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Sergio Pires

Primeira Mão - 10/07/09


Primeira Mão - 10/07/09 - Gente de Opinião

HÁ QUEM DIGA QUE DESMATAMENTO
ZERO É UMA SOLUÇÃO IMPOSSÍVEL


O desmatamento zero vai resolver os problemas da Amazônia? Se a pergunta for feita a qualquer ambientalista, desde os mais preparados até os palpiteiros, a resposta óbvia será sim. Mas há controvérsias, como tudo que envolve a região. Para o ex-diretor do respeitado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Eustáquio Reis, o desmatamento zero não vai resolver nada e ainda vai trazer pobreza e miséria para milhares de famílias. “O desmatamento zero é a mesma coisa que decretar que teremos muita miséria", disse Eustáquio, durante um encontro sobre cinema ambiental. Quase foi linchado mas manteve sua posição. E ele foi mais longe. Disse que “devastar para o cultivo agropecuário na região amazônica compensa mais financeiramente do que manter a floresta em pé”. Uma heresia, para os ambientalistas. E foi mais longe: “os pobres são os que mais desmatam e as políticas públicas devem garantir o enriquecimento da população local para que ela passe a valorizar o meio ambiente”. Quase foi colocado num paredão para fuzilamento sumário quando foi mais longe: “Essa idéia de que o pobre vai ajudar a preservar a Amazônia é sem sentido porque a pobreza só vai gerar desmatamento". O homem que já foi um dos poderosos do Ipea saiu inteiro do encontro com ambientalistas mas, sem dúvida, entrou na lista negra deles e das ONGs. Mesmo assim, bateu pé. “Só produzindo e trazendo riquezas, a região pode ser preservada”, disse ele. E agora?

OS CULPADOS

A culpa maior, é claro, é do eleitor. Se guardasse o nome daqueles que o passam para trás e os retirasse a fórceps, pela força do voto, da vida pública, o Brasil estariam muito melhor. Por exemplo, é vital guardar os nomes daqueles que votaram a favor de mais um trenzinho da alegria: o aumento de quase oito mil novas vagas nas Câmaras Municipais.

EXTIRPADOS

Ignorando o clamor do eleitorado, do brasileiro comum, que não quer mais saber da sangria dos cofres públicos e tantos apaniguados em cargos sem concurso; que não quer saber da inutilidade de mais gente nas geralmente ineficientes Câmaras Municipais, a maioria dos deputados votou a favor da malandragem. Essa gente tem que ser extirpada da vida pública, pelo esforço que faz em debochar da população brasileira.

OS SEM FAZENDA

Antigos fazendeiros da região estão com os cabelos em pé. A Justiça Federal decidiu que uma grande área, de quase 6,5 mil hectares, conhecida como Fazenda Dipar, em Mutum Paraná, seja entregue ao Incra. O Incra agora quer fazer ali um de seus projetos de assentamento. Se os invasores de sempre não tomarem conta antes.

EMPACADA

Com o perdão do trocadilho, está empacada mais uma obra do PAC. Estamos no segundo semestre do ano e nada de avançar a questão das obras da BR 319, de Porto Velho a Manaus. Parte importante da obra ainda está parada por questões ambientais. O governo quer ver a estrada pronta mas alguns ministros, como o famigerado Carlos Minc, trabalham contra.

SERVE PARA QUE?

Prevista como uma das grandes realizações do PAC, a BR 319 tem um custo orçado em mais de meio bilhão de reais. Ela foi aberta durante o regime militar e até hoje, com seus quase 900 quilômetros, na verdade não liga nada a lugar nenhum.

NO OUTRO LADO

O governador Ivo Cassol está levando muito a sério a reorganização do PP, seu novo partido, no Estado. Já convidou algumas dezenas de lideranças para se unir a ele. Quando o martelo começar a ser batido, haverá surpresas. Nomes quentes e até tradiciolnais em alguns partidos estão se preparando para trocar de lado. Para o lado de Cassol.

DE JOELHOS

A legislação brasileira consegue coisas que parecem impossíveis, como a de transformar a antes pacata Curitiba, então exemplo nacional, numa das cidades mais violentas do país. Só no último final de semana, foram registrados 35 assassinatos por lá. Impunidade e apoio da lei a favor dos bandidos colocam o Brasil de joelhos ante o crime. E ninguém faz nada para mudar.

UM TRILHÃO

Estamos batendo todos os recordes. Quase 36% de toda a riqueza que o país produz vai para os governos – União, Estados e Municípios - na criminosa carga tributária que somos obrigados a pagar. Em 2008, pagamos mais de 1 trilhão de reais em impostos.Onde está esse dinheiro todo?

BOLA CHEIA

Pelo menos o Senado lembrou dos 15 anos do Plano Real, aquele mesmo que salvou o Brasil da bancarrota e que completou 15 anos. Foi provavelmente o melhor acontecimento para o País em décadas. Como foi criado pelos tucanos, o governo atual preferiu não comemorar nada. Não quis encher a bola dos adversários.

Fonte: Sergio Pires / www.gentedeopiniao.com.br  / www.opiniaotv.com.br 
ibanezpvh@yahoo.com.br 

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