos de proibição de candidaturas serão muito poucos.

Fonte: Sergi Pires

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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