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Sergio Pires

Primeira Mão - 19/10/10



Primeira Mão - 19/10/10 - Gente de Opinião

CRIANÇAS USADAS NO CRIME SÃO ORIENTADAS

A DENUNCIAR VÍTIMAS POR ABUSO SEXUAL 

É triste, é trágico, é lamentável, mas é real. Está acontecendo em  inúmeras cidades do Brasil e chegou agora a Porto Velho. Crianças, algumas com pouco mais de dez anos, instruídas e comandadas por maiores – e muitas vezes incentivadas pelos próprios pais – atacam pessoas na rua, assaltam, roubam. O horror é que, muito bem orientadas, quando pegas as crianças começam a gritar que aquela que é sua vítima tentou atacá-la sexualmente. Sabendo o que isso representa e que a lei ignora as versões, dando sempre razão ao menor, muitas pessoas atacadas se calam, temem um escândalo, uma suspeita, uma exposição que a trate não como vítima, mas como vilã. Perante as outras pessoas, perante a polícia, perante a Justiça. Neste domingo à noite, um caso desses aconteceu no bairro São João Bosco. Um menino, pouco mais que uma criança recém saída da infância, atacou uma pessoa da vizinhança e roubou sua carteira. Ao ser flagrado, o menino começou a gritar que o homem que roubara na verdade o estava assediando sexualmente e tentara estuprá-la.

Ao invés de ficar quieto e graças à mobilização dos vizinhos e amigos que assistiram a toda a cena de violência – o homem assaltado não aceitou a encenação. Chamou a polícia e ficou comprovado que o menor era velho conhecido das delegacias, inclusive com várias passagens de apreensão por drogas. E que o golpe tinha apoio de pelo menos um maior de idade. Que lei é essa que coloca pessoas decentes sob suspeita e permita que menores usados no crime, usem desse horroroso método? Que país é esse, afinal?

 

TRAGICÔMICO

Por falar em lei. A chama Lei Seca está prestes a se tornar mais uma daquelas que não servem para nada. Só fazem a polícia e autoridades de trânsito perderem seu tempo. Bêbados, mesmo os contumazes, pegos dirigindo, não são obrigados a fazer o teste do bafômetro, prova vital nesses casos. É quase cômico, não fosse trágico.

TUDO OU NADA

A campanha pelo governo se acirra neste segundo turno, na reta final. De hoje até o outro domingo, dia 31, a coisa vai ferver. Confusões à vista, ataques e contraataques, embates duríssimos – como o foi o debate de ontem à noite na TV Candelária  - e correria atrás do eleitor. Agora, a fase é do tudo ou nada. Portanto, que não se espere flores...

NÃO SE ENTENDEM

O tucanato rachou de vez. A turma de Expedito Júnior fechou com Confúcio Moura. A do ex-vice-governador Aparício Carvalho, com João Cahulla. Não há consenso no partido, que, aliás, já ficou dividido quando aceitou receber Expedito como candidato ao governo. Essa turma não se entende mesmo há longo tempo.

DE DENTRO PARA FORA

A total falta de segurança na área dos bancos em Porto Velho parece brincadeira. Alguém de dentro das agências avisa os bandidos quando um desavisado correntista retira um pouco mais de dinheiro. Nessa semana, uma mulher perdeu 10 mil reais. É um absurdo que a polícia não consiga resolver casos como esses, em que os suspeitos tem que ser investigados de dentro para  fora dos bancos.

NÃO DESISTE

Com seus mais de 10.600 votos considerados não válidos pela Justiça Eleitoral, o deputado do PTB, Kaká Mendonça não entrega os pontos. Derrotado inicialmente no TSE, em decisão monocrática de um ministro, aguarda agora pronunciamento do pleno. Se perder, diz que vai ao Supremo. Fica fora da Assembléia a partir de 2011, ao menos por enquanto, por causa da Lei da Ficha Limpa.

NÃO MUDA

Começou o horário de verão, que muda muito pouco para quem vive nessa região do país. Além do horário dos bancos, que abrem e fecham mais cedo e chegada e saída de vôos e ônibus interestaduais e da programação das TVs, pouca coisa mais mexe na vida do rondoniense.

LULALÁ

A agenda do presidente Lula pode ser mudada a qualquer momento. E a vinda dele a Ji-Paraná, nesta quarta-feira, já está ameaçada. Lula programara uma visita à cidade para inaugurar a segunda ponte no rio Machado e, é claro, fazer campanha para Dilma Rousseff. Ontem já era quase certo que o Presidente iria para outros compromissos.

PARECE MENTIRA!

Ponte sobre rio Madeira, no bairro da Balsa: parece mentira, parece ilusão de ótica. Felizmente não é.  A obra está andando sim. Contra interesses poderosos, contra decisão intempestiva do TCU, que, como sempre, viu “indícios” de irregularidades na obra. Mesmo com todos esses esforços contra, a obra está andando. Lentamente, mas está. Até quando, ninguém sabe.

ACABOU A TRÉGUA

Durante os últimos anos, Ivo Cassol e José Bianco até que conviveram com alguma trégua. Até em paz, se diria.  Inclusive no primeiro turno da eleição, não houve confrontos. Mas agora, na reta final, no segundo turno, o pau quebrou. O senador eleito e o atual prefeito de Ji-Paraná estão em rota de colisão. De novo.
 

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Fonte: Sergio Pires  - ibanezpvh@yahoo.com.br
 
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