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Sergio Pires

Primeira Mão - 15/02/11


Primeira Mão - 15/02/11  - Gente de Opinião

O DISCURSO DO CANDIDATO É UM E A

AÇÃO DO ELEITO É BEM DIFERENTE 

Claro que 50 bilhões de reais são uma fortuna em qualquer lugar do mundo. Alguma coisa em torno de 30 bilhões de dólares. É dinheiro que não acaba mais. Pois essa grana toda desapareceu, da noite para o dia, do orçamento da União. É o contingenciamento, que atingirá várias áreas, embora a presidente Dilma Rousseff jure que não as obras do PAC. Uma grande fatia deste dinheiro que virou fumaça, será tirada das emendas parlamentares. Ou seja, os congressistas, que já não têm grande utilidade a não ser para si mesmos, agora não terão mais o poder – pelo menos no orçamento de 2011 – de fazer o que ainda tinha serventia às suas bases: a liberação de dinheiro para obras, solução de problemas e, claro, campanhas políticas. O governo federal, que nos últimos dois anos pelo menos fez um festival de gastança exagerada, distribuindo grana a torto e a direito para garantir a vitória da sucessora do presidente Lula, agora terá que apertar o cinto para tentar controlar a situação das finanças. Apertará, é claro, o cinto alheio, porque nem pensar, por exemplo, em diminuir a gordura macabra que consome bilhões de reais para pagamento de servidores e apaniguados. Cortar a própria carne, só para inglês ver. Ou para o brasileiro que ainda acredita em discurso de político antes da eleição. Candidato é uma coisa, eleito é outra, avisa agora Dilma, que na campanha jurou de pés juntos que não iria empacar o crescimento do país e nem parar os investimentos.

 Que Rondônia se prepare! Os menores estados, com representação política sem peso no contexto nacional, com uma bancada de três senadores e apenas oito deputados federais, como o nosso, vão perder sim. E vamos perder feio. Começarão as perdas pela tão esperada e prometida transposição dos servidores do ex-Território Federal, que agora sim, não sai mesmo. E passará por cortes importantes em setores de grande importância para o rondoniense. A União continuará gorda, com sua obesidade mórbida. E a população dos estados menores que se prepare. O pior ainda está por vir.  

  

NOME TROCADO

 “Palácio Rio Madeira”: Confúcio Moura bateu o martelo e mudou de vez o nome que o ex-governador Ivo Cassol tinha colocado no Centro Político e Administrativo do estado, o CPA. A obra, que anda a passos de cágado, será apressada, garante o novo governador. Vai inclusive colocar placa com os nomes de Cassol e Cahulla. Mas o nome da obra, ligado aos dois, não topa.

 COMEÇA HOJE

Hoje começa o ano legislativo prá valer. A nova Assembleia, agora comandada por Valter Araújo, tem a primeira sessão ordinária da temporada. Prevê-se a presença maciça dos parlamentares e galeria cheia. E a votação de novos projetos que devem vir do Executivo.

 FACTÓIDE

Marcelinho Freire conta em seu blog que o governador Confúcio Moura convidaria Barak Obama para visitar Rondônia e andar no trem da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Que trem? Que estrada? Mesmo assim, é um factóide interessante, saído da cabeça criativa do nosso governador.

 MUITO CEDO

 Repita-se: é injusto cobrar resultados e só acertos de um governo novo, que iniciou há pouco mais de um mês. Confúcio Moura ainda está montando a casa e começou pelo alicerce. Tem problemas? Claro que tem. Mas nada a mais que outros novos governantes tiveram. Cobranças justas só mais tarde.

 TRATAMENTO IGUAL

 Está complicada, discutida, envolvida em discussões partidárias, a questão do novo salário mínimo, que o governo não aceita que seja acima de 545 reais. Centrais sindicais protestam e querem mais. Se o mínimo fosse debatido, votado e tivesse o mesmo percentual de reajuste que os próprios congressistas deram a si mesmos, certamente seria um grande avanço para os trabalhadores brasileiros.

 LEI INJUSTA

 Brito do Incra, que foi secretário da Sedam e teve quase 13 mil votos na última eleição para a Assembleia, ficando de fora apenas por causa da legenda, retorna a suas atividades normais no instituto que lhe emprestou o apelido. Ele estará a postos no gabinete da superintendência, a partir de agora. Sua não eleição foi daquelas injustiças que só a legislação eleitoral brasileira proporciona.

 FAÍSCA

 Olho no Senado: o rondoniense Ivo Cassol é membro titular, entre outras, da Comissão de Meio-Ambiente. Ele tem visão e ações diametralmente inversa à turma do PT e às ONGs que atuam na Amazônia, sobre o tema. Vai sair faísca. Cassol está se preparando para começar a dizer algumas verdades no Senado. Daquele jeito que todos conhecem. 

  NAS FRONTEIRAS

As Forças Armadas já estão elaborando plano para ampliar sua presença em regiões fronteiriças. Pode amenizar o problema da Casa da Mãe Joana, onde tudo entra por aqui, com toda a facilidade. Sem vigilância, as quadrilhas agem com tranqüilidade, trazendo armas e muita cocaína para dentro do Brasil.

 SEM DINHEIRO

 Há decisões judiciais que merecem o aplauso da sociedade. A assassina Suzane Von Richtofen, que matou os pais por ganância, foi excluída da herança. Mais do que a cadeia, tirar o dinheiro sujo de sangue das mãos de criminosos é a maior pena que se poderia aplicar. Pena que o mesmo tipo de decisão não atinja os ladrões do dinheiro público. Esses nem vão preso e muito menos perdem nada.


 
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Fonte: Sergio Pires  - ibanezpvh@yahoo.com.br
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