Segunda-feira, 8 de novembro de 2010 - 05h23
O DRIBLE NO ELEITOR: NA CAMPANHA, É
UM DISCURSO E NA PRÁTICA BEM OUTRO
É impressionante como os políticos adoram dar uma rasteira no eleitor. Recém terminou uma disputada campanha pela Presidência, com a eleição de Dilma Rousseff e mais uma vez promessa de palanque é ignorada. O seria também caso Serra fosse o eleito, porque é hábito do candidato falar uma coisa e o eleito falar outra. Dilma defendeu menos impostos durante os dois turnos da corrida presidencial. Disse aquilo que a população – e principalmente a classe média, já esmagada pelas dezenas de tributos que paga – queria ouvir. Menos de 72 horas depois de referendada nas urnas, lá vem a dona Dilma com a grande surpresa de pensar em ressuscitar a famigerada e trágica CPMF, o imposto do cheque. Fala-se que ela estaria sendo pressionada por governadores recém eleitos, para trazer de volta o imposto, retirando-o da sepultura e ressuscitando mais um achaque ao bolso do contribuinte. Dos governadores eleitos? Ué, mas durante a campanha nenhuma deles – NENHUM – disse ao eleitorado que pediria mais um imposto, caso ganhasse a eleição. Então, a ser verdade, vale também para eles a pecha de enganadores do eleitor. Na campanha diziam uma coisa; eleitos, fazem outra totalmente diferente.
Mais que um acinte aos brasileiros que já pagam a mais alta carga tributária do mundo, comparando-se com a pífia retribuição e retorno em serviços, a CPMF pode voltar novamente como um engodo. É um imposto cuja arrecadação deveria ser usada para melhorar a saúde. Nunca o foi e nunca será. O dinheiro todo vai para o cofre comum da União e de lá sai para tudo, menos para aprimorar o atendimento precário à saúde dos brasileiros.
TROCA RÁPIDA
Seria cômico não fosse trágico: todos os dias vê-se carros que foram plotados na campanha com o nome de João Cahulla sendo substituídos às pressas e pós-eleição pelo de Confúcio Moura. Pelo menos um carro foi visto com o nome de Confúcio colado em cima do de Cahulla. Ridículo.
TRANSIÇÃO
Uma semana pós eleição, o governador João Cahulla preferiu não se pronunciar ainda sobre o resultado e as consequências das urnas. Cahulla e o grupo governista devem começar a tratar da transição a partir desta segunda-feira. O governador que fica nove meses no poder, ainda não definiu seu futuro político.
O OUTRO LADO
O governador eleito Confúcio Moura pretende começar a semana tratando do mesmo tema. Já designou sua equipe para a transição, liderada por Francisco de Assis, que foi o coordenador da sua campanha. Confúcio reafirmou que espera ter as portas abertas na estrutura de governo para tomar pé da situação.
MAIS UM
Na relação de nomes que podem disputar a Prefeitura de Porto Velho – e que só cresce – insira-se o do deputado federal Lindomar Garçon. Ele diz que por enquanto não pensa no assunto mas, na verdade, Garçon sonha também em chegar lá. Na última eleição para o comando da Capital, ele ficou em segundo, quando Roberto Sobrinho foi reeleito.
“ME INCLUA FORA”
Aquela brincadeira de “me inclua fora dessa”, teria sido usada pelo deputado estadual vice-campeão de votos no Estado, Zequinha Araújo, que não estaria disposto a disputar a Presidência da Assembléia. Zequinha, contudo, tem muitos planos. E não será surpresa se for convidado por Confúcio Moura para assumir uma secretaria na área social.
PRIMEIRÃO
Jesualdo Pires é o primeiro nome a surgir como muito forte na disputa pela Prefeitura de Ji-Paraná. Teria apoio do governador eleito Confúcio Moura, do atual prefeito José Bianco e de algumas das maiores lideranças da segunda maior cidade do Estado. Jesualdo sonha em comandar seu município. Desde já, sai como grande favorito.
DOIS TEMAS
Na Assembléia Legislativa, a segunda semana de novembro começa quente. Nos bastidores, só se fala na formação da nova mesa diretora. Nas reuniões formais, mudanças no orçamento do Estado para 2011 devem concentrar as atenções. A turma de Confúcio Moura quer mudar muita coisa. A do atual governo não.
PREÇO DA VIDA
Mais uma trágica notícia de violência em Rondônia. Dois celerados, incluindo o filho de um fazendeiro, mataram duas pessoas a golpe de canivete porque as vítimas teriam roubado um filhote de pittbull da propriedade. Um caso dantesco, que bem demonstra o que vale uma vida humana para muitos desumanos.
PRÁ QUEM GOSTA
Sensacional a reta final do Campeonato Brasileiro, considerado o mais difícil do mundo. As torcidas do Fluminense, Corinthians, Cruzeiro e Botafogo ainda sonham com o título. Os três primeiros têm mais chances. O “Fogão”, contudo, ainda pode chegar lá. Prá quem gosta de futebol, uma reta final espetacular.
Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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