Domingo, 15 de maio de 2011 - 08h39
IDEOLOGIA E MINORIAS SÃO MAIS
IMPORTANTES QUE O ANALFABETISMO
Uma cartilha ideológica, vinda de dentro do governo e que será distribuída em escolas públicas, como se fosse componente do histórico escolar, está causando grande polêmica Brasil afora. De um lado, os chamados progressistas, que querem que se criminalize a homofobia. E que as crianças nas escolas sejam ensinadas, através de publicações oficiais, pagas com dinheiro público, que a homossexualidade é normal e deve assim ser tratada. De outro, os taxados de reacionários – incluindo o líder do movimento, o deputado federal Jair Bolsonaro, apoiado por setores evangélicos e da própria Igreja Católica – que denunciam que uma minoria quer impor ensinamentos e regras à maioria da sociedade. Bolsonaro também se valeu de dinheiro público para imprimir um panfleto contra o livreto dos direitos dos homossexuais. Como pano de fundo, um país dividido por ideologias, um governo que se preocupa muito com as minorias, esquecendo a grande maioria silenciosa. E uma sociedade que fica perdida entre discussões infindáveis sobre temas que não são vitais para os interesses nacionais.
O fundamental da questão escolar – a péssima qualidade do ensino, o horroroso salário dos professores, o fato de termos 16 milhões de analfabetos funcionais acima dos 15 anos de idade; o fato de que milhões de crianças completam a quarta série sem saber ler nem escrever – passa ao largo das discussões sobre questões sexuais, que deveriam ser secundárias. O fracasso do sistema educacional brasileiro não é nem de longe tratado com o entusiasmo dedicado à causas cuja única base é a ideologia política. Vamos distribuir livretos pró e contra a opção sexual. Os analfabetos que saem das escolas, todos os anos, ficarão sob fogo cruzado e pouco entenderão, já que continuarão analfabetos. Essa é a questão, que para os dois lados do debate, não tem importância alguma.
ÚNICO ALVO
Os próximos meses serão difíceis. Como a classe política só vive em função da próxima eleição, atos, ações e reações serão direcionadas nesse alvo. Tanto em nível nacional quanto estadual. O clima está esquentando e continuará fervendo, pelo menos até outubro do ano que vem. Mais do que qualquer outro tema de interesse nacional, é o resultado das urnas que alimenta o Brasil.
AÇÃO E REAÇÃO
Várias entidades, das mais sérias e respeitadas, participam quarta, quinta e sexta desta semana que inicia, de mais um fórum rondoniense contra a corrupção. Iniciativa sempre elogiável, a ação mereceria a participação maciça da comunidade. E porque ela tem participado tão pouco? A resposta é simples. Não se tem notícia de que algum corrupto, mesmo pego com a boca na botija, esteja preso.
TODOS IMPUNES
Vale a intenção, mas tão importante quanto ela, seria a gente ver ações práticas, que colocassem no devido lugar – ou seja, atrás das grades – os envolvidos com corrupção, em todos os níveis. Mas, com as nossas leis, sabe-se que tudo não passa de debate, discurso e intenção. Punição mesmo, nadica de nada.
AGORA É DIFERENTE
Não vai ficar barato os ataques violentos contra um promotor público e sua mulher e contra jornalistas, na recente paralisação de parte da PM. O Ministério Público entrou de sola no assunto. Os agressores já foram identificados e virão pedidos de punições duras. Jornalista já está acostumado a apanhar. Mas quando a vítima é um promotor, aí o buraco é mais embaixo.
ATÉ QUE ENFIM!
A deputada Glaucione Neri, em entrevista (Vídeo AQUI) ontem ao programa Candelária Debate, da TV Candelária/Rede Record, confirmou: finalmente o hospital regional de Cacoal abre as portas no próximo mês de agosto. O imponente prédio, por enquanto, não está servindo para nada. Mas com emendas dos deputados, recursos do Estado e da União, tudo estará pronto para começar a atender o povão daqui a menos de quatro meses.
PARA A HISTÓRIA
Deve ser uma das obras mais demoradas da história do Brasil. Talvez tenha demorado uns 20 anos, desde os primeiros projetos, para se tornar realidade. O Hospital Regional de Cacoal, até funcionar, entra para a história como um dos maiores atrasos da nossa história, em termos de obras públicas. Até a ponte sobre o rio Madeira, no bairro da Balsa, vai acabar ficando pronta antes. E olha que essa é outra história cabeluda!
SÃO PODEROSOS
E o Código Florestal, hein? Mais uma vez a turma muito preocupada com os interesses internacionais, conseguiu empurrar a votação da nova lei. A culpa é de parte da bancada governista, a maioria do PT, que acha que são as ONGs (e não os brasileiros), que devem ser atendidos. O poder dessa gente, ao defender outros países, se fosse direcionado para as necessidades do Brasil, ajudaria muito. Sem dúvida.
E OS BANCOS?
Sobre o tema: o deputado gaúcho Luis Heinze, disse que a previsão, no Código Florestal, de áreas destinadas à constituição de reserva legal e APPs, representam um confisco de terras. “Eu queria ver se Fernando Henrique, Lula ou Dilma Rousseff teriam coragem de fazer um confisco de até 80% do Bradesco, da Petrobras ou da Vale do Rio Doce, como estão fazendo com alguns estados”, desafiou.