Quarta-feira, 31 de março de 2010 - 07h34
A oposição bate duro, dizendo que o governo Lula faz muita propaganda, usa dinheiro público para campanha política, utiliza a máquina para beneficiar Dilma Roussef. Tem até razão em muitas de suas queixas. Mas é sempre bom lembrar que a maioria dos partidos de oposição já foi governo. E não se tem notícia de programas nem perto do calcanhar do gigantismo do PAC 1 e do PAC 2 para melhorar o Brasil. Pode-se até não gostar de Lula, do PT e de seu jeito de governar. Mas não reconhecer que ele deu uma grande mexida nesse país, aí já é demais.
Entregue o Hospital de Cacoal, agora a corrida do governo é para equipá-lo com os mais de 12 milhões liberados pela União e, ao mesmo tempo, contratar o pessoal que vai atender naquela que é uma das obras mais esperadas em Rondônia na área de saúde. A história do hospital de Cacoal é cheia de falcatruas, desvio de verbas e outras bandalheiras. No atual governo, finalmente, a obra se tornou realidade.
Mais uma vez o governador que deixa o poder amanhã, para disputar a eleição de outubro, foi obstinado na batalha de Cacoal. Cassol avisou que iria resolver o problema, que as bandalheiras do passado deveriam ser investigadas e os responsáveis punidos mas que, de forma alguma, a população poderia ficar sem o hospital. Prometeu e cumpriu. O antigo elefante branco é hoje uma obra de grande importância para toda a região central do Estado.
Não chamem para a mesma mesa representantes da Funai nacional e as lideranças indígenas de Rondônia. Os caciques estão em ponto de declarar guerra à instituição que deveria protegê-los. O fechamento de vários postos da Funai – inclusive em Porto velho – é apenas um dos motivos para a fúria dos índios. Mas tem muito mais coisa que estão deixando as tribos furiosas.
Uma ação rápida, bem preparada e feita com competência pela Polícia Federal impediu a concretização de um plano de invasão de terras indígenas dos Uru-Eu-Wau-Wau na região de Nova Brasilândia e Seringueiras. Houve prisões e pelo menos oito mil pessoas estavam mobilizadas por uma associação rural do Vale do Guaporé para entrar na área, nesta próxima quinta-feira. Antes da invasão, a PF agiu.
Pena que o mesmo não ocorra com invasões de fazendas e áreas produtivas por grupos que se dizem sem terra. Quando eles agem, muitas vezes orientados pelo próprio Incra, que é um órgão federal, não há qualquer tipo de repressão de nenhum órgão. O proprietário, teoricamente protegido pelo direito de propriedade (que aí se transformou em letra morta na Constituição), que se vire se quiser lutar pelo que é seu.
Até a última segunda-feira, já havia sido registrados, apenas nos primeiros três meses do ano, 43 assassinatos em Porto Velho. Quase 15 mortes por mês ou um assassinato a cada 48 horas. Depois de longo tempo, grupos de extermínio são suspeitos de voltar a agir na Capital, eliminando pessoas até em plena luz do dia. A carnificina não pára.
Onde andam os movimentos que defendem os direitos humanos? Será que não vão se mobilizar contra tantos assassinatos? Será que não vão pedir pela vida de tantos inocentes? Ou vão esperar os criminosos serem presos para apenas então correrem à polícia para pedir pelos direitos de quem mata? Quem morre e as famílias que perdem seus entes queridos não valem nada para essa gente?
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