Sexta-feira, 21 de maio de 2010 - 06h02
AO CONTRÁRIO DA PROPAGANDA, O
PRECONCEITO AOS DEFICIENTES É REAL
Tem coisas que não se consegue compreender, apesar de todos os esforços. As campanhas publicitárias – não só dos governos mas também de empresas – orientam a população sobre a necessidade de se abrir espaços e dar oportunidades para pessoas com deficiência. Gastam-se milhões de reais nisso, ouvem-se centenas de discursos em defesa de uma melhor qualidade de vida para os portadores de algum tipo de deficiência; clama-se aos quatro ventos que os milhões de brasileiros que fazem parte desse grupo têm que ter o respeito, o cuidado e a esperança de viver melhor. Na vida real, contudo, o que se vê é o absurdo da indiferença. Cidades feitas para apenas os chamados “normais”; falta de um mínimo de investimento para se criar, por exemplo, rampas para cadeirantes; poucos ônibus com acesso aos deficientes; escolas raramente preparadas para atender a esse público; muito preconceito e desrespeito. Além disso, o Brasil está muito atrasado em relação ao primeiro mundo no que se refere às políticas de emprego voltadas ao deficiente físico. Apesar de a legislação exigir a contratação de pessoas portadoras de deficiência, poucas empresas cumprem a norma. E há coisas piores.
Um caso, que poderia parecer isolado, infelizmente não o é. O médico veterinário João Paulo Fernandes Buosi, cadeirante, ficou em primeiro lugar no concurso para fiscal do Conselho de Fiscalização da Medicina Veterinária. Foi o campeão. E quem foi chamado? Claro, o segundo colocado. Porque João Paulo tem que trabalhar numa cadeira de rodas. Um exemplo único? Infelizmente não. O Brasil das leis que não são cumpridas, da hipocrisia; do desrespeito e do preconceito é o verdadeiro. Muito distante das campanhas publicitárias caras e coloridas que infestam nosso mundo irreal.
DEU A LÓGICA
O presidente da Assembléia, deputado Neodi Carlos, oficializou essa semana o que já se ouvia nos bastidores da política estadual. Abriu mão de ser o candidato a vice na chapa a ser liderada por João Cahulla para buscar a reeleição. Neodi é um nome forte e dos mais quentes na política rondoniense mas acabou aceitando o que sua base eleitoral e seus parceiros pediam: vai mesmo à reeleição, que todos consideram como certa.
FIM DE FESTA
Para acabar com uma festa popular, onde a comunidade sempre se envolveu e por isso ela é sucesso há mais de uma década, é fácil. Basta esperar pela intervenção vinda do Judiciário. Daí saem decisões que impedem uma cavalgada de grande porte, que não permite o uso de ambulâncias publicas para atender as pessoas; que impede a participação de carros e caminhões. É fácil, desse jeito, destruir o que um grupo de lideranças empresariais levou tanto tempo para reconstruir.
PODE OU NÃO PODE?
O estranho no caso da proibição das ambulâncias são os pesos e medidas diferentes. Elas são colocadas em campos de futebol e sempre o foram nos carnavais fora de época, ambas promoções de cunho privado. Mas para atender o público da grande cavalgada que abre a Expovel, ai não pode. Mas, como se diz sempre, decisões judiciais não se discute, cumpre-se. Mesma que elas acabem com a festa.
BR E PONTE
Em várias cidades do Estado, as cavalgadas de abertura das feiras agropecuárias são uma atração impressionante, mobilizando sempre as comunidades. Em Ji-Paraná se fecha até a BR 364 e a ponte sobre o rio Machado para a realização da festa. Em Porto velho, infelizmente, a tendência é que a cavalgada desapareça. Aqui, não pode nada.
NA NET
Frase sensacional que circula na internet e serve para reflexão de algumas pessoas que não sabem o que realmente está por vir: “Se você consegue manter a cabeça enquanto à sua volta todos a estão perdendo, provavelmente você não está entendendo a gravidade da situação”. Precisa dizer mais?
UM A CADA DOIS DIAS
Até a última quarta-feira, haviam sido registrados 71 homicídios em Porto Velho. Eram 139 dias do ano e continuava se mantendo a apavorante marcada de uma morte violenta a cada dois dias. Pior de tudo, é que não há luz no final do túnel para que esse mal social termine. Pelo contrário, a tendência é que piore. Oremos, pois!
PREVISÕES PETISTAS
Odair Cordeiro, fundador do PT, amigo do Lula e conhecedor a política local, acertou em cheio na primeira eleição de Fátima Cleide, avisando com antecedência de que ela seria a mais votada entre os candidatos ao Senado, na época. Agora, sua paixão petista fez outra previsão. Diz ele que Dilma Roussef será eleita no primeiro turno. Para ele, não é otimismo demais. Esperemos para ver...
DEDO NA FERIDA
Na Assembléia, o deputado Valter Araújo, do PTB, colocou o dedo na ferida. Encaminhou ao liquidante do extinto Beron, Luiz Carlos de Lima, uma série de questionamentos sobre a situação do Beron, da Rondopop, da Codaron e da empresa de Desenvolvimento e Habitações Urbanas, todas em liquidação. O caso mais sério é o do Beron, onde a dívida inicial já foi paga várias vezes e ainda há duas décadas a mais para serem pagas.
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