Quarta-feira, 17 de março de 2010 - 05h16
DEPOIS DO DESCRÉDITO, A REALIDADE
QUE DÁ A RONDÔNIA O QUE MERECEMOS
Há cerca de duas décadas se falou pela primeira vez que o rio Madeira poderia ser o futuro do Brasil em termos de geração de energia. Na época, ninguém levou a sério. Hoje, sabe-se que a realidade é outra, até porque duas gigantescas hidrelétricas (como a de Santo Antonio, na foto que ilustra a coluna) estão com suas obras avançadas para, em poucos anos, produzir energia suficiente para abastecer milhões de brasileiros. Há pelo menos uma década se anunciava, como urgente, outra obra gigante e de grande importância: uma ponte ligando os dois lados do Madeirão e integrando à cidade uma área imensa, até agora pouco desenvolvida, exatamente pela dificuldade de se transpor o rio. Até há pouco, só dúvidas sobre a obra. Há cerca de cinco anos, pela primeira vez surgiu a notícia de que Porto Velho receberia de três a cinco viadutos sobre a BR 364. Quem acreditava? Hoje, eles estão se tornando realidade. Também é real a (quase concluída) ligação com o Pacífico, um sonho que tem mais de um quarto de século. Claro que, noutro país, onde o planejamento é respeitado, onde o dinheiro público é tratado como deve, onde os tribunais de contas não precisam mandar parar obras por superfaturamento, tudo isso teria andado muito mais rapidamente.
Mesmo assim, para o ritmo brasileiro, todas as grandiosas obras que já chegaram ou estão chegando a Rondônia mostram que nossa região, antes tratada como apenas um pedaço de floresta, começa a ser respeitada e a receber o que merece. Estava na hora.
OLHA O TREM!
Vale outro aviso, também com grande antecedência: quem não acredita que virá uma Ferrovia do centro-sul, atravessará Rondônia e o Acre e invadirá países vizinhos, pode estar fazendo uma previsão errada. Poucos acreditavam nas usinas, nas pontes, na rodovia do Pacífico. Então, o negócio é botar fé no trem. Ele pode até demorar. Mas em alguns anos pode ser mais uma conquista regional. E olha que o PAC 2 (junto com a eleição), vem ai!
NOVAS PERDAS
Expirou ontem o prazo dado pelo governador Ivo Cassol para que os professores retornassem às salas de aulas, para não perderem a gratificação de 200 reais incluída em projeto de reajuste salarial (tem mais 4,5% para todas as categorias), que já está na Assembléia. Como, ao que parece, o Sintero quer mesmo o confronto, os mestres do Estado somaram mais uma perda.
PRAZO FINAL
O problema maior é que, se retirada a gratificação, não haveria mais prazo legal para que ela fosse incluída nova eventual nova negociação. A partir do primeiro dia de abril, por causa das eleições de outubro, o governo está impedido de dar qualquer aumento. Ou seja, o prazo legal para aprovação na ALE é 31 de março. Depois disso...
MESMO QUADRO
O mundo continua girando em torno de eleição. Pelo menos no Brasil e em Rondônia. Por aqui, o quadro pintado há algum tempo não mudou. Cassol continua bem na sua corrida pelo Senado e mantém-se firme ao lado de João Cahulla. Expedito Júnior é nome que está cada vez mais sólido em várias regiões do Estado. Confúcio cresce e Valverde busca espaço na corrida pelo Governo.
MAIS CHANCES
Se não houver nenhuma mudança – na política que, como as nuvens, mudam de aspecto a cada momento – os governistas vão mesmo dividir os votos entre Cahulla e Expedito. Crescem então as chances das outras pré-candidaturas já postas, mas só se elas se unirem também. Se for cada um por si, as chances da turma cassolista será sempre maior.
CAPITAL E INTERIOR
Nessas últimas semanas, enquanto Cassol, Cahulla e Expedito percorriam vários municípios do Estado, o peemedebista Confúcio Moura preferiu concentrar suas atividades de pré-candidato em Porto Velho. Anda à caça de apoios na Capital, para consolidar sua candidatura.
FOGO AMIGO
Eduardo Valverde, do PT, também trabalha duro. Espera ainda um acordo com o PDT de Gurgacz, enfrenta ainda alguma resistência dentro do próprio partido mas, no geral, tem conseguido importantes apoios em várias regiões do Estado. A maior dificuldade de Valverde, ainda, é fugir do “fogo amigo” do PMDB.
PARECIA GUERRA
Parecia que haveria uma pequena guerra. Dezenas de policiais, fortemente armados – federais, militares e civis – em uma dezena de viaturas, cercaram o Hospital João Paulo II, sexta-feira à noite. Moradores das proximidades levaram um susto. O que estaria acontecendo? Todo o aparato era apenas para levar um preso de alta periculosidade ao pronto-socorro.
COMANDO VERMELHO
O bandido, que cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima em Porto Velho, faria parte do Comando Vermelho. Foi internado às pressas mas não há qualquer informação sobre quem é ele e nem sua doença. Até ontem, ele continuava internado no João Paulo. O aparato para que ele mão seja resgatado por comparsas está mantido.
Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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