HÁ EXPLICAÇÕES PARA O FRACASSO DA
EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
Os dados são espantosos. De um total de mais de cinco milhões de brasileiros, apelidados há pelo menos duas décadas de “trabalhadores da educação”, apenas dois milhões são professores presentes nas salas de aula. Todo o resto, mais de três milhões, são aqueles que ficam na periferia, ou seja, que não tem nada a ver com a fantástica e imprescindível missão de ensinar. Para cada professor, há um e meio “servidor” de uma área vital para qualquer país, ainda mais para o Brasil, onde a educação anda como caranguejo, cada vez mais para trás. Desde que o sistema educacional foi transformado em palanque político, com a partidarização dos sindicatos e a necessidade premente de dar emprego a milhares e milhares de pessoas que nada têm a ver com o quadro negro ou os bancos escolares, a estrutura educacional brasileira começou um declínio que parece não ter fim. O primeiro e mais greve sintoma foi a absurda desvalorização da profissão, onde um professor, responsável por formar novas gerações, chega a receber menos de meio salário mínimo em algumas regiões do país. Os recursos nunca são suficientes, porque pagam-se péssimos salários aos mestres, já que tem que se repartir a grana toda com uma avassaladora multidão de pessoas que nada têm a ver com o ensino. Se acabasse hoje com pelo menos 1,5 milhão destes empregos desnecessários, certamente o professor da sala de aula teria outra remuneração, muito melhor. Sobraria dinheiro para todo o mais.
É isso que dá transformar a educação de um país em ensino de ideologias. É isso que dá ter que se empregar tanta gente sem utilidade alguma, porque o vital é a sala de aula. É isso que dá um país onde sonha-se em transformar estudantes em cordeirinhos que repitam slogans políticos; que emburreça cada vez mais o aluno, para que ele não pense e não reclame. E onde dar emprego a apaniguados é muito mais importante do que qualquer outra missão.
EXAGEROU
As declarações do senador Reditário Cassol, que chocou algumas alas da opinião pública, - ele sugeriu que presos que não quisessem trabalhar fossem chicoteados - ainda repercutem. Reditário certamente não queria que suas declarações fossem levadas ao pé da letra. O que ele quis é demonstrar a indignação do país com o absurdo da legislação, que defende o crime e pune a vítima. Mas, é claro, exagerou na dose.
SÓ UM LADO
A ministra Maria do Rosário, chefe da Secretaria de Direitos Humanos, também deu o ar da graça, emitindo nota de repúdio contra as declarações de Reditário. É ela mesmo, da secretaria que jamais disse uma palavra em defesa das milhares de vítimas inocentes que os criminosos executam todos os anos, país afora. Por aqui, direitos humanos só para bandidão.
AVAL QUENTE
O ingresso de David Chiquilito no PMDB, se concretizou contra o que muitos peemedebistas de Porto Velho pensavam. Mas é bom lembrar que Chiquilito foi muito bem na última eleição municipal e tem o aval de dois dos maiores pesos pesados do partido: Confúcio Moura e Valdir Raupp. Se será o candidato do partido à Prefeitura ou não, ainda é cedo para dizer. Mas que está bem avalizado, está!
AMEAÇA REAL
Juízes federais ameaçados em Rondônia? Não é novidade, tanto aqui como no restante do Brasil. O crime organizado, que a própria Justiça ajuda a crescer pelas penas leves e decisões incompreensíveis de impunidade em muitos casos, está se alastrando. Da ameaça para a prática é um passo. O caso da juíza Patrícia Acioli, morta por PMs criminosos no Rio, está aí para comprovar.
NA SALA DE AULA
Professor José Nazareno da Silva, que leciona em escolas como Classe A e João Bento da Costa, vai colocar como tema de debate nas turmas que leciona, texto desta coluna da semana passada, sobre o risco da volta da censura. O título do comentário foi “Cuidado!. Estamos colocando o ovo da serpente no ninho!”
VOLTANDO
Por falar em educação, um número que a sociedade rondoniense, como um todo, deve comemorar. Pelo que se ouve, pelo menos 400 professores que estavam fora das salas de aula tiveram que voltar à elas. Outros 600 a 700 ainda estão em funções que nada tem a ver com o ensino nas escolas. Mas, pelo menos é essa a meta, todos terão que cumprir sua missão principal. Sensacional.
ENCOLHENDO
O PC do B, que andou pensando grande, encolheu muito. Perdeu duas das suas principais promessas. Um, o secretário de Educação, Júlio Olivar, uma liderança que nasceu no sul do Estado e tende a crescer em toda a Rondônia. O outro foi David Chiquilito, que havia desistido da política e voltou atrás. Ambos agora são do PMDB de Confúcio Moura.
PONTO FINAL
A PF fez mais uma daquelas operações cheias de pirotecnia em Rondônia e outros estados. Prendeu gente, apreendeu bens, fez seu trabalho. Ponto final. Daqui para a frente, quando chegar ao Judiciário, nada vai acontecer com os envolvidos. E as provas conseguidas, se o foram por gravações, mesmo autorizadas por um juiz, podem ser desconsideradas. É essa a triste e dura realidade.