Primeira Mão - 13/06/10

TRÊS COM CHANCES E MAIS NOVE
QUE SÓ VÃO TOMAR NOSSO TEMPO

 A democracia tem disso. Há os candidatos de ponta, que estão disputando voto a voto a vitória na eleição presidencial e tem os representantes dos nanicos, aqueles que entram como o troféu da Copa do Mundo, que só aparecem de quatro em quatro anos. Não será diferente desta vez. Os dois candidatos de ponta – Dilma Roussef e José Serra, não necessariamente nessa ordem – vão ter apenas Marina Silva (os três estão na foto acima) como concorrente com alguma chance. Bem menor mas, pelo menos, uma chance. Todos os outros nove presidenciáveis que se apresentarão à Nação vão ocupar o horário eleitoral gratuito falando as mesmices de sempre, tirando espaço dos que deveriam ampliar o debate e, pior que tudo, os nanicos continuarão se envolvendo nas disputas apenas para não perder a grana do fundo partidário e manter chances regionais de seus (poucos) candidatos com alguma possibilidade de eleição. Há exceções, como Zé Maria, do PSTU e Rui Pimenta, do PCO, que são comunistas de antes de Stálin e que participam da eleição para defender suas teorias de um mundo que já morreu. Não estão esperando nem dinheiro, nem cooptar novos aliados e muito menos eleger alguém. Estão pela ideologia, o que se deve ao menos respeitar.

Mas e os outros? O que tem a dizer ao país gente como Levy Fidélix, do PRTB ou Oscar Silva, do PHS, além de tomar nosso tempo e encher nosso saco? O que farão na campanha eleitoral Américo de Souza (PSL), Mário de Souza (PT do B) e Ivan Pinheiro (PCB) ? Zero à esquerda, mas com uma vantagem: multiplicado por zero. Plínio Sampaio, do PSOL, pelo menos é respeitado e pode ter algo a dizer ao país, e, mais que tudo, não está apenas de olho no fundo partidário. Já José Maria Eymaiel, três vezes candidato à Presidência é do PSDC, certamente não tem nada de novo para dizer ao Brasil. Tudo inútil, tirando nosso precioso tempo.

COM A BARRIGA

Embromation. Traduzindo: empurrando com a barriga. É assim que o presidente Lula está agindo em relação à questão do projeto da transposição de parte dos servidores de Rondônia para a folha de pagamento da União. Ele deveria ter promulgado ou vetado o projeto na última sexta. Agora, o assunto ficou para esta próxima semana.

FESTA E DECEPÇÃO

Esse assunto da transposição pode ajudar muito os atuais membros da bancada mas também pode prejudicá-los bastante. Depois do carnaval feito com a aprovação da transposição no Congresso, houve festas e alegria mas nenhum avanço real. Se houver problemas com o projeto que está nas mãos de Lula e a transposição fracassar, a coisa fica preta. Servidor público tem sim grande influência nas eleições em Rondônia.

RASTEIRA

Em plena Copado Mundo, quando ninguém dá muita bola para outra assunto, poderá sair a decisão de Lula. Os membros da bancada federal estão desesperados, esperando que ele não vete nada. Em ano eleitoral, uma rasteira presidencial no projeto pode significar muitos votos perdidos para todos.

ESCAPE

Valendo já para a eleição deste ano, o projeto Ficha Limpa vai afetar candidaturas país afora. Em Rondônia, há casos concretos de políticos que estariam impossibilitados de concorrer, caso realmente não haja nenhuma nova mudança na decisão. O voto contrário do ministro Marco Aurélio ainda pode ser mote para que alguns escapem.

COISAS DE CAMPANHA

Campanha política é duro. O deputado Tiziu anunciou por sua assessoria que pediu a construção de uma unidade dos bombeiros em Buritis. Ocorre que a tal unidade já tinha sido inaugurada pelo governador João Cahulla desde 19 de maio. O pedido foi do Tiziu, líder do governo, mas a obra já foi realizada há tempo.

LIBEROU GERAL

Há coisas impressionantes no Brasil. No Estado do Tocantins o número de funcionários públicos em cargos de confiança, ou seja, de nomeações políticas, é de 35 mil. Contra 29 mil de concursados. Só agora a Justiça acabou com a farra. Mas que é vergonhoso, é

COM QUEM?

A maioria dos partidos marcou suas convenções para a semana final do mês. Isso significa que até a 25ª hora, as tratativas e negociações em busca de alianças continuará nos bastidores, durante a Copa, quando as pré-campanhas reduzem a velocidade. Tem muita gente que ainda não sabe com quem andará para outubro.

TIME FORTE

O governador João Cahulla, por exemplo, está alinhavando, junto com o líder maior da turma governista, Ivo Cassol, uma aliança com pelo menos nove partidos: PPS, PTB, PTN, PV, PSDC, PT DO B, PRP, PSL e PP. Mas ainda não tem certeza se poderá contar com todos. Mesmo assim, será uma aliança das mais fortes para a eleição ao governo.

E O TUCANATO?

Expedito Júnior, do PSDB, também está anunciando um rol de pelo menos onze partidos na sua busca pelo governo. O DEM é o maior deles, logicamente ao lado dos tucanos. Os outros serão anunciados em breve, promete o pré-candidato.

SEM PARCERIAS

A questão dos vices ainda passa pelos acordos e conversações em andamento. Nenhum dos pré-candidatos ao Palácio Presidente Vargas tem um nome certo até agora. Há muitos boatos, informações contraditórias e idas e vindas. Mas de martelo batido, até agora, nada. Tudo ficará mesmo para a última hora.