Quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 - 06h47
UM PACTO QUE ESQUECE QUE A RAIZ DA
CRIMINALIDADE ESTÁ NAS FRONTEIRAS
Como sempre, a questão da falta de atenção às fronteiras não é prioridade para o governo federal. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (foto), inicia hoje uma série de contatos com governadores para articular uma série de ações em busca de um pacto nacional na segurança. Começa pelo Rio de Janeiro e sua agenda, ao menos por enquanto, só inclui os estados maiores. Esquecem-se o ministro e sua equipe da vital questão das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, principalmente, por andam passam toneladas de drogas e milhares de armas que vão abastecer o crime exatamente naquelas cidades maiores. Sem cortar o mal pela raiz, sem tirar de circulação a droga e o armamento que entram no Brasil como se fossem perfumaria, no mínimo se gastará mais tempo, mais dinheiro e mais vidas para tentar controlar a violência e, principalmente, o crime organizado. Cardozo vai ao Rio, a Minas, a São Paulo e depois aos estados do nordeste. Rondônia, ao menos por enquanto, nem faz parte da sua agenda do pacto da segurança. Ficará, como sempre, para bem lá na frente.
Aí está, outra vez, a prova concreta da falta de um planejamento correto nas questões de combate à violência e ao crime. A segurança pública peca pela falta de criatividade, de ações nos pontos vitais, na falta de apoio à Polícia Federal e pelo não envolvimento das Forças Armadas no controle das fronteiras. Toda a estrutura teria que começar por aí, impedindo que armamento pesado e drogas idem chegassem aos pontos de distribuição. O erro se repete e a ação começa com víeis político, porque os estados maiores dão mais visibilidade. Mas resultado prático, muito pouco. O Ministério da Justiça vai continuar tratando a segurança como palanque. Desse jeito, não vai resolver muita coisa, mesmo com o pacto anunciado.
OLHA NÓS NA FOTO!
A presença da equipe nacional da Globo, via Jornal Nacional, deixou claro que a questão da saúde pública é realmente grave em Rondônia. A calamidade pública anunciada pelo governador Confúcio Moura teve repercussão nacional. Na imprensa escrita e nos sites o assunto também apareceu. Estamos de novo na mídia nacional. Agora, como calamidade.
GOLPES BAIXOS
Não dá mais para esconder. A disputa pelo comando da Assembléia Legislativa está tendo também ingredientes que ninguém gostaria que ocorresse. Golpes abaixo da linha da cintura começam a ser dados, aqui e ali. Até um cheque roubado da gaveta de um diretor do poder, está sendo usado para tentar atingir quem nada tem a ver com o assunto. A coisa está ficando feia.
SEPARANDO
Há dois grupos claramente concorrendo e ambos, até agora, estão mantendo o alto nível da disputa, pelo menos para o público externo. Mas, correndo por fora, há os que vão tentar utilizar de todos os meios para conseguir chegar ao poder. Certamente, os parlamentares – reeleitos e novos – saberão separar o joio do trigo.
MAIS QUE O CAOS
Em seu blog, o governador Confúcio Moura critica a terceirização de vários serviços da saúde. Afirma que o Estado deve retomar os serviços, inclusive os de laboratório. Na teoria, está certo. Na prática, já se sabe que não funciona. Se já está ruim do jeito que é, imagine-se quando a burocracia infernal do serviço público chegar também a esses serviços. Será mais que o caos.
NÃO FUNCIONA
O problema é que não há coragem para enfrentar uma verdade insuperável: o serviço público, com as raras exceções de sempre, foi feito para não funcionar. Em setores prioritários como a saúde, se não houver parcerias público-privadas, a coisa pode ficar ainda pior do que está. Se é que ainda tem espaço para ficar pior.
ELES CHEGARAM
Quando teve seu carro roubado esta semana, um portovelhense não teve muito que comemorar quando o recuperou. O veículo estava sem as rodas e dentro dele, várias armas de grosso calibre. Os bandidos usariam o veículo para assaltos. As armas foram apreendidas pela polícia mas, se sabe, dezenas de outras continuarão entrando ilegalmente no Estado. O crime organizado chegou por aqui. Com tudo.
FALSICAÇÃO
Já começaram a circular também no Estado as novas notas de 100 e 50 reais. São mesmo bonitas, mas maiores que as anteriores, em tamanho, não em valor. Foi uma gastança imensa, inclusive com o argumento de seria priorizada a segurança, impedindo a falsificação. Veremos se vai adiantar mesmo ou é só mais um papo furado.
PÉ DIREITO
O novo diretor do Hospital de Base, Jean Negreiros, começou com o pé direito. Promoveu um mutirão de cirurgias ortopédicas em crianças. Algumas aguardavam há meses. Foi a primeira ação concreta e prática na área da saúde. Do resto, o governador Confúcio Moura está cuidando.
PELOS FUNDOS
A coluna repete: o agora ex-presidente Lula ainda vai sofrer muito por sua decisão da 25ª hora no poder, de conceder asilo ao assassino Cesare Battisti. Autor de quatro assassinatos a sangue frio, Battisti pode sair livre, leve e solto. A comunidade internacional protesta. Com razão.
Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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