Primeira Mão - 26/08/10

QUANDO SÓ UM LADO DA INFORMAÇÃO
PODE DESVIRTUAR A VISÃO DA REALIDADE

A cena é real e foi acompanhada por um rondoniense que viajava pelo sul do país esta semana. Dois empresários – um do Rio de Janeiro, outro da região metropolitana de Porto Alegre – conversavam sobre...Rondônia. Não sabiam que estavam próximos do visitante que mora em Porto Velho e passaram a comentar sobre a construção das hidrelétricas do rio Madeira. Sem informações mais concretas, apenas baseados em reportagens publicadas na imprensa nacional, a dupla de empresários se dizia a favor das obras mas lamentaram o que está acontecendo numa região (que, segundo eles leram) chamada Jacy-Paraná: maior crescimento populacional no país, numa só localidade e em tão pouco tempo, dos últimos 50 anos; graves problemas relacionados com o crescimento da prostituição, inclusive de jovens e crianças; preço dos aluguéis, dos terrenos e das mercadorias na região próximo às usinas multiplicados de uma forma espantosa. Durante vários minutos os dois, sem saberem estarem sendo ouvidos atentamente por um porto-velhense, falaram sobre os efeitos negativos de duas obras gigantescas. E obviamente apenas comentaram o que leram na mídia nacional.

O porto-velhense se apresentou e entrou na conversa. Contou que alguns dos problemas citados realmente existem. Mas lamentou que os dois não tivessem dito uma só palavra sobre o enorme benefício para as duas obras trará exatamente para eles e seus estados. A energia gerada tão longe, num lugar que eles só sabem existir por leitura de jornais e informações esporádicas, vai fazer com que as casas deles, dos seus vizinhos, de suas empresas , por exemplo, não corra risco de novos apagões. Os dois ficaram boquiabertos, porque só sabiam de aspectos negativos das obras. Nunca ouviram falar do quanto seriam beneficiados pelas hidrelétricas. Infelizmente, a história é real e mostra muito claramente como está sendo levada a informação sobre nossas usinas para o resto do Brasil.

PASSIONAL

Aqui entre nós: alguém que não estivesse envolvido emocionalmente com o episódio acreditava que Ivo Cassol não teria sua candidatura ao Senado aprovada pelo TSE? Apesar do julgamento local com cor de alguma passionalidade, só alguém muito ingênuo imaginaria que o tribunal superior abriria mão de uma decisão sua para achar que o TRE de Rondônia é que estava certo.

TEFLON

Cassol parece mesmo ser imbatível não só nas urnas. Várias tentativas para pegá-lo no contrapé, para tirá-lo do governo; para impedir sua candidatura; para afetá-lo de uma ou outra forma, foram todas infrutíferas. Pelo menos até agora, depois de tanto tempo na política, ele se tornou o Cassol Teflon. Nada de ruim pega no ex-governador rondoniense.

PENA JUSTA

Condenado a quase 80 anos de cadeia, o anormal que matou duas crianças no Baixo Madeira recebeu a pena que merece. Mas, é claro, não cumprirá nem a décima parte dela. Ao invés de apodrecer na cadeia, em poucos anos estará livre de novo, para matar outras pessoas.

INEGOCIÁVEL

“Seu voto: não venda, não troque, não negocie!” O mote da campanha lançada pelo Ministério Público Federal em apoio à conscientização do eleitor merece todo o apoio e elogios. O que é necessário que mais setores da sociedade se integrem nessa batalha. Não é possível mais assistir à mediocridade se elegendo em troca de tijolos, telhas, dentaduras e receituários.

CHANCE A TODOS

Mais uma dessas pesquisas que são feitas no Estado, dessa vez até por um instituto respeitável, aponta pelo menos três dos quatro candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno e um quarto que cresceu muito nas últimas semanas. Nunca, nos últimos anos, se viu uma disputa tão acirrada em Rondônia como a que será a desse ano.

EM CAMPANHA

Nada como uma campanha eleitoral onde há vários vereadores tentando chegar à Assembléia Legislativa! Nessa semana, a maioria deles aprovou o fim do monopólio no transporte coletivo na Capital, dando um prazo de seis meses para a Prefeitura abrir concorrência para novas empresas de ônibus. O pepino agora foi parar nas mãos do prefeito Roberto Sobrinho, que poderá topar ou não a decisão da Câmara.

DERRAME

No contexto do transporte urbano, os vereadores talvez tenham se esquecido de resolver uma outra questão importante: o verdadeiro derrame de carteiras falsas de estudantes. Em qualquer esquina do centro de consegue, por 10 reais, uma carteira estudantil, que dá desconto nas passagens. Mas sobre isso, silêncio total.

SEM EXPLICAÇÃO

Moradores da região da avenida Jatuarana já estão entrando em pânico. Há meses a obra do viaduto sobre a BR 364 está totalmente parada. Não há explicações lógicas, não há orientações, não se fica sabendo o que está atrapalhando o andamento de uma obra tão importante para aquela região da Capital. Está na hora das autoridades competentes partirem para um esclarecimento público claro e objetivo.

VAI PIORAR

Nas cidades onde há fiscalização rigorosa do trânsito, sinalização abundante, investimentos pesados, o número de acidentes ainda é muito alto. Imagine-se agora em Porto Velho! A coisa está ficando cada vez pior.

Fonte: Sergio Pires  - ibanezpvh@yahoo.com.br
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