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Sergio Pires

Primeira Mão - 21/12/08


Primeira Mão - 21/12/08 - Gente de Opinião 

NA BRIGA DOS PODEROSOS, PODE 
SER QUE O BRASIL SAIA GANHANDO


A confusão que envolve a Câmara Federal e o Senado na questão do aumento de vagas dos vereadores é benéfica para o país. Enquanto os poderosos de Brasília brigam entre si, cada um defendendo apenas seus interesses, numa verdadeira briga de beleza, ao menos por enquanto o país sai ganhando, porque a lei não é promulgada. Infelizmente, nenhuma voz, ninguém de bom senso, com sensibilidade em relação aos sentimentos da Nação, elevou sua voz para protestar com veemência contra esse absurdo que é aumentar ainda mais o número de cadeiras das (na maioria dos casos) inúteis e caras Câmaras de Vereadores. O que está acontecendo, pelo menos neste momento, é que a confusão entre as duas casas do Parlamento brasileiro – nada a ver com as pesquisas de opinião, que apontam que até 97% dos brasileiros são contra essa lei espúria – pode fazer com que, indiretamente, o Brasil saia ganhando. Mas como esse tipo de coisa é acertada depois, em negociações a que ninguém tem acesso e à portas fechadas, mais cedo ou mais tarde essa vergonha que nos impuseram vai passar a valer. Pobre Brasil. Pobres brasileiros, com um Congresso como esse.

ALGUÉM DUVIDA?

Não há eleição decidida antes que abram as urnas. Mas há indicações, informações, troca de conversas e outras sutilezas do mundo da política que apontam algumas direções. Se a disputa fosse hoje, por exemplo, poucos duvidam que as duas vagas para o Senado por Rondônia ficariam nas mãos do governador Cassol e do senador Raupp.

OUTROS NOMES

Mas há ainda uma longa caminhada a ser cumprida. O atual e o ex-governador do Estado são hoje políticos com as maiores chances de chegar ao Senado. Mas não se pode descartar outros pretendentes, como a atual senadora Fátima Cleide. Se é que ela disputará o Senado de novo.

CASAMENTO

Os caminhos para a eleição 2010, em Rondônia, passam também por vários outros nomes e situações. Uma das mais importantes se relaciona com o casamento político do PMDB e PT. Se o matrimônio for mantido, o quadro será um. Se houver divórcio, muda tudo.

PRESSÃO

O presidente regional do PMDB, Valdir Raupp, tem sido cada vez mais pressionado a decidir por candidatura própria ao governo, no primeiro turno, deixando um eventual acordo com o PT para o segundo turno.

NOMES TÊM...

Raupp por enquanto não decidiu nada. Mas tem ouvidos apelos cada vez mais intensos dos correligionários para o PMDB encabeçar uma chapa ao Governo. Os nomes de Marinha Raupp, Confúcio Moura e Sueli Aragão estão prontos para entrar na disputa, se o partido tiver nome próprio.

CADÊ AS ONGS?

Onde estão as ONGs que tanto adoram dar pitaco aqui na Amazônia? Afinal, as regiões metropolitanas de São Paulo, de Rio de Janeiro e de Vitória desmataram, juntas, o equivalente a 990 estádios de futebol do tamanho do Maracanã, só nos últimos três anos.

SÓ SILÊNCIO

Não se ouviu qualquer protesto, manifestações, críticas, nada. As ONGs só se preocupam mesmo com uma região do país, a Amazônia, que por coincidência tem riquezas de todos os tipos que podem ser levadas para seus países de origem, que sustentam essas organizações.

POBREZÃO NÃO!

No Nordeste, por exemplo, com toda a seca, a fome e a pobreza, não existe uma só ONG atuando. Vão fazer o que por lá, se não há dinheiro nem do governo brasileiro nem de governos e empresas internacionais para sustentá-las? Tem então que ficar enchendo o saco por aqui mesmo, onde a grana para elas abunda.

NO VERMELHO

Empresas de ônibus da Capital estão batalhando para sobreviver. Os custos aumentaram muito nos últimos dois anos e as tarifas continuaram iguais. Além disso, como todas as empresas brasileiras, também no setor de transporte local, todos trabalham quatro meses por ano só para pagar impostos ao governo central.

PRESENTE GREGO

Só para não esquecer: o Brasil deveria estar de luto pelo péssimo presente de Natal dado ao país pelo Congresso Nacional, ao aprovar a lei que aumentou em mais 7.500 as vagas das Câmaras Municipais. É o legítimo presente grego.

DESPREZO

Embora a lei não vá valer para os eleitos em 2008 – se valesse seria mais que um escárnio, seria uma vergonha nacional – só o fato do aumento das cadeiras já merece vaias e desprezo da população brasileira. Mais uma vergonha a que nos submete o Congresso. 

Fonte: Sergio Pires / www.gentedeopiniao.com 
ibanezpvh@yahoo.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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