NO CASO ISABELLA, NOSSA PEQUENA
VINGANÇA CONTRA A IMPUNIDADE
Começou ontem e vai, provavelmente até esta quinta-feira, um julgamento que está concentrando a atenção de todo o país. Um casal – Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jabotá – estará no banco dos réus, acusado de ter jogado da janela do seu apartamento a menina Isabella Nardoni, de cinco anos, filha de Alexandre e enteada de Ana Carolina. Foi um caso que abalou o Brasil, ao contrário de assassinatos tão violentos e cruéis quanto esses que vivem na impunidade. A diferença foi a grande cobertura da mídia e a condenação antecipada, pela opinião pública, dos dois acusados, que certamente pegarão vários anos de prisão. Não fosse a repercussão do caso na mídia, certamente a morte desta linda menina entraria para o rol daqueles crimes hediondos que logo são esquecidos. Agora não. A opinião pública nacional exige punição e os pais acusados pelo crime não serão condenados apenas por ele, mas provavelmente receberão a pena pesada como símbolos de tantos criminosos que gozam da impunidade. O Brasil, se não pode punir a todos – e não tem como fazê-lo, até porque nossas leis nos impedem – de vez em quando se satisfaz com uma condenação emblemática, que alivia um pouco a tristeza de que, na grande maioria dos casos, os assassinos não pagam por seus crimes.
Acompanhado minuto a minuto pela TV, ocupando grandes espaços nos jornais e nas rádios, o Caso Isabella será nossa pequena vingança, como sociedade. Já os outros...Bem, os outros a gente vai engolindo do que jeito que dá.
NOVOS PASSOS
O
PT deu mais um passo para consolidar a pré-candidatura de Eduardo Valverde. No encontro do final de semana, em Ji-Paraná, os petistas mobilizaram suas lideranças no Estado. Começaram a discutir um nome para ser vice na chapa de Valverde e a procurar, em outras legendas, um segundo nome para o Senado. Por enquanto, só Fátima Cleide está confirmadíssima.
FIM DA BOATARIA
O encontro teve outra intenção: a de acabar com a boataria de que
Valverde poderia abrir mão de sua candidatura e que ele não teria apoio do prefeito da Capital, Roberto Sobrinho. O objetivo foi alcançado, até pelas declarações de Sobrinho abonando novamente Valverde e dizendo que será o coordenador da campanha do seu companheiro, apenas.
GANHA TODAS
Em 2004, surgiu uma denúncia forte, contra o governador Cassol, de que ele estaria envolvido na compra ilegal de diamantes na Reserva Roosevelet. Até um vídeo andou aparecendo na denúncia. O STJ, nesse mês, acabou com a conversa. Mandou arquivar o caso. Vitórias nas cortes superiores se tornaram marca registrada de Cassol.
SEM RESPOSTAS
Aliás, para não perder o embalo, vale lembrar. Até hoje os assassinatos de 29 garimpeiros, cruelmente mortos dentro da Roosevelt não colocou ninguém na cadeia. Até hoje o contrabando de diamantes e a presença do garimpo ilegal na área permanece. Até hoje, nossas riquezas enchem os bolsos de muita gente, menos dos rondonienses e dos índios que são os donos da área.
BOLSA - PÂNICO
Três bandidos, usando de toda a crueldade possível, invadiram uma casa na zona leste e colocaram uma família em pânico. Nem um bebê de quatro meses foi poupado. Não há o que se preocupar. Os três presos em breve estarão nas ruas de novo. Se ficarem na cadeia, terão todos os benefícios do Estado, inclusive o Bolsa-Detento. Já a família vitimada ganhará o Bolsa-Pânico; o Bolsa- Trauma e o Bolsa-Desesperança.
TIRO DE LARGADA
A turma que apóia
João Cahulla ao governo está fazendo contagem regressiva: em pouco mais de uma semana, ele assume o governo e terá, então, o poder nas mãos. Com ele, certamente sua pré-candidatura poderá dar uma grande crescida. A turma governista espera só o tiro oficial para começar, com tudo, a corrida para tentar eleger o novo chefe em outubro.
PREÇO ABUSIVO
Depois do um encontro de ontem, segunda, em Ji-Paraná, hoje será a vez de Porto Velho. No auditório da Ceplac será discutido o preço da terra nua, no programa nacional de regularização fundiária. A reunião é de grande importância para todos os que ocupam áreas federais e querem regularizá-la. O debate central será sobre o custo da terra para os que estão há décadas nela: o governo está propondo um preço absurdo.
ATÉ A 25ª HORA
O governador
Cassol quer aproveitar até o último momento no poder para inaugurar obras, incluindo a área física do Hospital de Cacoal (faltam apenas os equipamentos, ainda não liberados pelo Ministério da Saúde). Portanto, a passagem de comando para João Cahulla deverá ser ou dia 1º ou dia 2 de abril próximos.
Fonte: Sergio Pires
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)