Domingo, 8 de agosto de 2010 - 07h56
DÚVIDA CRUEL: ACOMPANHAR DEBATES
MORNOS OU FICAR COM NOVELA E FUTEBOL?
Insípido, inodor, incolor: assim se pode resumir o primeiro debate entre os presidenciáveis realizado pela Rede Bandeirantes, nesta semana. Pouca novidade, muita conversa mole, objetividade quase zero. José Serra se preocupou porque sorriu pouco, Dilma destacou que a coordenação do ministério Lula foi sua grande realização; Marina Silva que se mostrar representante da modernidade e do futuro – onde? onde? – e Plínio de Arruda Sampaio sentou o pau em mortos e vivos. Programas concretos, muito poucos. Projetos de relevância, quase zero. O narcisismo dos políticos brasileiros afeta um debate que poderia ser muito melhor, mais profundo, tocando nas feridas, levantando questões que como a segurança pública e a guerrilha urbana que já tomam contas das grandes cidades. Mas, sempre de olho no próprio umbigo, a preocupação maior é se sair bem no vídeo, sorrir, mostrar segurança. Uma espécie de reality show dos anos modernos, onde a situação e as dificuldades do país; seu futuro e os projetos ficam para um plano secundário.
Em setembro, começam os debates entre os candidatos ao Governo do Estado de Rondônia. Um está marcado para o dia 16 e outro para o dia 20, em duas redes estaduais de TV. Tomara que os cinco concorrentes ao Palácio Presidente Vargas optem pelos programas que irão criar e apresentar ao eleitorado e não por ataques, contra-ataques e micuinhas. A maturidade, que ainda não chegou ao debate presidencial – haverá outros e por isso ainda nos resta alguma esperança de melhora – precisa aparecer nos encontros dos postulantes ao Governo em Rondônia. Ninguém mais agüenta enrolação e conversa jogada fora. O eleitor quer propostas, planos realizáveis, transformações para melhor. Fora disso, é melhor ficar com a novela ou o futebol.
DOIS PESOS...
Quem não tinha certeza de que o TRE impugnaria candidaturas como as de Ivo Cassol e do deputado estadual Miguel Sena, pro exemplo? Os dois, sempre condenados pelo tribunal local, nunca perderam em instâncias superiores. Por aqui, não têm qualquer chance. No TSE, a isenção absoluta garante vitórias dos dois. Pelo menos tem sido assim até agora.
FIXAÇÃO
Se dependesse do TRE, pelo menos cinco dezenas de candidatos poderiam ficar fora do pleito. Ao contrário de TREs de outros estados, o de Rondônia decidiu fixar-se na Lei Ficha Limpa, que ainda não se sabe se vai valer ou não. Claro que há casos mais graves que extrapolam qualquer análise, pelo envolvimento em “rolos”. Mas na maioria dos casos, a tendência é a reversão em instância superior.
NÚMEROS NÃO MENTEM
Números que falam por si mesmos: a Assembléia de Rondônia tem um orçamento de cerca de 11 milhões de reais/mês. Pagando todas as contas em dia, pagando dívidas – algumas delas que vinham desde 1983 – e com um controle rígido das finanças, o legislativo economiza e devolve aos cofres do governo pelo menos 2 milhões de reais todo o mês.
ORDEM NA CASA
O mérito, é claro, é do comando da ALE, presidida por Neodi Carlos; da Mesa Diretora e dos deputados no geral, que decidiram mudar para muito melhor a imagem do poder. E quem coordena tudo isso e faz funcionar é um paranaense que chegou para colocar ordem na casa; Neucir Batiston é o nome dele.
VEZES DEZ
O volume de obras em Rondônia é tão grande, o crescimento do Estado é tão acima da média nacional, que vem atraindo profissionais de todos os cantos do país. É sintomático o aumento de registros e pedidos de registros no CREA, o conselho dos engenheiros e arquitetos. Há três anos, tínhamos pouco mais de 100. Hoje, já são 1.300 profissionais na área.
MORTE À VISTA
A Folha de Rondônia contou, essa semana, uma história muito sintomática sobre a situação de violência em que vivem as mulheres. Em Porto Velho, um homem foi preso pela oitava vez por agressão à sua companheira. Fica umas horas na cadeia e é solto de novo. Quando esse criminoso matar a mulher dele, os defensores dos direitos humanos dos bandidos correrão para ver se ele é bem tratado. Sua mulher estará morta. Que país é esse?
VAI TENTANDO...
Em plena campanha eleitoral, o Sintero se mobiliza em torno dos seus candidatos. E realiza reuniões, ataques aos adversários, ameaças de greve, repetindo o mesmo filme que se vê há anos. Até agora não conseguiu nada, mas quem sabe se continuar tentando, não irá eleger alguém da turma?
FIM DE PAPO
Por falar em servidores, o caso da transposição foi para o saco. Pelo menos para uso na campanha eleitoral. O Ministério do Planejamento acabou com os sonhos de vários políticos que diziam que o assunto estava definido. Transposição agora só será tratada em Brasília lá por novembro. Acabou o discurso.
MUSIQUINHA
“Glória do desporto nacional, oh Internacional, que eu vivo a exaltar; levas a plagas distantes, feitos relevantes, vives a brilhar”. Em homenagem à torcida colorada de Rondônia, um trecho do hino do melhor time do país, nesse momento.
Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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