Sábado, 30 de maio de 2009 - 06h48
SEM CORTAR A CABEÇA, O MONSTRO
DO TRÁFICO TERÁ VIDA MUITO LONGA
Nas últimas semanas, a Polícia Rodoviária e a Política Federal no Estado apreenderam mais de uma centena de quilos de cocaína trazida da fronteira com a Bolívia, via Acre, para ser distribuída em Rondônia ou levada daqui para outros estados. O último caso foi sintomático. Um motorista, que caiu numa blitz comum os patrulheiros, demonstrou um nervosismo tão acintoso que os policiais decidiram levar o carro que ele dirigia até uma oficina mecânica, para uma análise mais profunda. Não deu outra: escondidos na parte de baixo do carro estavam 25 quilos de coca pura. Ou seja, os chefões do tráfico estão arregimentando gente comum, pessoas desesperadas que aceitam correr o risco de pegar cadeia pesada para ganhar um dinheiro extra, pagar as contas e tentar se safar incólumes. Na semana passada, e Ji-Paraná, um boliviano que fazia o trabalho de “mula” viajava com a mulher grávida e filhos pequenos para não despertar suspeitas. Despertou e foi preso. O tráfico de drogas, a base de quase todos os crimes - certamente é ele o responsável pela maioria dos 35 assassinatos já registrados em Porto Velho em apenas cinco meses deste ano – se amplia, enriquece bandidos poderosos e põe na cadeia ingênuos e despreparados que acham que podem sair ilesos e ainda com um dinheirinho no bolso. O crime se dissemina enquanto os chefões continuam livres. Sem cortar a cabeça, não há solução para o monstro do tráfico.
AINDA É CEDO
Um dos nomes mais respeitados na política rondoniense, participante ativo das eleições desde 1982, José Bianco, atual prefeito de Ji-Paraná acha ainda muito cedo para se tomar decisões em relação a 2010. Numa longa entrevista a Léo Ladeia, no programa Câmera 11 da TV Candelária/Record, Bianco analisou o quadro político e manteve o mistério: disse que não sabe se será ou não candidato a algum cargo no ano que vem.
COM SERRA
A única informação mais concreta que o experiente Bianco deixou passar foi que seu partido, o DEM, estará aliado ao PSDB e ao PPS em nível nacional para apoiar o nome de José Serra para a Presidência. Fora isso, o ex-governador, ex-senador e atual prefeito usou de toda o seu conhecimento na política estadual para não deixar escapar o que está pensando sobre 2010.
MAIS VOTADO
Para quem sempre comenta que a decisão de Bianco, quando governador, de diminuir o quadro de servidores do estado seria uma espécie de sepultura política, é sempre bom lembrar que quando concorreu à reeleição ele teve, em Porto Velho , terra do contra-cheque, mais votos que todos os demais candidatos. Inclusive Cassol.
GENTE RUIM
Dados da Secretaria de Segurança do estado informam que só no mês de abril foram feitas 120 prisões em Porto Velho. O governador Cassol, ao comentar o assunto, disse que tem vindo muita gente boa para cá, por causa das usinas. “Mas vieram muitos bandidos também”. E a tendência é piorar.
AVANÇO
Uma notícia importante, que merece ser sublinhada:começaram as obras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia. O terreno, doado pela Prefeitura, é perto do Porto Velho Shopping. A primeira grande escola técnica da Capital começa a se tornar realidade. Finalmente!
PREJUÍZO
Está cada vez mais difícil um acordo para o reinício das obras da usina de Jirau, o que poderá causar grandes prejuízos ao consórcio e e, mais que tudo, aos planos do Brasil de suprir suas necessidades de energia a partir de 2012. O grupo que começou a obra não se acerte nem com o Ibama e nem com o governo do Estado. Os prejuízos, só em dez dias de paralisação da obra, já chegaram a mais de 60 milhões de reais.
AMBULÂNCIA
Suely Aragão está se fazendo de doente para passear de ambulância, como diz a brincadeira popular. Aos seus companheiros de PMDB diz que não pensa em sair do partido. Mas ao mesmo tempo “namora” o PC do B, que a quer como candidato ao Governo e Suely não fecha essa porta. Está valorizando seu passe e dando um recado ao seu partido.
NÃO TEM SOLUÇÃO
O caso da violência em Ariquemes é apenas mais um que se registra em todas as cidades do país, com menor ou maior escala. A criminalidade toma conta do Brasil seja em pequenas ou grandes cidades. E o Congresso não se mexe. Deixa as comunidades jogadas à própria sorte.
NA CADEIA
Sem leis duras, sem penas que mantenham na cadeia – não interessa se lotada ou superlotada, porque só vai para a prisão quem merece estar nela – por muitos e muitos anos os bandidos, eles continuarão agindo com cada vez mais violência. Todo o resto é conversa fiada e discurso para agradar quem vive à margem da lei.
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